sábado, 22 de junho de 2013

Vandalismo como estratégia

Por Nélio Azevedo

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A exemplo de outras cidades, as manifestações em Belo Horizonte, na última terça, 18 de junho, foram marcadas caminhada ordeira da grande maioria; pela depredação do patrimônio, vandalismo seguido de roubo pela minoria e, pela omissão da polícia, estratégias diferentes diante de um cenário único.

Dá para notar também, a forma diferenciada que algumas emissoras de TV vêm noticiando as manifestações, no dia do jogo Brasil e Japão, numa clara demonstração de abuso, um policial foi flagrado utilizando a moto de forma absurda atropelando um dos manifestantes enquanto a narradora dizia que “parecia ter havido um atropelamento ali”, em seguida, a câmera se fixou numa cena ao lado não mostrando o desenrolar da ocorrência. Isto sem contar a insistência de repórteres da Rede Globo em dizer que as manifestações têm como única e exclusiva reivindicação a questão do aumento em 20 centavos no preço das passagens de ônibus.

Louvável a cobertura da Rádio Itatiaia que chega junto, acompanha e entrevista os participantes com colocações pertinentes e avaliações inteligentes dos eventos e do momento. Vimos pela TV, a polícia agredir covardemente uma moça com cassetetes de madeira e o uso indevido e indiscriminado de balas de borracha e spray de pimenta. Vimos também as cenas de vandalismo e roubo que choca qualquer pessoa de bom senso e põe em risco o futuro das manifestações legítimas. Essa omissão da polícia diante dos atos de vandalismo e depredação parece ser uma estratégia para justificar a presença das Tropas Federais e de tudo que fizerem daqui para frente.

O Estado não demonstra estar sabendo o que fazer diante dessa avalanche de manifestações, tanto que em primeira instância, foi acionado o aparato policial que reprimiu duramente os manifestantes sem que esses representassem risco algum; vendo as cenas da truculência policial do primeiro dia, o governador de São Paulo suspendeu o uso de armamento não letal e, ontem se viu uma cena rara onde policiais desarmados acompanhavam os manifestantes chegando a se assentarem nas vias com eles, uma cena comovente de cidadania. Enquanto isso, no Rio de Janeiro, cinegrafistas flagraram policiais usando pistolas e fuzis dando tiros para o alto nas imediações da Assembleia Legislativa onde ocorreram cenas de horror. Depredações e agressões aos policiais acuados dentro do prédio e numa agência bancária nas proximidades onde foram salvos pelos próprios manifestantes contrários ao vandalismo.

Será que a polícia não tinha como intervir impedindo a ação dos vândalos ou não quis fazê-lo? Atos que duraram um tempo longo e que daria para o deslocamento dos pelotões até o local. Se não o fizeram como estratégia é suspeito, se o fizeram como estratégia é suspeitíssimo e causa preocupação.

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