Por Nélio Azevedo
Nesse ano em que se comemora os 100 anos de nascimento do eterno Jeca Tatu, vivido pelo genial Mazzaropi, lá pelos idos anos das décadas de 60 e 70, em plena ditadura militar, sob forte censura, o ator, cantor, produtor e cineasta Amâncio Mazzaropi produzia seus filmes para o grande público brasileiro; cada filme era um sucesso de bilheteria que só seria superado pelos filmes do Renato Aragão e da Xuxa, com o auxílio do marketing da Televisão.
Mazzaropi nunca recorreu às verbas do Embrafilme, pagava tudo do seu próprio bolso e cada lançamento era esperado com ávida expectativa pelo público que lotava os cinemas desse Brasil imenso; chegou a colocar fiscais para coibir as falcatruas nas bilheterias, já que tinha uma parcela de lucro vinda delas.
Ao mostrar à cara do Brasil nas telas, num tempo em que éramos ingênuos, não a cara que o cinema novo queria mostrar, recebeu injustas críticas por parte daqueles que não viam nele um cineasta engajado, que não gritava contra a opressão e a censura. Hoje, esses mesmos detratores rendem homenagens a esse gênio que conseguiu imprimir sua marca e se eternizou na memória dos antigos e na ânsia dos mais novos, fazia um cinema carregado de humor e ironia, jogava na nossa cara um espelho que nos refletia tal e qual somos. Cada padre, prefeito, fazendeiro-coronel, cada praça ou motorista; cada torcedor e cada transeunte era a mais completa realidade de um povo que se movia socialmente do campo para a cidade e seus filmes retratavam essa locomoção com maestria e bondade, mostrava os desacertos de um povo sem cultura e sem educação que caminhava para o século 21, indo de encontro ao progresso tecnológico que nos remete ao futuro e ao primeiro mundo, com um pé no atraso do século 19.
Ao longo de seus 33 filmes são retratados um Brasil que hoje é usado como conteúdo de teses acadêmicas sobre a mobilidade social e o êxodo rural, as questões fundiárias e as questões sociais e políticas, principalmente no interior do país onde as estruturas de poder permanecem no atraso do coronelismo estampado num cenário que em nada difere da política café-com-leite dos anos 20 do século passado.
Viva Mazzaropi, o Eterno Jeca que trazemos em nós e que deveria ser motivo de orgulho.
Nélio,já estava te achando meio sumido e achei
ResponderExcluirótimo seu texto de hoje,concordo com você em
tudo que escreveu,mas só gostaria de fazer uma
ressalva,nem todo "JECA" é TATU",não viu,Raul que
o diga......
Como se trata de cultura e o povo hoje em dia parece que não está muito interessado em adquirir, acredito que não haverão muitos comentários aqui a respeito do grande Amácio Mazzaroppi.
ResponderExcluirÉ não"haverão" mesmo, não"haverão!!!!!!!
ExcluirOs filmes do "Jeca Tatu" foram feitos numa época em que não havia recursos tecnológicos e, muitas vezes, com atores e atrizes sem talento. Mesmo assim, o talento de Amácio Mazzaropi (o correto é Amácio e não Amâncio) torna seus filmes espetaculares. Mazzaropi era O ARTISTA.
ResponderExcluirÉ muito engraçado esta história de neguinho ficar
ResponderExcluirfalando que os outros não têm cultura,falando errado
o que é pior...
Para quem considerou o "haverão" errado é só dar uma olhada na Conjugação do verbo no "FUTURO" DO "Modo Indicativo".
ResponderExcluirVou até dar uma forcinha: Basta ler esse link: http://www.priberam.pt/dlpo/Conjugar.aspx?pal=haver.
É muito engraçado esta de neguinho falando que outros não tem cultura, e o mesmo neguinho constatar que realmente é isso mesmo. Vamos estudar um pouco minha gente.
Não sou professor de Português, mas o correto é "haverá muitos comentários", pois o verbo é impessoal quando empregado com o sentido de existir.
ResponderExcluirMissitaus