segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O DNA da corrupção na política brasileira

Por Nélio Azevedo
Em Salvador, manifestantes caminharam até a casa do Governador
Desde que a Coroa Portuguesa resolveu investir no Brasil, recém descoberto, aqui aportaram pessoas proeminentes na Corte Lusitana, alguns eram parentes do Rei, outros amigos do Rei, outros ainda, eram apadrinhados e endinheirados por Sua Majestade, El Rei; ou ainda mais, eram administradores em terras do Oriente, que, por mau uso do dinheiro régio, saíram da prisão direto para as praias brasileiras em companhia do primeiro Governador Geral, Tomé de Souza.
Junto dessa corja, tínhamos alguns frades e padres jesuítas, da poderosa e recém criada Companhia de Jesus, que trazia em seus bojos corruptos e traficantes de escravos, abrigados e protegidos pela batina e a Poderosíssima Cruz de Cristo.
Não poderia dar em outra coisa, a ação de se aproveitar da distância dos olhos do Rei se tornou uma constante e o que se viu no Brasil colônia foi um desmando geral, uma oportunidade para aventureiros e corruptos se enriquecerem e voltar para Portugal com os bolsos cheios.
Já no período em que o ouro das Minas direcionava a economia da Matriz, ladrões e contrabandistas nadaram de braçadas, mesmo com o endurecimento da Coroa em relação ao roubo, ao contrabando e descaminho, o que se destacou foi a tentativa de sonegar o máximo que se pudesse do imposto sobre a exploração do ouro, a cobrança do famigerado Quinto.
Com a chegada da Corte em 1808, fugindo das garras Napoleônicas, tudo que se tinha de podre no Reino Português, veio dar aqui, principalmente a Rainha, Carlota Joaquina. Aí a coisa ficou piorou, instaurou-se uma monarquia Tropicana, que se sabia, seria provisória e, tão logo acabou a ameaça Napoleônica, a corte voltou pra Lisboa, deixando o país à míngua e o Pequeno Príncipe Pedro I, vulgo Demonão, tratou de mergulhar o país num mar de dívidas que só recentemente conseguimos nos livrar, eu disse dívida econômica, porque todas as outras dívidas, até hoje padecemos e não conseguimos nos livrar delas.
Quando abro o Jornal hoje, em pleno século XXI e vejo que temos mais da metade dos prefeitos mineiros sob investigação, quando vejo Ministros caindo aos montes acusados de corrupção, Prefeitos, Vice-prefeitos, Vereadores, Deputados e Senadores acusados de todos os tipos de crimes, inclusive assassinato, não me causa nenhum espanto. É a nossa marca registrada.
Para quem tem dúvidas sobre o que digo, basta ver nas páginas dos jornais, na Parada Gay de São Paulo tivemos mais de 4,5 milhões de pessoas, na Marcha para Jesus, 2,5 milhões e, na Marcha contra a Corrupção uns meros 25 mil participantes; ou seja, os que querem ir pro inferno chegam a 4,5 milhões, os que não querem ir de jeito nenhum pro inferno são 2,5 milhões e os que não querem ver a safadeza e a ladroagem comer soltas e fazer desse país um inferno, só esses gatos-pingados.
Se me perguntarem se eu fui em alguma dessas manifestações, a resposta é não, não fui em nenhuma delas, até porque, as duas primeiras foram em São Paulo e a Marcha contra a Corrupção foi no horário em que eu enfrentava os mais de 18 quilômetros que separam a minha casa do meu trabalho num engarrafamento provocado por um monte de obras que nos ajudarão a Superfaturar a Copa de 2014.
Minha resposta e participação será nas urnas.