Deputado Federal eleito, teve votação majoritária em Raul Soares nas últimas eleições.
A Operação Conto do Vigário, desencadeada em novembro para pôr fim às fraudes em licitações em municípios do Norte e Nordeste de Minas e que ultrapassaram R$ 100 milhões, deixou em maus lençóis também os deputados José Silva Soares, o Zé Silva (PDT), e Arlen Santiago (PTB), suspeitos de caixa dois e compra de votos em suas vitoriosas campanhas eleitorais no ano passado. Documentos apreendidos pelo Ministério Público Estadual e Receita Estadual durante a operação revelaram que os dois parlamentares destinaram, com ajuda do empresário Fabrício Viana de Aquino, acusado de comandar o esquema, cerca de R$ 140 mil para pagamento de vereadores e líderes comunitários que atuaram em suas campanhas, em Januária. Além disso, notas ficais revelaram também o pagamento para cabos eleitorais de combustível, shows, plotagem, aluguel de veículos e ainda a oferta de jogos de camisa de futebol, cestas básicas e até doação de um bezerro para eleitores.
O promotor de Montes Claros, Paulo Márcio da Silva, que coordena a investigação em pelo menos 15 prefeituras nas quais o grupo atuou, enviou na semana passada ao Ministério Público Federal – competente para apurar crime eleitoral de deputado – cópias de todo o material apreendido referente à movimentação financeira de campanha. Em relatório, o MP afirma que a documentação “revela a utilização de ‘caixa dois’ a configurar, em tese, abuso de poder econômico, com força de influenciar ilicitamente o resultado da disputa eleitoral para a Câmara Federal e Assembleia Legislativa de Minas”. Junto aos documentos apreendidos foram encaminhadas ainda transcrições de gravações telefônicas que reforçam a existência da compra de votos. Em razão da quebra do sigilo telefônico, os diálogos estão sob segredo de Justiça.
Mesmo se tratando de contabilidade paralela, a papelada mantinha cuidadosos registros da entrada e saída de recursos. Em uma das notas fiscais apreendidas, observação manuscrita revela a origem dos recursos movimentados. Segundo o documento, Arlen Santiago fez doação de R$ 45 mil para a campanha, Zé Silva deu outros R$ 45 mil e, Fabrício, o coordenador do escritório, colaborou com o mesmo valor. Para saber o que investiu, Fabrício calculou até mesmo o custo do voto por candidato. O deputado petebista esperava ser votado por 5 mil eleitores, portanto, cada um deles lhe custaria R$ 9. Por sua vez, o estreante Zé Silva teve um custo maior, diante da possibilidade de angariar 4 mil votos. Para ele, o custo foi de R$ 11,25. Fabrício, como trabalhou para os dois parlamentares que fizeram dobradinha, pode somar os 9 mil votos, que teriam lhe custado apenas a metade do valor pago por Arlen, considerando o investimento de R$ 45 mil.
Análise do Ministério Público Estadual nas prestações de contas dos dois candidatos, disponibilizadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG), comprovou que os R$ 90 mil aplicados por Arlen e Zé Silva na região de Januária não foram contabilizados oficialmente. Da mesma forma que a doação de R$ 45 mil de Fabrício, que também não foi registrada para nenhum dos dois parlamentares.
Apesar das irregularidades, a estratégia traçada pelo trio foi coroada de sucesso. Somente em Januária, o petebista conseguiu angariar os votos de 3.422 eleitores e Zé Silva ficou com outros 4.432, uma de suas maiores votações, perdendo apenas para os 6.417 votos em Iturama, no Triângulo, do outro lado do mapa de Minas.
Mesmo que extraoficialmente, os colaboradores contratados também eram obrigados a prestar contas de sua atuação. Anotações manuscritas do vereador Nego Viana, um dos colaboradores da campanha e que foi beneficiado com gasolina, plotagem e pagamentos, mostram previsão para obter 480 votos para Arlen e outros 550 para Zé Silva.
MÁQUINA
De acordo com o relatório enviado pelo MP sobre as irregularidades eleitorais, os inúmeros diálogos interceptados durante a operação “são apenas uma pequena mostra dos recursos despendidos em favor das campanhas de Arlen Santiago e Zé Silva”. Entre eles, está uma ligação telefônica durante a qual Fabrício explica ao dono de uma motoniveladora, contratada para beneficiar comunidade no município de Januária, que o nome do parlamentar não poderia ser citado como autor da iniciativa. Diz ainda que caso fosse questionado pelo Ministério Público sobre a origem do pagamento, deveriam ser providenciadas notas fiscais frias para evitar a identificação do contratante. A movimentação financeira paralela dos dois parlamentares foi apreendida em Montes Claros, na casa da mulher de Fabrício, Izabel Christina de Carvalho Francino, acusada de participação nas fraudes nas administrações municipais.
Documentos interceptados
Parte da movimentação financeira paralela do comitê dos deputados estadual Arlen Santiago (PTB) e do federal Zé Silva (PDT), em Januária, foi descoberta a partir da interceptação de diversos fac-símiles transmitidos pela empresa Hiper Distribuidora de Produtos Médicos Ltda., de propriedade do empresário Fabrício Viana, apesar de registrada em nome de testas de ferro. Em 6 de agosto, foi transmitido um documento intitulado “Liderança que serão contratadas para a Campanha 2010 deputado federal (sic)”. Ele relacionava mais de 20 nomes que receberiam cerca de R$ 140 mil. Outro fax, desta vez datado de 15 de setembro, tinha o título “Controles de Abastecimento”. Nele, constava também o pagamento de vantagens a vários líderes municipais envolvidos na campanha.
Em um desses “controles”, apreendidos pelo Ministério Público Estadual, datado de 7 de agosto, aparecem despesas de R$ 20.883,64 e documento semelhante de 20 de julho, onde foram registrados gastos com pagamento de som, peças, aluguel de veículos, entre outros benefícios. Por sua vez, na casa de Izabel foi encontrado ainda um contrato de fornecimento de combustível, assinado pelo próprio deputado Zé Silva, com o Posto Pioneiro, que é de Fabrício. Ele autorizava o abastecimento de sete veículos de sua campanha. As notas fiscais emitidas pelo posto traziam uma observação manuscrita com as iniciais CA ou CP para indicar que eram da campanha eleitoral. Para o MP, entretanto, o que causou mais estranheza foi o fato de o controle contábil não estar na contabilidade do posto e sim na casa da mulher de Fabrício, anexada à prestação de contas da campanha.
O deputado estadual Arlen Santiago disse desconhecer a existência de uma contabilidade paralela durante sua campanha eleitoral, em Januária. Segundo o parlamentar, ele é votado em mais de 90 cidades do Norte de Minas e não tem como saber tudo o que ocorre nelas. “Januária responde por apenas 2% do total de meu eleitorado, e desconheço a existência de caixa 2 ou compra de votos”, disse. Ele também negou a doação não declarada em favor da sua campanha de R$ 45 mil com o argumento de ser “conhecido por ser um pão-duro e um intransigente respeitador da lei”.
O deputado, que também saiu em defesa de Zé Silva, disse que pôde contar com o voto do empresário, mas nada além disso. “A família é muito grata a mim porque sou cancerologista e cuidei do irmão dele que teve um melanoma (câncer de pele). Não acredito também que Fabrício tenha investido em minha campanha. Sempre reclamava que estava sem dinheiro”, concluiu.
Batendo na mesma tecla, o deputado Zé Silva também disse desconhecer qualquer irregularidade em sua contabilidade. Assim como Santiago, não negou conhecer Fabrício, mas atribuiu o relacionamento ao fato de ele ser um líder político na cidade, onde já disputou eleição para a prefeitura. Silva disse ainda desconhecer a existência de um contrato firmado entre ele e o posto de gasolina de Fabrício para fornecer gasolina a colaboradores de campanha. “Tive o cuidado de firmar contratos para evitar fraudes, mas não me recordo desse contrato com o posto. Preciso verificar na minha prestação de contas”, afirmou. O parlamentar afirmou que foi votado em 765 municípios mineiros e nunca manteve caixa dois.
Fonte: Blog Regional Raul Soares
Tá explicado...
ResponderExcluirEspero que seja tudo apurado,porque senão daqui a pouco todo mundo vai achar que pode fazer as coisas ilegalmente que não vai haver punição.....
ResponderExcluirSó no Brasil mesmo. Este pessoal deveria comer uma cadeia sem tamanho para aprender e dar exemplo.Estas ações dos políticos só ajudam a aumentar a bandidagem e a gente ter vergonha de ser honesto. A bola da vez hoje parece ser roubar o mais que pudermos e rirmos da cara de quem estiver ao nosso lado trabalhando para viver. Tá dando vergonha de ser brasileiro.
ResponderExcluirMensagem de mineiro querendo ser europeu.
Mas os eleitôres de Raul, acreditaram nêle, e não precisam de pensarem que tem culpa, com certeza na próxima eleição deverão selecionar melhor, escolhendo um candidato, que realmente seje apresentado para o povo antes da correria das campanhas eleitorais, tem que ser um candidato como um conhecido de sempre. e idôneo. Isto é o preço do curso para escolher um candidato quase perfeito, pagamos caro por isto.
ResponderExcluirOnésimo
Em face de matéria publicada pelo “Estado de Minas”, em sua edição do dia 27 último, venho esclarecer que buscamos informações junto ao processo que o jornal diz haver, para devidamente informado colocarmos à disposição das autoridades e prestar todos os esclarecimentos que, certamente, levarão à conclusão de que a prestação de contas aprovada sem qualquer ressalva pelo Tribunal Regional Eleitoral – TRE é a expressão cabal do nosso comportamento ao longo da campanha eleitoral.
ResponderExcluirTemos plena consciência da lisura e legalidade de tudo quanto fizemos em campanha. De todos os 765 municípios onde fomos votados e tivemos campanha temos todas as documentações comprobatórias da mesma. Finalmente, estamos em ação jurídica quanto às situações mencionadas na reportagem, e prontos para esclarecimentos e apresentação de documentações que reiteram a lisura de nossa campanha.
Zé Silva
Deputado Federal
Eles tinham que seguir o exemplo do Deputado Federal Tiririca, que foi eleito com mais de 2 milhões e trezentos mil votos sem gastar dinheiro.
ResponderExcluirA matéria do jornal é muito clara,então tomara que seja apurado tudo,porque negar,todos eles negam mesmo!
ResponderExcluirUsou a EMATER-MG,SEUS GERENTES APADRINHADOS,INCLUSIVE DE MANHUAÇU,CATAGUASES,PONTE NOVA,JUIZ DE FORA E VIÇOSA .Além de remanejamento de funcionários da empresa para que trabalhassem em suas cidades de origem,em troca de apoio político.Uma vergonha.
ResponderExcluirNao acredito que o ze silva esteja envolvido em esquema de compras de votos, isto tudo nao passa de mentiras e injurias, pois trabalhei voluntario para o mesmo, por tudo que o deputado ze silva efetuou junto a EMATER, O ZE E UM HOMEM HONESTO TRABALHADO JUSTO E PRICIPALMENTE HUMILDE.
ResponderExcluirO ze silva teve votos em todo o estado de minas gerais, estes votos foram pelo seu trabalho desempenhado junto a emater, o povo nao e bobo, reconheceu um deputado digno e honesto e reconheceram nas urnas.
att/ dr. denis roberto- ituiutaba/ gurinhata-mg
Pois é, seu denis roberto. É de onde não se espera é que vem mesmo, e vem com força. Com o tempo o sr. vai se acostumando com isso. Não estranhe, político é assim mesmo...
ResponderExcluirConheço o deputado Zé Silva aos longos anos da minha vida,conheço sua familia e mais ainda sua luta na faculdade. Seus pais de origem simples, produtores rurais que sofreram e até hoje sofre com os preconceitos do poder capitalista.Deputado Zé Silva nas suas epocas de ferias na época tirava leite manual ajudava seus pais na lida do dia a dia no campo,mas sempre foi um jovém idealista diferenciado na humildade,mas de uma sabedoria inegulavel para um jovém daquela epoca, acredito deputado na sua inocência e nas defamçôes, os dragões do poder que imperam o poder a centenas de anos não adimite, que surjam ideias novas de mudança para um Brasil de um povo sofrido e de uma injustiça social e que ainda nos somos dominados pelos capangas e a sombra do capitalismo.
ResponderExcluirBôa sorte Deputado Zé Silva, Deús lhe abençoa sucesso nos seus projetos Minas e o Brasil precisa de homens que combate a injustiça e a miseria.
Um grande abraço de seu amigo de hoje e sempre.
José Carlos (Zé Helena)
Ituiutaba MG
Acorda Bonito de Minas, esse é mais um que ápóia o povo do 23. Na família do 12 não tem gente corrupta não, só pessoas pobres, porém honestas e trabalhadoras e les ficam de casa em casa denegrindo a imagem da nossa gente. Deputado como esse ai nós queremos distância e de candidatos a prefeitos que correm atrás do apoio de pessoas como ele queremos distância também, que vergonha seu José Silva, josé Reis e José Galego, um trio de Zé que só que poder, vão trabalhar.
ResponderExcluirNão importa quem apoia quem. Importa é o caráter. E isso, tem sido difícil de se encontrar no povo Brasileiro. Todo político é ladrão e portanto nós temos que achar isso legal? Banalizamos tudo. Enquanto o pobre trabalhador de 1 salário mínimo se acaba, um cidadão empregado pelo povo para trabalhar no bem bom só que saber de corromper, desviar, surrupiar, enganar e povo cada vez mais enganado tá perdendo a dignidade. Já nem consegue dizer não a esta vergonha. Acha normal. Para onde vamos caminhando? Nossos pais não nos educaram para sermos coniventes com esta lama, mas nós estamos nela enterrados até o pescoço quer sejamos honestos ou não.Parece que a força malévola nos cega, nos enfraquece, nos tira a dignidade...É DE SE TER MEDO DISSO...
ResponderExcluirLendo-os chego a esquercerme de mim mesmo tal seja o poder de persuasão de ambos. Concordo que a verdade devera ser entregue ao povo em pratos limpos. Que a luz da legalidade e justiça ilumine os passos dos nossos politicos.
ExcluirTudo sera exclarecido a diante dos fatos saberemos a verdade nos guiara para uma vida melhor e sem enganos . Pelo fim da mentira e o culto a verdade
ExcluirEsse Arlen Santiago sinceramente ningum merece ou melhor minas não merece, mas ainda tem muitos que caem na CONVERSA DELE... Sem contar que em seus discursos costume ser ofensivo afff vi um video dele ofendendo um candidato a prefeito é de dar nojo...#eunaovotoemarlensantiago#édedarnojo#ficaadica#
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