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domingo, 22 de janeiro de 2012

Sex in the TV

Por Nélio Azevedo

Quando o assunto é sexo, o mineiro ainda é tão conservador quanto dizem que somos?

Esse assunto ainda rende pano pra manga, pois quando se metem a debater sobre o tema as pessoas estão sempre na estreita linha que separa a sensatez e o sensacionalismo.

Tem aqueles que acham que sexo deve ser ensinado nas escolas, outros pensam que isso não se deve nem falar a respeito, para não se tornar uma falta de respeito; já, tantos outros têm verdadeiro pavor de tocar no assunto e, não têm esse tipo de conversa com os filhos. A maioria das religiões tem suas restrições no que toca esse assunto, consideram pecado qualquer menção e os órgãos sexuais se tornaram verdadeiros tabus que durante muito tempo as obras de arte sofriam uma influência tão grande da censura imposta pela Igreja que o resultado virou uma anomalia, “Síndrome de Michelangelo”, causando uma deformação como a que se nota na bela escultura de David.

Hoje as liberdades nos coloca em situações no mínimo, questionáveis, temos uma série na TV – SEX IN THE CITY, em que aparecem os recatos e a falta deles reinantes nas produções norte-americanas, onde o que se mostra fica às vezes subentendido. É que lá o patrulhamento é mais rígido e os órgãos de controle de qualidade dos programas veiculados na TV parecem ser mais rígidos.

Aqui, temos programas como o BBB onde tudo vale e não serve como referência a não ser que estejamos caminhando para o absurdo, tem o programa da Fernanda Lima que busca somente audiência pelo sensacionalismo e se esquece do conteúdo; no mais, o que sobra é muito ruim, não educa, não esclarece e não tem como proposta ajudar na educação e formação dos nossos jovens e crianças.

Questões correlatas, como a gravidez na infância ou adolescência, pedofilia, controle da natalidade e educação sexual nas escolas, são assuntos banidos do horário nobre, a não ser que se apresente como caso de polícia ou assunto a ser explorado nas novelas, que não têm nenhuma proposta educativa.

Nos filmes que passam na TV, nas novelas e séries a banalização do sexo ainda rende bons dividendos na audiência e no caixa, tem sempre uma pessoa do sexo feminino que é vítima de abuso ou de constrangimento. Os únicos programas onde vi o assunto ser debatido com mais seriedade foi na Oprah Winfrey Show, talvez, pelo fato dela ter sofrido abuso sexual na infância e adolescência; outro foi numa série da BBC chamada “Os Homens não passam a ferro”, muito boa e, além de ter conteúdo, tinha respaldo em pesquisas científicas. No mais o que se vê é muita baixaria, infelizmente, pois a nossa falta de educação se reflete de várias formas e, nesse assunto, estamos sempre a reboque do mundo mais desenvolvido onde o valor das pessoas não está nas formas arredondadas do corpo, que falam no lugar das bocas e esses talentos estéticos serão os atributos que lhe abriram as portas da fama e do sucesso profissional; não é à toa que o BBB faz tanto sucesso por aqui, onde pessoas de todas as classes sociais dedicam um tempo considerável de suas vidas acompanhando e decidindo via telefone, sobre quem vai sair e quem vai ficar naquele antro de promiscuidade e malandragem.

Isto tudo fica mais ofensivo quando o apresentador Pedro Bial, os nomeia de meus heróis. Heróis? Que mundo é esse onde um bando de desocupados pode ser elevado à categoria de herói por participar de uma porcaria dessas? Herói é quem sobrevive nesse país com salário mínimo e não se corrompe diante das agruras da pobreza.

Chega de porcaria na televisão. Desligue já!

domingo, 30 de janeiro de 2011

BBB: a síntese do lixo...

Por Luiz Fernando Veríssimo

Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço...A décima primeira (está indo longe!) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil, encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.

Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB 11 é a pura e suprema banalização do sexo.

Impossível assistir, ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros, transexual... todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB 11 é a realidade da busca ao IBOPE..

Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB 11. Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.

Se entendi corretamente as apresentações, são 15 os “animais” do “zoológico”: o judeu tarado, o gay afeminado, a dentista gostosa, o negro com suingue, a nerd tímida, a gostosa com bundão, a “não sou piranha mas não sou santa”, o modelo, a lésbica convicta, a DJ intelectual, o carioca marrento, o maquiador drag-queen e a PM que gosta de apanhar (essa é de doer!!!).

Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda referindo-se à pena de se morrer tão cedo.

Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade. 

Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis?

São esses nossos exemplos de heróis?

Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores), carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, quase sempre mal remunerados..

O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral.

E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!

Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.

Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros? (Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de
5.000 computadores!)

Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores. Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar.... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins... , telefonar para um amigo... , visitar os avós... , pescar..., brincar com as crianças... , namorar... ou simplesmente dormir.

Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade.

Colaboração de Nélio Azevedo