Por Nélio Azevedo
Todas as vezes que alguém encontra uma grande quantia de dinheiro e devolve ao legítimo dono; todas as vezes que um policial se recusa a receber suborno para livrar a cara de alguém, como o policial que não aceitou 1 milhão de reais do traficante Nem; todas as vezes que alguém chama à atenção de uma operadora de caixa que lhe entrega o troco a mais do que o valor devido e lhe devolve o dinheiro e, em várias outras situações em que o princípio e a honestidade são colocados em prática por alguém, vira notícia na televisão, rádio e jornais. Não deveria, quem o faz, não está nem um pouquinho preocupado em virar notícia ou herói, é tão somente uma manifestação do seu caráter e uma mostra de que essa pessoa tem princípios. Tudo bem (ou mal) que esse mesmo princípio de que estou falando está virando uma coisa rara, principalmente entre os nossos homens públicos, mas eu acredito que a maioria das pessoas são boas e honestas, posso estar sendo ingênuo, mas eu acredito realmente que isso seja verdade.
É terrível ver nos telejornais a prisão de inúmeras quadrilhas envolvidas em fraudes, roubos e assassinatos; prefeitos e mais prefeitos, juntamente com familiares envolvidos em desvio do dinheiro público enquanto as cidades padecem de todos os tipos de problemas; é mais terrível ainda saber que temos 52 juízes sendo investigados, justamente eles que deveriam ser exemplos e modelos para o resto da população por ter a missão de julgar os que cometeram todos os tipos de delitos; será que esses senhores que recebem por mês mais do que qualquer trabalhador receberá por um ano de trabalho não pensam que mais cedo ou mais tarde serão pegos? É a ganância, a desonestidade, a certeza da impunidade e um sistema de leis que só valem para os mais pobres e humildes. Isso precisa acabar, essa não pode se tornar a característica principal de um povo, eles não representam a maioria. Ainda bem que somos a maior nação cristã do mundo, imagine se não fosse!
Os grandes crimes têm sua origem na mesma fonte que nos induzem a levar pequenas vantagens. Quando subtaraimos a nosso favor os ovos da macarronada, quando pensamos ser "espertos" fazendo uma manobra desonesta no trânsito, temos o vírus da desonestidade. O único incoveniente, nesses casos, não é a denúncia da nossa consciência, mas a possibilidade de sermos apanhados pelos ofendidos. O tamanho do crime, é questão de oportunidade. Quando delegamos a outro (o guarda de trânsito, os pais, chefes, policia ou côjuge) o arbítrio dos nossos atos, estamos abrindo mão da nossa personalidade e delegando-a ao vento. A partir desse entendimento, todo discurso contra a desonestidade alheia soa como hipocrisia.
ResponderExcluirJaeder Teixeira Gomes
Caro Jaeder,acho que o Nélio tem toda razão e se a gente fizer uma corrente de respeito às leis e às pessoas dentro da honestidade, estaremos sim lutando pela ética e não vejo hipocrisia nenhuma nisto não!!!!!
ResponderExcluirNélio disse:
ResponderExcluirOi, Jaeder, concordo plenamente com você, por isso eu coloquei no título Princípio e Honestidade; quem tem princípios se garante e não macula sua personalidade. Quem pensa que a ocasião faz o ladrão, se esquece que o ladrão já é ladrão antes da ocasião.
Ninguém nasce ladrão torná-se ladrão...
ResponderExcluirAs pessoas que fazem coisas erradas,fazem acreditando na impunidade e cá pra nós,aqui no Brasil está passando da hora de ter uma reforma judiciária.
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