sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Mais de 25 mil mineiros buscam formação para trabalharem na educação infantil

Curso Normal é oferecido pela Secretaria de Estado de Educação em 272 escolas de toda Minas Gerais e a Escola Estadual Regina Pacis, de Raul Soares, está entre elas.

O universo infantil faz parte da rotina de Walkiria Adriane dos Santos. Desde o início do ano, ela trabalha em uma creche, como professora, no município de Poços de Caldas. Para o dia-a-dia com crianças de zero a cinco anos, a educadora buscou uma formação que auxiliasse em suas atividades. “Eu havia passado em um concurso para trabalhar com crianças e senti a necessidade de me capacitar. Concluí meu Curso Normal no final do ano passado. Ele é muito importante no que faço hoje, pois ampliou minha visão enquanto profissional da área”, explica a professora de educação infantil.

Educadores discutem práticas pedagógicas na educação infantil. Foto: Arquivo da EscolaO Curso Normal, por dar ao aluno uma formação em nível médio, é ofertado pela Secretaria de Estado de Educação (SEE), desde o ano de 2008. Naquela época, cerca de 6.330 alunos buscavam formação na área de educação infantil. Com os anos, a importância em ter profissionais habilitados para atuarem com crianças de zero a cinco anos cresceu no estado. Em 2011, a SEE atende, no Curso, 25.282 alunos, em 272 escolas estaduais de 248 municípios do estado.

"A educação infantil é uma etapa importante para uma bem sucedida trajetória escolar do aluno. Hoje, com as diretrizes em educação básica devemos no preocupar com dois pilares: o cuidar e o educar. O Curso Normal reforça essa ideia ao colocar nas creches profissionais habilitados", explica a subsecretária de Desenvolvimento da Educação Básica, Raquel Elizabete de Souza Santos.

Entre os que buscam a habilitação está a aluna Cristina Aparecida Soares da Silveira. Ela estuda na Escola Estadual Professor Guerino Casassanta, em Ribeirão das Neves – região metropolitana de Belo Horizonte. Apesar de estar no início de sua formação, a futura educadora acredita que a visão que as pessoas têm das instituições que oferecem educação infantil mudou muito e que por isso a formação para quem deseja trabalhar na área é necessária. “Hoje as pessoas entendem que uma criança não vai à escola para se distrair e brincar. Nessa fase da vida, elas têm uma capacidade de aprender muito grande, por isso qualquer jogo ou brincadeira deve ter um lado voltado para a aprendizagem”, explica.

Na EE Regina Pacis, alunos do Curso Normal vivenciam na prática a rotina do educador infantilFormação do educador infantil

O Curso Normal é oferecido em duas modalidades: a integrada, em que o estudante que possui o ensino fundamental tem a possibilidade de cursar o ensino médio e ao mesmo tempo recebe a formação para atuar na educação infantil. Nesse caso, o curso tem duração de quatro anos. Já a modalidade de aproveitamento de estudos é destinada ao aluno que possui formação no ensino médio, mas deseja ter habilitação para trabalhar como educador infantil. Nessa situação, o curso tem duração de um ano e seis meses.

Durante a formação, o aluno recebe orientação pedagógica, humana e filosófica. Ele aprende formas de ministrar aulas e de trabalhar conteúdos específicos nas áreas de Português, Matemática, Ciências, História e Geografia. “Com as crianças, a Matemática, por exemplo, é trabalhada por meio das formas, cores, tamanhos e texturas. Já nos conteúdos de História e  Geografia trabalhamos com a formação de valores, como atividades em grupo, respeito as opiniões dos outros, questões da convivência social", exemplifica a professora de História da Educação da Escola Estadual Professor Guerino Casassanta, Elizabete Rodrigues de Oliveira e Souza, uma das formadoras de profissionais da educação infantil no Curso Normal.

Na EE Professor Guerino Casassanta, estrutura das escolas que ofertam a educação infantil é representada em maquete. Foto: Arquivo da EscolaO estudo da educação especial, para o trabalho com a inclusão, e as aulas de Filosofia e aspectos antropológicos, que auxiliam na compreensão humana, também fazem parte da formação do educador infantil que ao longo do Curso estuda cada etapa do desenvolvimento da criança.

Com o objetivo de aplicar o que aprendem em sala de aula, o Curso Normal também prevê uma carga horária de estágio que pode ser feita a partir do primeiro período do Curso. São 800 horas de contato com a prática. “Pedimos a parceria das secretárias municipais de educação para o estágio de nossos alunos, uma vez que o atendimento da educação infantil está, em sua maioria, nas escolas municipais. Quando estão no estágio, os nossos alunos devem fazer relatórios nos quais apresentam as experiências vividas. O estágio pode ser feito desde o começo do curso. Em um primeiro momento, o foco do estudante deve ser na observação e no monitoramento. Depois, entra a parte da regência”, explica a coordenadora de estágio da Escola Estadual Regina Pacis, no município de Raul Soares – Zona da Mata, Geralda Rodrigues de Oliveira.

Na EE Regina Pacis, os alunos do curso desenvolvem atividades de extensão junto à comunidade. Foto: Arquivo da Escola

Atividades que vão além das salas de aula

Além de adquirem formação, em nível médio, para lecionarem em escolas de educação infantil, os alunos do Curso Normal também desenvolvem atividades complementares com o objetivo de aperfeiçoarem os seus conhecimentos na carreira de educador. Na Escola Estadual Regina Pacis, os cerca de 120 alunos do Curso desenvolvem atividades junto à comunidade.

Nos projetos ‘Comunidade na Escola’ e ‘Escola na Comunidade’, os estudantes do Curso de educação infantil trabalham oficinas educativas a partir das teorias adquiridas nas salas de aula. A ação é voltada tanto para as crianças de zero a cinco anos, como aos pais e demais familiares.

EE Professor Guerino Casassanta realizou no início do mês seminário sobre educação infantil. Foto: Arquivo da SEE“Todos os projetos que desenvolvemos na escola estendemos ao Curso Normal. Os alunos fazem oficinas e criam brinquedos com material reciclável, além de apresentarem peças de teatro sobre higiene pessoal para as crianças. Oficinas de imã de geladeira com gesso e pintura de rosto também são trabalhadas com a comunidade. Os projetos ocorrem uma vez ao ano. Esse trabalho é uma forma de colocar em prática o que os futuros educadores aprendem em sala. O professor da educação infantil tem que ser bem criativo e o projeto estimula isto”, explica a coordenadora do curso, Cláudia Mara Alves Barros.

Na Escola Estadual Professor Guerino Casassanta, os cerca de 200 alunos do Curso Normal participaram, em agosto, de um seminário sobre educação infantil, organizado pela própria escola. “A orientação, inicialmente, foi de fazer uma semana de educação para agregar informações aos nossos educadores e alunos. Tivemos palestra sobre temas como primeiros socorros e prática da inclusão. Agora estamos pensando em repetir algumas dessas apresentações, as que tiveram mais procura, porém dessa vez em forma de oficinas”, explica o diretor da escola, Joubert Bustamante Júnior.

Com várias ações voltadas à formação de profissionais para atuarem na educação infantil, o Curso Normal prepara o professor para trabalhar com a criança no momento em que inicia sua vida escolar. Walkiria Adriane dos Santos, entrevistada no início da matéria, também desenvolveu suas habilidades profissionais com a formação no Curso.  Na creche em que trabalha, ela mudou sua postura ao entender que o educador, antes de ajudar o seu aluno, deve conhecê-lo. “Antes, quando pedia a um aluno para fazer um desenho do seu próprio corpo e achava que faltava algo, eu falava com ele que não estava certo. Hoje, eu entendo que a criança retrata no desenho o conhecimento que ela tem do seu próprio corpo. Sei que quanto mais ela conhecer seu corpo, melhor será seu desenho. Então procuro estimular o aluno a observar mais o seu desenho, ou seja, se ele não desenhou o nariz, pergunto para ele se não existe no rosto algo que fica entre os olhos e a boca”, explica a professora.

Com o aumento do interesse na área de educação infantil, a professora resolveu dar continuidade aos seus estudos e hoje faz faculdade de Pedagogia. “Acho legal, estou no começo do curso superior e estudo várias coisas que tinha aprendido no Curso Normal”, completa.

Fonte: Portal da Educação - Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais

8 comentários:

  1. Meus sentimentos para esses estudantes. Serão professores a vida toda e nunca serão reconhecidos pelos governantes. Terão de sobreviver com um salário medíucre. Pobre coitados .... Digo isso porque já fui professor, hoje estou em outra profissão. Qualquer profissão é melhor do que ser professor....

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  2. E que professor! Escrevendo deste modo "medíucre" você certamente não deveria ser um bom mestre e não poderia mesmo aspirar a um cargo mais elevado na carreira e um salário mais digno. Hoje em dia as pessoas escolhem uma profissão pelo salário e não por aquilo que gostariam de fazer. E é aí que mora a insatisfação. Para quem gosta do que faz, o salário torna-se uma coisa secundária. Quem não gosta de ser professor, então que mude de profissão. Os alunos irão agradecer.

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  3. E quem disse que ser professor é ser qualificado? A maioria só sabe fazer o que está escrito e com exemplos deixados pelos escritores no livros. Que tal fazer um teste ? Alunos, levem exercícios para os professores resolverem na sala de aula ? Levem questões de vestibulares, a maioria não sabe resolver. Façam o teste ? vejam se estão bem formados e preparados.

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  4. Ao anônomo das 13:29,vc disse certo professor não esta qualificado e sim habilitado.Agora talves vc que fazer o que eles fazem, mas para isso habilita-se.

    qualificado-com curso tecnico
    habilitado-com curso superior
    capacitado-recebe instrução no minimo 44h por um habilitado para exercer determinada função.

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  5. Por isso que o Brasil não vai pra frente. Uns dizem que trabalham por amor a profissão, outros falam que são habilitados. Então meus amores, vão até o supermercado, ao banco, ou a qualquer outro local e digam: "Vim pagar uma conta por amor a minha profissão, sou habilitado". O negócio é ser bem remunerado. Ninguém paga conta com amor ou habilitação. Esse negócio de cursinho aqui, outro ali, carga horária lá, nada resolve. Infelizmente é a realidade. Toda vez que muda um governo, os educadores pagam um "MICO" diferente com cursos que não levam a nada...

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  6. O Brasil está indo pra frente sim e muito bem. Agora, se você não gosta de ser professor, se sente um frustrado e quer brigar mesmo é por dinheiro, então procure outra profissão e seja feliz.

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  7. Não estou do lado de quem é a favor ou contra estudar pra ser professor.Profissão mal remunerada + Pessoas mal alimentadas + dificuldades de apredizagem = Má formação.

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  8. Vamo atualizar gennnnteeee ! Não existe esse neocio de professor mais não !!!!!!!!!! Agora é tudo virtuallllllllll.......

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