Publicamos, abaixo, duas poesias do escritor e poeta Jaeder Teixeira Gomes, para apreciação dos leitores. Jaeder é de Vermelho Novo e reside atualmente em Timóteo (MG).
BORBOLETA, EM DOIS ATOS
Pousando na flor, tão leve, que esta deu leve suspiro, não sei se acordando ou por puro prazer, borboleta imprudente deixou-se ficar. As asas regendo o compasso do vento, bandejas vendendo porções de arco-íris.
Um humano se estaca defronte a esta cena. Vai sendo arrastado pro fundo da paz. E não resistindo àquela beleza, a toma entre os dedos, por puro prazer de ver-se mais forte que a vida ao redor
Pequena e indefesa, trazendo por força somente a beleza, a gentil borboleta se esforça na luta; ser livre é seu lema. O humano vacila e ela se vai, deixando em suas mãos, um pólen de vida.
Ficou o humano. Com ele, a amargura por ver que a vida é tão natural que a ele não pede atestado, nem nada. E que a estupidez que é sua parceira nem cede-lhe o mérito de espectador.
Pousando na flor, tão leve, que esta deu leve suspiro, não sei se acordando ou por puro prazer, borboleta imprudente deixou-se ficar. As asas regendo o compasso do vento, bandejas vendendo porções de arco-íris.
Um humano se estaca defronte a esta cena. Vai sendo arrastado pro fundo da paz. Achou-se pequeno pra tanta beleza. E mais borboletas vieram dançando, chamando-o pra festa. Deixou que sua alma, regida com o vento, com tanta leveza, ali se sentisse de volta pro lar, com suas amigas, feliz a brincar.
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QUEM SOU EU?
Quem sou eu
Para sorrir de um jeito inconfundível,
Para abraçar de uma forma irrecusável,
Pra proteger o melhor que me for possível
E para amar com o amor imensurável?
Quem sou eu
Pra gerenciar cada caminho do meu filho,
Para ensinar todo o compêndio desta vida,
Pra colocar os seus projetos sobre os trilhos,
Pra conceder-lhe a batalha já vencida?
Quem sou eu
Para pinçar da humanidade só a virtude,
Selecioná-la e plantar nos corações
E dar-lhe sombra, água fresca e saúde,
Até que reine absoluta entre as nações?
Quem sou eu
Para ensinar que cada pedra, ao caminhar,
É uma oficina de saber, se bem aceita?
E quem sou eu para, afinal, determinar
Se uma existência está pronta pra colheita?
Jaeder Teixeira Gomes
Lindas as poesias! É uma inspiração da alma do artista que purifica também a nossa alma.
ResponderExcluirParabéns, Jaeder!