terça-feira, 2 de agosto de 2011

Ferrovias abandonadas deverão ser retomadas pela União para restabelecer o tráfego de trens

Na Zona da Mata, alguns trechos constam que estão em funcionamento.

imageA União pretende retomar 33 áreas ferroviárias localizadas em diversas partes do país para restabelecer o tráfego de trens. Na Zona da Mata, trechos que constam como em funcionamento, ficaram abandonados. Em alguns pontos a linha foi retirada. Em Ubá, um patrimônio que pertence ao governo federal, teve outro destino.

No meio da paisagem urbana quase não dá para ver boa parte da linha férrea que cortava Ubá, na Zona da Mata mineira. No caminho que era dos trens uma rua de chão tomou conta e os trilhos foram retirados. Estão largados bem ao lado. Em outro ponto uma praça bem em cima da linha, só ficou no chão a marca da extinta rede ferroviária. Outras partes da ferrovia foram asfaltadas, viraram avenidas e até passeio. Em Visconde do Rio Branco a linha é apenas uma lembrança. Foi substituída pelo calçamento.

Apesar de ser uma área federal, em diversos pontos as moradias invadiram o espaço de propriedade da União e houve intervenções das Prefeituras da região, como a de Ubá. “Posso retirar tudo se eu for acionado”, afirma o prefeito de Ubá, Vadinho Baião.

Trechos da antiga estrada conhecida como 'linha mineira', que ligava Belo Horizonte ao Rio de Janeiro. As ramificações passavam por diversas cidades dos dois estados. O auge da movimentação foi da década de 70 até meados dos anos 90.

Em Ubá a linha férrea foi desativada em 1996, depois da privatização do trecho. Há 15 anos o trem não passa pelos trilhos que hoje são apenas a lembrança de um passado recente.

Recuperação

Mas uma resolução da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) determina a recuperação de 33 áreas ferroviárias no país, incluindo o trecho em Minas Gerais, uma das maiores malhas brasileiras. A medida indica a possibilidade da volta do funcionamento de algumas linhas e reacende uma questão: a presença de construções irregulares nessas áreas, o que é proibido por lei. “As Prefeituras foram deixando isso acontecer ao longo das décadas e aí virou o que é hoje”, afirma o presidente da ONG Movimento Nacional Amigos do Trem, Paulo Henrique do Nascimento.

As concessionárias que administram as linhas terão até setembro para apresentar o cronograma de obras. Com o abandono e o esquecimento, só sobrou destruição. Em Cataguases (distrito de Barão de Camargos) vagões velhos, apodrecendo. Em São Geraldo muita coisa foi levada da antiga estação por vândalos. Em Chiador as ruínas são o que sobrou da história da primeira estação de Minas Gerais. Ficou pronta em 1869 e foi inaugurada por Dom Pedro II.

Abandono

Em todo país, segundo entidades de defesa do movimento ferroviário, são mais de 52 mil imóveis que não foram cedidos para as concessionárias. São galpões, escritórios, oficinas e estações ferroviárias como a de Além Paraíba, que ficaram completamente abandonadas durante décadas.

A Estação Porto Novo foi inaugurada em 1874, um dos 1.500 bens da extinta rede ferroviária federal em Minas. Uma liminar da 2ª Vara Federal determinou o escoramento de parte das paredes A reforma pode incentivar, segundo os especialistas, o turismo nestas regiões e devolver um patrimônio histórico importante para a memória do país.

A 'linha mineira' como é chamada, liga Belo Horizonte ao Rio de Janeiro. São cerca de 600 quilômetros. Há outras cidades da região que terão que devolver as terras ao governo, entra elas Astolfo Dutra, Dona Euzébia, Cajuri, Coimbra, São Geraldo, Teixeiras e Viçosa. No caso de ocupação por moradia, não há direito de usucapião.

Fonte: Mega Minas.com (matéria sugerida por Pedro Leal)

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