Nada melhor para se ter um retrato fiel de uma realidade do que o próprio personagem sentir na pele e descrevê-la nos seus mais marcantes detalhes. E foi isso o que aconteceu com um de nossos leitores, onde ele descreve o calvário por que passou para conseguir atendimento médico para um membro de sua família.
Pediu para que seu nome não fosse revelado, mas permitiu que publicássemos o seu depoimento:
"Nas duas ultimas semanas, passei por dois momentos diferentes na área da saúde (no Hospital) aqui em Raul Soares, com pessoas da minha família, e pude ver como o nosso município está atrasado, não só em relação à famosa gripe suína, mas também na Atenção Básica.
No primeiro caso, com atendimento particular, a dificuldade para fazer um simples exame de RX, pois o setor só funciona em alguns horários e, se for emergência, o paciente tem que buscar e levar em casa (de táxi) a funcionária responsável pelo setor. Se um sai de férias, o setor permanece fechado, não há substituição. Com relação ao procedimento ortopédico realizado no Hospital, os médicos foram excelentes, o anestesista veio de Abre Campo unicamente para o procedimento, não temos queixa, o atendimento no período curto de internamento foi muito bom, os funcionários com um atendimento nota 10, só notei uma certa revolta entre eles por causa das condições de trabalho, que são péssimas, os salários baixos, um auxiliar/técnico de enfermagem ganhando igual a uma faxineira, e a situação instável e trabalho.
No segundo caso, o atendimento foi feito pelo SUS, a pessoa só foi atendida com dignidade porque eu conheço bem a médica que estava de plantão, e solicitei a ela, com urgência, um pedido de raio X, liguei para o secretário de saúde solicitando orientação, e conseguimos um encaminhamento para Ponte Nova, e, a paciente foi removida por seus próprios meios porque o município não disponibiliza com facilidade um carro. A pessoa está internada e será submetida a uma cirurgia ortopédica.
As perguntas ficam no ar: e as pessoas simples, humildes, a maioria analfabeta, sem condição financeira e até condição primária para reivindicar os seus direitos?
A nossa preocupação é grande quando os "maiorais" dizem: ”... em todo lugar é assim, não tem jeito...” Será que temos que deixar a “nossa” cidade igual a todas as outras, ou podemos lutar para que ela seja diferente, e melhor, para todos os seus moradores, aqueles que são nativos, como também para aqueles que aportaram por aqui em busca de uma vida com mais qualidade, como é o meu caso?
Como fica o cumprimento de nossa Lei Maior, a Constituição, que diz que “ ... a saúde é direito de todos e dever do Estado...” ?
O que podemos fazer para modificar isto que está aí? Será que ainda tem conserto?
Como se explica esta passividade da população de Raul Soares, deixando as coisas se deteriorarem e que a sua cidade se transforme num lugar sujeito a comentários quase grosseiros, como ouvi ontem no Hospital Arnaldo Gavazza, em Ponte Nova? Parece que eles já estão perdendo a paciência, em conseqüência da quantidade de pessoas de Raul Soares que vão todos os dias para lá. É mais fácil praticar a famosa “ambulancioterapeia”.
Afinal, o município de Raul Soares é o maior da região, mas se comporta como uma “aldeiazinha”, onde tudo “já teve”, e ninguém faz nada para modificar isto.
Pascoal, isto é somente um desabafo. Não gostaria de publicar. O que sonho é a união de pessoas sérias para encontrar uma maneira de modificar para melhor o que está aí, sem paixões políticas, religiosas, ideológicas, etc., apenas como cidadãos que querem um futuro melhor para as próximas gerações, e façam alguma coisa para salvar a “nossa cidade”. Digo “nossa” porque esta é a terra de meus antepassados: mãe, irmãos mais velhos, avós e por isto me sinto no direito de considerá-la como minha terra também (por livre escolha).
Desculpe o desabafo, mas você é uma das poucas pessoas preocupadas com o bem estar da população, e que cumpre o seu papel com isenção e ética."
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Pascoal, infelizmente esta é nossa realidade
ResponderExcluire não tem como não misturar política nisso,
porque este caus é todo consequência de uma
administração pública irresponsável e "pequena",
que se nega a ter compromissos com as necessidades
reais do povo de Raul Soares.Acho que o Ministério
Público seria nossa única possibilidade de alguma
luz no final do túnel, porque lá "na nossa prefeitura"
somos tratados com cinismo e mentiras escancaradas, é
onde só um pequeno grupo está levando vantagens
"mamando à vontade" e ainda contando vantagens disso na rua!!!!!!
ADORO IR A RAUL SOARES,MAIS INFELISMENTE A CIDADE ESTÁ ACABANDO,NAO É SO NA AREA MEDICA E SIM EM ALGUNS ASPECTOS.
ResponderExcluirNAO EXISTE UM LOCAL DE DESCONTRAÇAO PARA OS JOVENS DESTA CIDADE FUI AI VI E FIQUEI BOBA, AMO RAUL MAIS ELA TÁ MAIS PARECENDO UMA VILA DO QUE CIDADE.
UMA VILA DE GENTE ESQUIZITA E MAL ENCARADA!!!!!
ResponderExcluirO hospital de Raul Soares precisa e deve ser amparado pela prefeitura e só é aceitável dizerem que não têm condições financeiras para isto,se nos mostrarem as contas, a contabilidade, a receita de nosso município, o que aliás é um direito de todos nós.Prestação de contas da administração pública é um direito nosso, precisamos saber, como e em que nosso dinheiro está sendo usado!
ResponderExcluirOS VEREADORES TÊM A OBRIGAÇÃO DE PEGAR A PRESTAÇÃO DE CONTAS DO MUNICIPIO E APRESENTÁ-LAS AO POVO. ELES NÃO ESTÃO A SERVIÇO DO PREFEITO E SIM DA POPULAÇÃO.SÃO OS NOSSOS REPRESENTANTES OFICIAIS E NINGUÉM ASSINOU PAPEL EM BRANCO PRA ELES NÃO!
ResponderExcluirPrecisamos de novos médicos...
ResponderExcluirO hospital está doente...
ResponderExcluirMas o médicos daqui sempre barraram a entrada de novos médicos. Agora eles também estão doentes e vão consultar em outros hospitais.
Agora "guenta nóis"
ResponderExcluirO que quer dizer isto? "Agora guenta nóis..."?
ResponderExcluirPara mim, são todos um bando de IRRESPONSÁVEIS!!!!
ResponderExcluir