A promoção de saúde bucal está inserida num conceito amplo de saúde que transcende a dimensão meramente técnica do setor odontológico, integrando a saúde bucal às demais práticas de saúde coletiva. Significa a construção de políticas públicas saudáveis, o desenvolvimento de estratégias direcionadas a todas as pessoas da comunidade, como políticas que gerem oportunidades de acesso à água tratada, incentive a fluoretação das águas, e assegurem a disponibilidade de cuidados odontológicos básicos apropriados. Ações de promoção da saúde bucal incluem também trabalhar com abordagens sobre os fatores de risco ou de proteção simultâneos tanto para doenças da cavidade bucal quanto para outros agravos (diabetes, hipertensão, obesidade, trauma e câncer) tais como: políticas de alimentação saudável para reduzir o consumo de açúcares, abordagem comunitária para aumentar o autocuidado com a higiene corporal e bucal, política de eliminação do tabagismo e de redução de acidentes. O Programa de Saúde Bucal e a equipe que o compõe deve estar capacitada a oferecer, de forma conjunta e descentralizada, ações de promoção, proteção, prevenção, tratamento, cura e reabilitação, tanto no nível individual quanto no coletivo.
O Programa de Saúde Bucal pode ser implantado nos municípios que já contam com cobertura do Programa Saúde da Família, em duas modalidades: na modalidade 1, a equipe é composta por um dentista e um auxiliar de consultório dentário (ACD), pela qual o município recebe R$ 1.700,00 mensais. Já na modalidade 2, a equipe conta, ainda, com um técnico de higiene dental (THD), com recurso para custeio de R$ 2.200,00.
Segundo dados do Ministério da Saúde, existem implantadas no Estado de Minas Gerais, 1.694 equipes de saúde bucal, responsáveis pela cobertura de 44% da população mineira, cobrindo mais de 8,5 milhões de pessoas.
Com a publicação da portaria nº 1.071, no Diário Oficial da União do dia 30/05/08, a população do estado de Minas Gerais passa a contar com 150 novas equipes de saúde bucal no âmbito do Programa Saúde da Família (PSF), sendo 21 municípios mineiros a receber R$ 7 mil para a implantação de cada equipe e passando a receber recursos mensais para o custeio do serviço, a título de incentivo, de acordo com a modalidade implantada.
Para esclarecimento: estas equipes são implantadas a pedido do município, através de projetos bem elaborados e encaminhados, após aprovação do Conselho Municipal de Saúde e CIB/Estadual (Comissão Intergestores Bipartite) e encaminhamento ao Ministério da Saúde para aprovação final.
Na relação constante no site da Secretaria Estadual de Saúde, dos municípios que serão contemplados com equipes de Saúde Bucal (e Raul Soares não consta nela), Bom Jesus do Galho, aqui bem pertinho de nós, será contemplado com duas (02) equipes e os municípios de Amparo do Serra e Urucânia, também nossos vizinhos, serão contemplados, cada um, com duas (02) equipes.
E em São Pedro dos Ferros, nosso vizinho mais próximo, o Programa de Saúde Bucal funciona há quatro anos, com 03 (três) equipes, cobrindo 100% da população, avaliado pela Gerência Regional de Saúde/GRS/Ponte Nova, como referência, tendo em vista a qualidade do trabalho oferecido.
E Raul Soares, mais uma vez, está fora deste Programa, centralizando seus serviços e obrigando os usuários do SUS a dormir nas filas na porta do PAM, para marcar consultas com dentistas, sabe lá Deus prá quando...
Mais uma vez perguntamos: por que Raul Soares, que é considerada a segunda maior cidade pertencente a GRS/Ponte Nova, continua atrás dos demais municípios, na área da saúde?
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