terça-feira, 10 de junho de 2008

Aterro controlado de Raul Soares é lixão a céu aberto

Por sugestão do membro do Conselho Municipal de Saúde de Raul Soares, Paulo Ciríaco, fizemos hoje uma visita ao Aterro Controlado em Valas, de Raul Soares. De imediato constatamos que o mesmo não tem nada a ver com “aterro controlado” e pode continuar sendo chamado mesmo de lixão, pois na verdade não segue as normas exigidas pela legislação para a cobertura dos resíduos sólidos coletados na cidade, provenientes das residências.

Verificamos que na fase de operação não está sendo feita a impermeabilização do local, de modo a minimizar riscos de poluição, e a proveniência dos resíduos não é devidamente controlada, pois havia lixo hospitalar misturado ao domiciliar. O biogás não está sendo extraído e nem as águas lixiviantes estão sendo tratadas. A deposição não está sendo feita por células, nem as valas estão sendo cobertas em tempo hábil. De acordo com as normas, a cobertura dos resíduos tem que ser feita diariamente e, segundo nos informou um dos catadores de lixo, José da Conceição (Gaguinho), há mais de um mês que essa cobertura não é feita. A área de lixo a céu aberto já ocupa um espaço do tamanho equivalente a um campo de futebol e é disputada com, além dos catadores, cães, urubus, ratos, baratas e até garças.

Três catadores de lixo dominam a área, recolhendo plásticos, metais, madeiras e até restos de comida que são utilizados, segundo eles, para engorda de porcos. Pelo que nos informaram, suportam trabalhar nessa área contaminada por microorganismos nocivos à saúde porque conseguem com a venda do lixo reciclável uns R$ 2.000 aproximadamente por mês. Um deles já tem história nessa área, pois já trabalhou nos lixões de Ouro Preto, Ponte Nova e Viçosa. Foi obrigado a se deslocar para Raul Soares porque essas cidades extinguiram o lixão e adotaram agora o Aterro Controlado.

A bem da verdade, o verdadeiro Aterro Controlado de Raul Soares, que consumiu a absurda cifra de R$ 361.992,92 e está com ação na justiça por suspeita de superfaturamento, foi concluído há mais de um ano e até o momento não entrou em funcionamento.

Clique nas fotos para ampliar

Um comentário:

Todos os comentários são moderados e não serão aceitas mensagens consideradas inadequadas.