segunda-feira, 8 de maio de 2017

“Não acabou o sonho americano, acabou uma família”, diz esposa de mineiro encontrado morto na fronteira entre México e EUA

imageMais um brasileiro que tentava a sorte de entrar nos Estados Unidos ilegalmente pelo México acabou em tragédia. Após a morte de Fabrício da Silva Santos, de 31 anos, na última sexta-feira (5), a esposa dele, Monike da Paz, desabafou em uma carta contando que eles estavam no país quando foram presos pela imigração, mas somente o marido foi deportado, e que o sonho americano ‘acabou com a família’ (confira a íntegra ao fim da matéria).

 

Natural de Guanhães, no Vale do Rio Doce, Fabrício morreu durante travessia do México para os Estados Unidos. O corpo foi encontrado por autoridades no rio Bravo, no município de Díaz Ordaz, no México. Ele tentava retornar ao país para ficar com a mulher e o filho de apenas um ano.

Uma “vaquinha virtual” foi organizada através do site Go Fund Me (confira aqui) com a finalidade de arrecadar o dinheiro suficiente para o pagamento do traslado do corpo. Em pouco mais de 20 horas, a família arrecadou os 10 mil dólares solicitados.

Confira a carta divulgada pela esposa de Fabrício:

Quando resolvemos deixar o Brasil, colocamos nos sonhos no coração e um objetivo na cabeça “viver o sonho americano”. Atravessamos o México há 6 meses, com um filho no colo e um desejo de realização! Infelizmente a vida nos surpreendeu fomos presos, a imigração liberou somente eu e meu filho! Fui acolhida por amigos e familiares.

O que me mantinha de pé era olhar para o rostinho do meu filho e a expectativa de rever meu marido! Nesses seis meses ele tentou duas vezes a travessia, agora não só pelo sonho americano, mas também para estar perto do nosso filho de 1 ano e da família. Infelizmente, na última tentativa, recebemos a notícia que ele estava preso na terça-feira, e ontem [sexta-feira] que ele estava morto.

Ter o meu marido pai do meu filho morto dentro de um carro totalmente deformado, não acabou o “sonho americano”, acabou uma família, a minha, e duas que deixamos pra trás a minha e a dele! Não temos condições de buscar o corpo no México para enviar ao Brasil. Quero dar ao meu marido o pai do meu filho, ao ser humano sonhador que pagou com a própria vida pelo sonho americano (sic).

Com informações do Portal Aconteceu no Vale

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