Depois de 13 dias aguardando transferência pelo SUS Fácil, paciente de Santana do Tabuleiro morre a caminho do hospital

Wagner Moraes Pires Anastácio, de 38 anos, morador do Córrego da Conquista, em Santana do Tabuleiro, distrito de Raul Soares, aguardava uma transferência pelo SUS Fácil, sistema estadual para busca de leitos, desde o dia 8 de janeiro. O paciente precisava de um leito de UTI, mas os hospitais da região não possuíam leitos disponíveis.

 

Na manhã dessa sexta-feira (20), após 13 dias, quando Wagner conseguiu um leito, ele foi transferido para o Hospital Arnaldo Gavazza, em Ponte Nova, mas acabou morrendo a caminho do hospital. Segundo Cláudia Pires, irmã de Wagner, o paciente sofreu duas paradas cardiorrespiratórias. A remoção do paciente aconteceu às 6h e ele veio a óbito por volta das 8h30.

Cláudia lamentou a morte do irmão e espera que o caso de Wagner, assim como o de outros pacientes que necessitam de um leito em caráter de urgência e emergência, sirva de exemplo para que as autoridades de saúde e os governantes possam prestar um atendimento mais adequado no Sistema Único de Saúde (SUS).

Wagner estava internado na Sala de Emergência do Pronto Atendimento Microrregional (PAM) em Caratinga depois de se envolver em um acidente de moto. O acidente aconteceu em 6 de janeiro, uma sexta-feira. A vítima estava na garupa de uma moto, quando sofreu uma queda e rompeu o baço, maior órgão do sistema linfático (que ajuda na defesa do organismo) do corpo humano. Com a ruptura do baço, Wagner precisou passar por uma cirurgia para a remoção do órgão.

Cláudia contou que o irmão teve complicações pós-operatórias. Ele estava sedado, entubado e respirava com a ajuda de aparelhos, precisando de um tratamento médico mais especializado, pois seu estado de saúde era grave.

Durante a gravação da reportagem, Cláudia fez um desabafo: "A família está toda empenhada e a gente tem fé que ele sairá daqui. Porque é um homem trabalhador, pai de quatro filhos tem a vida inteira pela frente. E, está aqui precisando de tratamento. Se continuar ali vai morrer! Tenho um irmão que morreu ali no mesmo lugar há três anos. Não conseguiu sair daqui e morreu. A gente está vendo a situação se repetir e nos sentimos com as mãos amarradas porque não podemos fazer nada. O apelo que a gente faz para as autoridades é que elas olhem mais pelas pessoas internadas, porque precisa de vaga. Já tivemos dez recusas. Estão vendo que o quadro dele está grave e estão recusando, por quê? Ele está em estado grave, mas é uma vida que eles têm de salvar", desabafou a irmã.

Com informações da TV Super Canal