domingo, 5 de outubro de 2014

Dependência Química. O que fazer?

Apoio da família e amigos é essencial para os dependentes.

imageEspecialistas de todo o mundo apontam: a dependência química é um transtorno sério, que deve ser identificado o quanto antes, pois pode levar até à morte. Embora o senso comum aponte pessoas dependentes de drogas como sem força de vontade ou bom senso, a verdade é que elas precisam de tratamento e ajuda profissional adequada.

 

O psicólogo Marcelo Parazzi, que atua na clínica terapêutica Viva (que tem unidades nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Pernambuco, Ceará, Maranhão e no Distrito Federal), explica que muitas vezes o próprio dependente não entende que tem o problema. Nesses casos, a participação de familiares e amigos próximos é fundamental.

“É preciso procurar uma abordagem carinhosa, pois agressões físicas ou verbais são prejudiciais neste momento. A conversa deve acontecer depois da pessoa ter conseguido descansar e, se possível, sem estar sob o efeito de alguma substância psicoativa”, explica.

Parazzi destaca que é natural que as pessoas dependentes sejam mais receptivas quando percebem que os familiares e amigos estão sendo amistosos. Nesse caso, fica mais clara a intenção de ajudar, bem como é facilitada a abordagem sobre o tratamento necessário.

“Alguns exemplos podem ser dados, como os de perdas na vida da pessoa depois do início do uso das drogas. Também é importante mostrar os ganhos posteriores ao tratamento, sem usar acusações e dando espaço para que a pessoa tenha a possibilidade de refletir sobre seus atos, dando espaço para que ela se abra”, pontua.

Muitas vezes é preciso contar com a ajuda de um profissional que poderá ajudar na abordagem.

“É necessário ter ao lado da família uma pessoa capacitada para avaliar o caso e ajudar nas tomadas de decisões. É levado em conta o nível de dependência de cada paciente para indicar o tratamento adequado”, destaca.

O médico psiquiatra Jorge Jader, presidente da Associação Brasileira de Álcool e Drogas (Abrad), destaca para os riscos de droga como o crack, que, por seu baixo custo e pelo alto poder de viciar os usuários, é uma das que mais preocupam os especialistas.

“O descontrole do dependente interfere muito fortemente no funcionamento familiar, causando uma verdadeira devastação na família. Drogas como o crack podem matar muito rapidamente, em questão de semanas. É uma droga muito barata, encontrada com facilidade. Muito rapidamente, depois de experimentar o crack, ele se torna dependente para sempre”, pontua.

Jader explica que o crack atua no cérebro produzindo um grande estímulo de satisfação e, por isso, o vício. Entretanto, depois de experimentar a droga em busca de prazer, a pessoa passa a ter a necessidade de retomar o uso para evitar o mal-estar.

“Ele simula aqueles produtos normais do organismo. À medida que vai sendo utilizado, o organismo vai deixando de produzir as substâncias que trazem felicidade e satisfação. Como não está preparado para dar a satisfação que o usuário queria, ele precisa rapidamente usar outra dose”, explica.

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