O câncer de pênis é uma doença rara em países desenvolvidos, representa menos de 0,5% de todos os cânceres que atingem o homem; contrariamente ao que ocorre em regiões de baixo padrão sócio econômico. No Brasil, afeta 2,1% da população, chegando a 16% no Maranhão, onde supera os casos de câncer de próstata. Isso faz com que o Brasil ocupe o terceiro lugar nesse dramático ranking perdendo, apenas, para Índia e Uganda. Cerca de mil brasileiros têm o pênis retirado, por ano, devido ao diagnóstico avançado da doença.
Falta de informação, dificuldade de acesso à assistência médica, demora para procurar atendimento especializado (50% dos pacientes acometidos pelo câncer demoram um ano para procurar atendimento médico) são as principais causas dessa triste realidade.
Sabe-se que a falta de higiene local é o principal fator para o desenvolvimento da doença. O acúmulo do esmegma (secreção produzida na glande) pode causar uma inflamação, que evolui para o câncer. A presença de fimose dificulta ou impede uma higienização adequada, a infecção pelo HPV (papiloma vírus humano) também se associa com o câncer de pênis.
Os sintomas são lesões vegetantes, ulcerações e inflamações que não cicatrizam com o tratamento clínico. Na fase avançada, o paciente pode apresentar gânglios inguinais (ínguas na virilha) que indica a progressão da doença (metástases). O diagnóstico é realizado a partir da história e exame físico, sendo confirmado com a biopsia. O tratamento, na fase inicial, é feito com medicações tópicas e pequenas excisões do tumor. A preocupação é sempre preservar a maior quantidade de tecido peniano para manter as funções s sexuais e urinárias. Porém, quando numa fase avançada é necessária a amputação parcial ou total do pênis.
Diante dessa triste realidade, é preciso conscientizar todos os homens a lavar o pênis diariamente, ensinar os filhos desde cedo a fazer a higiene local, usar preservativo nas relações sexuais e tratar a fimose. No caso de qualquer lesão suspeita procurar um médico, pois a demora do diagnóstico pode custar a perda do órgão.
Texto produzido inteiramente por: Leonardo Reis Cotta/Médico Urologista do Hospital Arnaldo Gavazza.
Clarissa Guimarães
Assessoria de Comunicação
Hospital Arnaldo Gavazza
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