Por Nélio Azevedo
O programa “Na Moral” do Pedro Bial, tal e qual o programa da Fátima Bernardes e os momentos que deveriam ser a hora da virada da Nina na novela das oito que passa às nove horas da noite, se mostram grandes fracassos de audiência. O tal programa da Fátima não decolou a não ser no primeiro dia. Traz consigo uma fórmula que a TV Globo tenta impor aos espectadores que não condiz com a condição intelectual, moral nem social da grande maioria que assiste à TV aberta. Os assuntos propostos não são de domínio nem de interesse da grande maioria das pessoas desse país. O histórico da formação de opinião, ou melhor, da falta de formação de opinião somada ao baixo nível dos programas de TV, dos baixos níveis de educação e a falta de interesse por determinados temas fazem desse programa um grande fracasso, perdendo de balaiada para o SBT.
A Nina, heroína-vilã que luta contra os desmandos da vilã não conseguiu convencer os milhões de espectadores, alcançado 40 pontos (cada ponto equivale a 60 mil domicílios) nessa trama-idiota-arrastada onde parece ter só bandidos, todo mundo tem seu lado obscuro e safado; onde a heroína é tão bandida e idiota que sacrifica a todos ao seu redor pelo doce sabor da vingança num folhetim de quinta categoria. Prefiro assistir ao chaves e Cia.
O programa do Bial, esse então, nem se fala; deu até ânsia de vômito ao vê-lo se perguntando se a privacidade tinha acabado, como se ele não fosse o apresentador dessa porcaria chamada BBB onde o pessoal e o privado (ou será privada?) viraram o show onde a degradação humana é levada às últimas consequências a troco de dinheiro fácil. Agora ele nos brinda com uma proposta de discussão de outro tema o casamento homo afetivo, prometendo mundos e fundos e tudo não passou de um showzinho onde a intimidade das pessoas é colocada na sala dos lares brasileiros como se fosse de interesse de todos e não houve momento para questionamentos, não houve momento para perguntas nem para respostas, ao estilo do Faustão, as perguntas eram afirmações com ponto de interrogação no final. Não contribuiu em nada para engrandecer a discussão de um tema que não deveria ser colocado no palco e sim no congresso onde as questões do direito constitucional devem ser tratadas.
Coisas desse tipo me fazem lembrar um triste programa da Silvia Popovich em que ela coloca o Fernando Gabeira e o vetusto Coronel Erasmo Dias para debaterem a respeito da legalização da maconha. A baixaria estava garantida, uma bobagem que só tinha olhos para o IBOPE e mais nada. Infelizmente, a TV aberta no Brasil mostra o que as pessoas gostam, ou o que os apresentadores pensam que eles gostam? Será que o público gosta é dessa baixaria que Ratinho, Ximenes e aquele outro onde a roupa suja é lavada ao vivo e à cores na sala de estar das famílias brasileiras? Não sei porque, toda vez que esse assunto vem a baila me lembro de uma frase: “Pra quem é, bacalhau basta”!
Quando o indivíduo começa a achar tudo o que vê na TV ruim, as músicas atuais bem piores que as de décadas passadas, o comportamento dos pais permissivos demais e o dos filhos ousados e inconseqüentes é preciso que esse indivíduo se recicle. O mundo, as pessoas, os gostos mudam e a sabedoria adquirida com o passar dos anos deve fazer entender que, mesmo tendo reservado o direito de não gostar, é preciso entender que a vida é assim: mudanças existem e nunca agradam a todos. E o mundo não foi feito só para você. Portanto, adapte-se!
ResponderExcluirNélio disse:
ResponderExcluirCaro anônimo, mesmo não concordando com o seu ponto de vista, defenderei o seu direito de dizê-lo sempre. Diziam os filósofos gregos que o homem sábio é aquele que vive o seu tempo. Tenho tentado viver esse tempo que me é dado da melhor forma possível para mim e para os que me rodeiam. Isto não quer dizer que tenho que concordar com essa mediocridade e esta pasteurização do pensamento; não acho que as coisas são piores do que as das décadas passadas, talvez nem a música de hoje seja pior, nem melhor; apenas diferente. Mas, com certeza, as pessoas também são diferentes, se comportam de forma diferente, e tanto pais quanto filhos têm papéis difentes. No entanto, tenho sim, dificuldade de me adaptar a esse tempo em que a falta de respeito é uma marca, a falta de valores reais; um tempo em que não vislumbro muita coisa de bom para um futuro, pois, a alguns só interessa o momento. Carpe dien é a lei. Acho que estou ficando velho, mas lutarei com todos os meus neurônios para não ser um velhaco.
Novato ultrapassado e velhaco querendo ser novato, está fadado a viver no mato.
ResponderExcluirNélio......
ResponderExcluirConcordo com o seu comentário em gênero, número e grau. É muita banalice que nos querem enfiar goela abaixo como se fosse uma coisa normal. O único programa que salva na TV aberta é mesmo o Chaves, apesar da repetição.
Nélio......
ResponderExcluirConcordo com o seu comentário em gênero, número e grau. É muita banalice que nos querem enfiar goela abaixo como se fosse uma coisa normal. O único programa que salva na TV aberta é mesmo o Chaves, apesar da repetição.
Nélio, parece catalítico o teor da mídia, embora não temos o prazer do filtro em todos momentos da nossa rotina, concordo com o anônimo de 23:05, mas jamais hibernaremos por qualquer provocação que não foi criada pelo meu eu.
ResponderExcluirO homem solitário não é homem, para ser homem é necessário conviver com humanos.
Ok! Digo eu.
Concordo com o Nélio. Seu comentário está coerente com este tempo em que os valores e o respeito e a ética estão esquecidos. De fato o Chaves, Seu Madruga, a trama mexicana ainda tem espaço diante desses programas ridículos que estão na TV brasileira.Neide Galinari
ResponderExcluirCaro Nélio,
ResponderExcluirNão fazemos outra coisa a não ser nos reciclar todos os dias, para crescer. Mas ninguém venha nos dizer que reciclar é se curvar ao interesse de alguns poucos e trair nossos valores, só porque esses poucos têm o microfone e o holofote a seu favor. Isto é cultura, diriam. Mas que cultura é essa que alguém, muito pouco interessado nos rumos da nossa sociedade, apregoa e ordena que gostemos, para nos ter em suas mãos, com a ameaça de que, não aderindo, seremos tachados de antiquados, ultrapassados e coisas piores?
Devemos nos reciclar. Todos. Inclusive quem pensa que ser "acabrestado" por uma mídia mundana e imediatista é sintoma de sabedoria e modernidade.
Jaeder - Timóteo
Hei Neide, tem tantos programas que passam o tempo do nosso povo, sem ridicularizar os mexicanos que para alguém sorrír um ou outro tem que sofrer ou caír em uma situação qualquer, é parecido com as pegadinhas, alguém tem que tomar um tombo.
ResponderExcluirMas pense bem, se alguém for bem sucedido, tipo acertar na Mega Sena, ninguém vai sorrír, ocorre a inveja do famoso Ser Humano, no entanto só dá IBOPE aquilo que é possível entender sem usar o pensamento, sem utilizar os neurônios, devido a preguiça de nós humanos, consequentemente persistindo no Pecado Capital.
Veneranda da Faculdade.
Nélio disse:
ResponderExcluirQuanto ao comentário da Veneranda da Faculdade, a qual, enfatizou tudo da matéria, em poucas palavras: "Persistindo no Pecado Capital".
E o comentário do Jaeder foi mais além e muito maravilhoso com a frase: "Devemos nos reciclar".
E para concluír a colocação do anônimo 11:38, com a frase: "Parece catalítico o teor da mídia".
Carpe dien é a lei.
Nélio não disse isso aquí.
ExcluirValeu Nem, que matéria interessante?
ResponderExcluirEstou com voce quando diz: colha hoje(Cape dien), ou seja o presente é melhor que o futuro, viver intensamente todos os momentos é melhor que esperar o futuro abstrato.
Tiquinho.