quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Opinião de um leitor sobre o Movimento para a Volta das Mesas nas Ruas

Apesar de este Blog não ter emitido nenhuma opinião a respeito do assunto, até o momento as postagens sobre o Movimento para a Volta das Mesas nas Ruas foram de certa forma favoráveis a esse objetivo.

Na tentativa de ser imparcial e o mais democrático possível, e levando em consideração a solidez dos argumentos apresentados pelo leitor, achamos por bem também publicar esse seu comentário se posicionando contra o movimento, o qual transcrevemos abaixo.
“É difícil acreditar que pessoas que são altamente instruídas para o desenvolvimento ético, moral e social de nosso município, estão levantando uma bandeira de luta a favor de uma conduta transgressiva às leis e o bom senso. Nenhuma liberdade pode ser cerceada ao cidadão comum, quanto ao seu direito de ir vir por vias públicas, quando ele está em dias com suas obrigações de cidadania.
Muito me preocupa que esse manifesto para tal finalidade, tenha já em seu primeiro ato, o colhimento de centenas de assinaturas. Não Concordo com o manifesto e muito menos que ele seja direcionado dentro ou próximo a estabelecimentos que usufruíram em um passado recente, da calçada para fins comerciais; também por motivo que os mesmos possam coagir moral, social e culturalmente, seus frequentadores, funcionários e vizinhos, para assinatura do manifesto.
Já que os organizadores contam com apoio popular para atingirem a quantidade de assinaturas almejadas, deveriam trazer mais transparecia ao propósito, manifestando-se em locais diversos, como igrejas, escolas, empresas, regiões periféricas rurais e urbanas, associações, entre outras.

Fui frequentador nato dos bares e lanchonetes que usavam as calçadas para servirem seus produtos e por muitas vezes pude sentir que estava obstruindo ou estreitando passagens de pedestres, quando eu ali estava consumido alimentos e bebidas alcoólicas e não alcoólicas, com amigos e familiares. Lembro que uma vez duas senhoras já idosas ao descerem da calçada quase foram atropeladas. Isto foi no passeio da Rua Melo Viana, pois o mesmo estava repleto de mesas e cadeiras. Lembro-me também de uma jovem que, ao desviar da calçada pelo mesmo motivo na Praça José Domingos, teve seu calçado danificado no salto, o que lhe causou também além de constrangimento, aparentemente uma pequena lesão.

Eu pessoalmente pude sentir na pele a falta das mesas, e tenho consciência o quanto era importante para o lazer de nossa Raul Soares. Mas os tempos mudaram, o pais, o mundo e as pessoas em geral evoluíram e aquilo que era normal há bem pouco tempo, já ganha relevantes conotações de anormalidade no mundo de hoje. É preciso que as pessoas que, por motivos diversos, estejam defendendo esta deselegante postura que o manifesto propõem, sejam mais refletivas e, em vez de tentarem extirpar o direito do próximo para seu bem comum, exijam mais qualificações e comprometimento dos meios que comercializam o setor de lazer, entretenimento e alimentação pronta em nossa cidade; que cobrem também dos setores públicos e que os mesmo proporcionem aos seus contribuintes áreas devidamente estruturadas e qualificadas para esses fins.
Não vamos deixar nos levar pelas nostalgias ou pelas próprias dores umbilicais. Vamos para o caminho certo, o caminho da justiça e do bom senso. No final tudo se ajeitará e se, juntos, trabalharmos com dedicação e respeito, Raul Soares renascerá a cada dia, mais vívida e aconchegante.

Um leitor anônimo”