domingo, 28 de agosto de 2011

Crack - Várias opções, pouca esperança

O tratamento da dependência do crack é tão complexo quanto o rastro de destruição deixado pela droga. Um modelo eficaz de intervenção sugerido pelos especialistas ouvidos pela reportagem seria a combinação de uma rede de assistência onde o usuário pudesse ser atendido por psiquiatra, psicólogo, assistente social, além de um acompanhamento após a alta do tratamento. No entanto, a fórmula não ultrapassa 40% de sucesso nos resultados.

O psiquiatra da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Ronaldo Laranjeira, considerado um dos maiores especialistas em estudo das drogas no país, afirma que as opções de tratamento oferecidas pela rede pública estão longe de conseguirem um êxito mínimo. Os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), modelo oferecido pelo governo (veja quadro abaixo), é analisado por Laranjeira como um erro de investimento por parte do Ministério da Saúde. "O governo quer financiar só um tipo de tratamento. Um tipo cuja aderência dos pacientes é baixa ou inexistente", afirma.

Para o tamanho do problema no país que, segundo dados do Ministério da Justiça, já se arrasta com cerca de 600 mil viciados na droga, o especialista da Unifesp sugere um modelo compartilhado das opções oferecidas pela rede pública. "Seria a combinação dos Caps, com as comunidades terapêuticas, moradias assistidas e internação", afirma Laranjeira.

O uso de medicamentos, na opinião dos médicos, também pode fazer toda a diferença no tratamento dos dependentes. De acordo com o psiquiatra da Subsecretaria de Políticas Antidrogas Valdir Ribeiro Campos, a intervenção médica é fundamental na tentativa de cura dos pacientes. "O tratamento mais eficaz é o médico junto com o psicológico. É melhor, mas não vai resolver 100% dos problemas", afirma.

As comunidades terapêuticas, vinculadas na sua maioria a associações religiosas, são parceiras do governo na oferta de tratamento. Em Minas, a secretaria conta com 31 unidades conveniadas. A abordagem do problema dispensa os remédios e passa pelas terapias individuais, de grupo, trabalhos manuais e isolamento do meio urbano. "É um tratamento que requer muito do usuário, da atitude no tratamento. Temos vários resultados positivos, mas não é a maioria", conta o coordenador da Comunidade Terapêutica Caminhos da Sobriedade, Paulo Gregório de Lima.

Marcos*, 31, começou a usar crack aos 15 anos e há dois está recuperado. Após passar por quatro internações em uma clínica terapêutica, ele diz que está curado e defende a terapia sem medicamentos como meio de obter sucesso. "Depende somente da gente. E é preciso se afastar do ambiente das drogas", diz.

É nas clínicas particulares que a eficácia de uma abordagem do problema se aproxima do ideal. No entanto, o preço salgado - a média de custo de um mês de internação é de R$ 14 mil - afasta pelo menos 80% dos usuários de crack no Brasil, inseridos na classe baixa. "Aqui contamos com psiquiatras, enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, nutricionistas", contou o psicólogo do Centro Psicoterápico César Rodrigues Oliveira. A clínica, situada no bairro Mangabeiras, região Centro-Sul de Belo Horizonte, cobra R$ 3.500 por semana de internação.

Fonte: Portal Pontenet, com informações de O Tempo

Um comentário:

  1. Eu para mim como qualquer outro que usou este tipo de droga e muito dificil, mas não e impossivel 1-A gente tem que querer 2-Buscar a Deus 3-A familia apoiar 4-A sociedade ver a munadança, e não continuar com a discriminação que e normal,e por fim enfrentar com todas as suas força e nem pensar em usar de jeito nenhum.
    Com esse metodo que ultilizei ja estou complentando um ano sem a droga, um dos maiores passo que dei na minha vida.

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