Por Nélio Azevedo
Quando eu era criança
Morava ao lado da Tarza
Lá de casa eu ouvia
Seu martelete cantando
Batendo noite e dia
Num diálogo infindável com a forja
Compondo sempre a mesma melodia
Essa homenagem que faço
Busca escrever os passos
Dessa grande empresa
Tem um gosto de nostalgia
Porque o tempo
Nos trás hoje em dia
Essa lembrança genial
De uma grande empresa
Que nasceu pequenina
Coisa de fundo de quintal
Tornou-se uma potência
No cenário nacional
Mas, o tempo passou
O mundo moderno chegou
A evolução tecnológica
Trazendo dias tristes
Agora apresenta sua lógica
Trouxe dias de amargura
Transformou em cérebro
Seus fortes braços
E numa noite muito escura
Foi cortando os laços
Que unia corações
Hoje sua luta é pela vida
Pela continuidade
Para que não deixe morrer
O último símbolo de uma cidade
Para que não morra a coragem
Que um dia se tornou realidade
Para que não se torne,
Como dizia o poeta,
Que ela se transforme
Num simples quadro
Em preto e branco
Pendurado na parede
E hoje aquele projeto pioneiro
Que tantas glórias trouxeram
Aperta os corações num desalento
Causando preocupação e desassossego
Pois ronda um fantasma:
O pavor do desemprego
Jogando por terra um sonho
De homens que um dia ousaram
Desafiar o destino de verdade
Contrariando as estatísticas
Tornava-se a realidade
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