terça-feira, 27 de julho de 2010

Violência, Educação dos Filhos, Palmas e Palmadas

Por Nélio Azevedo

violencia_filhos Ao encaminhar a proposta de lei que transforma em crime o ato de bater nos filhos, o povo brasileiro reagiu à essa prática de formas variadas, indo do descaso à ira, prometendo inclusive dar palmadas em quem elaborou uma lei dessas.

O brasileiro já está pra lá de acostumado com o castigo físico dos filhos, nós sempre acreditamos que isso funciona e, seria difícil encontrar alguém que nunca tenha recebido uma “palmada pedagógica”. Triste herança dos tempos da escravidão negra no Brasil, tão bem representada no livro “As Memórias Póstumas de Brás Cubas”, do genial Machado de Assis que nos presenteia com a frase “O menino é o pai do homem”, revelando uma deficiência antiga nos nossos métodos de educar nossos filhos.

Vamos pensar a partir da seguinte premissa: Se eu não posso agredir nenhum cidadão, caso contrário eu teria contra mim um processo criminal por agressão, sendo essa premissa verdadeira, nenhum cidadão poderia agredir a outro cidadão, certo? Nós, adultos que somos, não admitiríamos que ninguém nos agredisse ao tentar nos ensinar alguma coisa, afinal, já vai longe o tempo em que nós éramos crianças e assistimos a agressão de alguns colegas nas salas de aula do antigo primário.

Numa análise mais técnica, a agressão perpetrada por um adulto à uma criança seria uma relação não diametral, onde o agressor é muitas vezes mais forte do que o agredido; desproporcional e cruel, já que não se conseguiria educar ninguém através desse ato covarde.

O agressor, seja de um adulto ou de uma criança, ele só leva a cabo seu intento se perceber que o outro, o agredido, não teria condições de se defender, revelando, assim, o ato perverso do agressor e, quem tenta educar através do castigo, do ato de bater, ensina, sim uma ou duas coisas: quem apanha aprende a apanhar ou a bater.

Lembro-me do meu saudoso pai, que nunca encostou a mão em nenhum dos seus dez filhos, ao se deparar com uma cena próxima de nossa casa, ficou indignado com o seu compadre e lhe chamou à atenção com a seguinte frase: “Como é que você vai lhe ensinar a ser um cidadão se você bate nele?” Meu pai tinha toda razão, um cidadão não bate em outro cidadão, a não ser que um dos dois não seja considerado como tal.

As pessoas que se colocam contra essa lei que tenta abolir a palmada ou qualquer outro tipo de castigo, por certo que acredita nos poderes pedagógicos dessa ação, apanharam e acreditam que a agressão gera respeito. Mas a agressão só gera medo, dor e raiva, que um dia irá aflorar e será devolvida na medida.

Depois, vem uma besta que nem o Silvester Stallone e diz que nós gostamos da violência e a gente nem sabe se ele tem razão. Será que bater nos próprios filhos não é considerado ato de violência? É inacreditável que um sujeito que tem dificuldade de articular uma frase completa e protagonista de filmes onde o único mote é a mais pura violência, numa banalização da morte de fazer inveja no truculento Schwarzenegger.

Eu fico pensando no horror que passa no coração das crianças ao verem a fúria estampada no rosto dos seus pais ao desfecharem um ataque e realizarem seu intento contra tão indefesa vítima. Justamente quem deveria defendê-lo como o faz qualquer animal irracional, quem supostamente deveria amá-lo como o filho da Dona Maria e do Sô José dizia há dois mil anos atrás, “Deixai vir a mim as criancinhas”, num ato de puro amor ao próximo.

12 comentários:

  1. Não concordo com sua colocação, a situação do país esta insustentavel, pois se voce não disciplinar seu filho hoje, amanhã irá visitá-lo na cadeia, se fosse assim a Biblia não ensinaria a educar, senão vejamos como Salomão dizia:
    "A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da correção a afugentará dela." (Provérbios 22 : 15)
    "O que não faz uso da vara odeia seu filho, mas o que o ama, desde cedo o castiga." (Provérbios 13 : 24)
    "Não retires a disciplina da criança; pois se a fustigares com a vara, nem por isso morrerá." (Provérbios 23 : 13)

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  2. Foi-se o tempo do bater no filho... e agora?
    Será que os pais terão disponibilidade para amar,dialogar e ensinar o respeito, a cidadania e o amor ao próximo?
    O que vejo é um "monte" de pais sem tempo e vontade para educar seus filhos.
    Como eram os pais de antes? E os pais de hoje?
    O problema não está nas "palmadas", mas nos pais.

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  3. Concordo com você, anônimo das 17:11. Os atuais pais realmente não têm tempo para educarem seus filhos. Ainda mais agora, onde todos buscam melhores condições de vida material, pai e mãe saem para o trabalho e deixam seus filhos aos cuidados de uma empregada doméstica e, mesmo sem querer desmerecê-la, nem teve condições de educar a sí própria, quem dirá educar um filho e, ainda por cima, dos outros.
    Tenho visto reações de pais absurdas, principalmente com relação a problemas ocorridos em escolas. Se um professor tenta corrigir um filho mal educado, a reação desses pais é imediatamente ir ao diretor para acusar esse professor de maus tratos, quando, na verdade, o professor é quem teria motivos de sobra para denunciar esse aluno e, dependendo do caso, até na polícia.
    O que realmente está faltando é uma maior compreensão desses pais, conhecimento e, acima de tudo, amor aos seus filhos. A verdade é que a maioria dos atuais pais não estão nem aí e só se lembram deles quando surge algum problema grave.
    Perto de tanta falta de amor, dar palmadas ou não é irrelevante.
    Ziscein

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  4. Nos Estados Unidos há constantes relatos de filhos chamando o 911 para acusarem seus pais de agressão, seja ela uma chinelada, um tapa ou um beliscão. O pai e/ou a mãe então são levados presos e no mínimo cumprem pena de 3 dias de reclusão por simples chineladas dadas nos filhos.

    Se o Brasil quer copiar, que copie MAS... naquele mesmo país e em vários outros onde as chineladas são proibidas por lei, a maioridade penal varia de 6 a 14. Ou seja, se o menor entrar em conflito com a lei, vai responder pelos seus atos como um adulto, inclusive viver com a possibilidade da pena de morte nos lugares onde é praticada.

    Eu agradeço minha amada mãe ter me dado oportunas chineladas bem localizadas, porque aprendi a ter limites e a respeitar os mais velhos, dentre outros valores que jamais esquecerei. Como acompanhamento ela ainda dizia: “Eu bato com e por amor, quem ama corrige. Porque a mão do Mundo é muito mais pesada.”

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  5. Meus meninos são danados demais seu Nélio,
    se eu ficar só na base do psiu e do lero lero,
    eles derrubam a casa.......

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  6. meus amigos ums tapas e chimeladas nao vai por o filho indiciplinado,filhos tem sim que levar umas palmadas so conversa nao adianta, e aquele velho didado pe de galinha nao mata pinto,e se vc nao der umas palmadas agora depois ele apanha da policia, a mossa lei ja nao vale nada e eles vao arumando mais pra bagunsar o resto eles tinha e que passar um pente fino no nosso codico penal nao ficar criando leis absurdas, se vc nao pode corigir seu filho quem vai a policia as altoridades arruma as confussao e depois sai fora e vc fica com o poblema dentro de casa o filho fazendo o que quer isso e um absurdo vc nao poder corrigir seu filho

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  7. Meu camarada, eu sei que o Sr. Adelino nunca te enconstou a mão, mas isto é raridade, e voce deveria ter levado muitas palmadas nos dedos para evitar estas digitações sem fundamentos e que não agregam valor as famílias.

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  8. VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS É CRIME!!!
    SEM CONTAR QUE É UMA COVARDIA SEM TAMANHO,
    UMA PESSOA GRANDE BATENDO EM UMA PEQUENA E INDEFESA!!!
    TODO ADULTO QUE BATE EM CRIANÇA
    DEVERIA TOMAR UNS TAPAS TAMBÉM DE ALGUÉM
    DO TAMANHO DELES PRA VER O QUÊ QUE É BÃO PRA TOSSE!!!!

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  9. Alguns batem em crianças,porque elas são pequenas,mas quando elas começam a crescer e a
    pegar força,eles param de bater,"POR QUÊ SERÁ HEIM"???????

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  10. Ei anônimo das 15:10
    Será porque as crianças
    "começam a crescer e a pegar força",
    agora adolescentes,
    já aprenderam depois de tantos safanões???

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  11. Não poderia deixar de expressar a minha opinião sobre este tema tão importante, que trata da educação dos nossos filhos. Tenho dois filhos maravilhosos, hoje, já adultos e qualquer um pode a qualquer tempo perguntar a eles, se algum dia levantei minhas mãos para eles, nunca desferi um tapinha sequer em nenhum dos dois. No entanto, são dosi filhos maravilhosos,sem vícios , estudiosos, respeitadores dos mais velhos, carinhosos ao extremo com os avós, tios, primos, enfim... Penso que um simples palmada pode gerar um distúrbio grave em uma criança, é sim, uma grande covardia você tentar por limites a um filho na porrada. Tomei surras e surras de meu pai, confesso que tais surras nunca me impediram de fazer minhas artes, mas, confesso também que eu e meu irmão chegamos ao ponto de ter pavor do nosso pai, pavor mesmo, o que nunca confudimos com respeito, porque respeito imposto não é respeito. Graças a Deus hoje todos temos filhos e nos damos muito bem com nosso pais. Finalizando, quero expressar aos demais comentaristas que a palmada pde ser sim substituída pelo diálogo, e se o diálogo não funcionar, há um velho método infalível que se chama CASTIGO, não o castigo físico, mas, aquele que tira da criança a brincadeira que ele mais gosta de praticar por alguns dias, aquele passeio que ele tanto gosta de fazê-lo junto aos seus amigos, e por ai vai o raciocínio. Aos pais das palmadas, pensem nisso, substitua a palmada por este métodos,o resultado será ótimo com certeza.

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  12. eu tenho 18 anos e desde de muito pequena que minha mae ma batia. nao era um "tau tau", palmadinha sem jeito,mas sim força e horror. tudo o que apanhava á mao se fosse preciso jogava. puxoes de cabelo, uma vez ate e murro e sabe-se la mais que! sofri muito...depois esteve uns 3 anos sem me tocar mas a ameaçar..violencia verbal nao faltou nunca. sempre a chamar nomes, a ofender...e depois quando eu contava a alguem , tanto para essas pessoas como para ela , eu era (e sou) mentirosa :(
    "nunca te bati!" dizia ela...e os outros tambem. porque?! ora...porque ela á frente das pessoas é outra coisa..e ainda se faz de coitadinha. se for preciso, chora só para nventar que eu é que nao presto.
    fui criando odio ao longo dos anos...revoltand me cada vez mais..e todos me desprezavam devido as mentiras que ela inventava.
    que fiz eu?
    fartei me e contei ao meu namorado.
    ele um dia realmente viu minha mae e avo me baterem (faz uns 2 meses) entao ele casou comigo e tirou me de casa.
    agora sou feliz. ao lado da pessoa que amo e me compreende...
    mas como ainda nao fui buscar todas minhas coisas, ela manda mensagens para o celular e cada vez que o faz, manda "bocas", chateando, sendo sarcastica e tentando ficar ela a boazinha da historia...

    Esse é o meu depoimento.
    PAis que batem: é isso que querem que vos aconteça? que vossos filhos vos abandonem? que sintam rancor. magoa e extrema tristeza?:(
    quem me dera a mim que em vez de bater minha mae apenas conversasse...e sabem o porque das maiorias das vezes que ela me batia? apenas porque estava frustrada da vida e nao tinha como descarregar.

    enfim...pensem nisso...

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