O jeitinho brasileiro que está pegando mal

Hoje à tarde, resolvi ir até à lotérica para fazer um o jogo da Megasena. Entrei naquela fila e fiquei ali, na minha, esperando a minha vez.

Quando estava quase chegando o meu momento de ser atendido, tive a infeliz surpresa de ver um cidadão, tido como uma dessas pessoas que se dizem "esclarecidas", furar descaradamente a fila e, o que é pior, ser prontamente atendido pela caixa da loja, sem nenhuma ressalva. O referida pessoa não tem sessenta anos e, portando, sem direito ao atendimento privilegiado previsto em lei para idosos.

Poderia até ter dito alguma coisa, mas, como os demais da fila pareciam conformados com aquela situação, preferi conter a minha indignação. Afinal, pensei, de que iria adiantar eu dizer para ele que aquela atitude não condizia com uma pessoa de seu nível?  Está claro que se ele agiu daquela forma é porque estava se lixando para os demais  e não seria o meu cometário que iria alterar alguma coisa.

Já era para eu ter me acostumado com esse tipo de situação nesses locais, pois casos como este acontecem todos os dias. Quanto estivermos em uma fila, seja em Bancos, Correios ou qualquer outra repartição pública, basta apenas observar que metidos à espertos aparecem aos montes, se achando os tais por conseguirem passar os outros para trás.  É a lei de Gérson, aquela que instiga o brasileiro a levar vantagem em tudo.

Parece que este país está mesmo perdendo a noção do que seja cortesia, amabilidade, educação. São palavras que parecem não significar nada para uma significativa parcela da sociedade que, infelizmente, não está nem aí para seu semelhante, e o que importa mesmo é que as suas prioridades sejam satisfeitas em primeiro lugar.

O mundo contemporâneo está perdendo os valores morais e tudo de bom que foi construído até hoje e, do jeito que está caminhando, sem noção eu nem arrisco um palpite até onde poderemos chegar, se chegar, sãos e salvos. Tudo indica que, apesar do progresso tecnológico, em termos de relacionamento estamos voltando à idade da pedra, onde cada um é que faz a sua lei e vence quem for mais forte.

É uma constação muito triste e o resultado disso tudo, só quem sobreviver, verá.