O dia em que o Dunga fez o meu filho chorar

Por Nélio Azevedo

Quando o Dunga foi escolhido para ser o técnico da seleção eu achei que tinha sido uma péssima escolha por vários motivos, entretanto, acho que o mais forte tenha sido a falta de experiência como técnico e por ter sido um jogador extremamente limitado.

Sempre foi um jogador de garra, e, garra e força física não é nossa praia; a nossa praia sempre foi o talento; talento que é uma tradição no nosso futebol. A ginga, a malícia, o drible, estas sempre foram nossas armas. Esse negócio de futebol-força é coisa de Minelli, Scolari e outros técnicos oriundos do sul do país, terra do Arnold Dunga.

O Brasil tem jogadores para se formar mais de uma seleção com possibilidades de ganhar uma copa do mundo, mas o medo de tomar gol que o técnico sempre teve era tanto que se pudesse ele teria convocado 11 volantes, todos bombados.

Infelizmente o talento do futebol brasileiro ficou numa mala que se extraviou e foi parar lá pelas bandas do Rio da Prata, onde, ao que parece, encontraram e fizeram bom uso e, agora estão na linha de frente dos candidatos a Campeão da Copa de 2010; talvez essa tenha sido a Copa mais fácil de se ganhar pelo seu baixo nível técnico.

Essa crença em que o talento ainda resiste nos craques que estão enriquecidos e descansados nos campos da Europa não se comprova no campo, para eles tanto faz ganhar ou perder, é só mais uma copa e, no final do mês o super salário vai estar depositado em sua conta do mesmo jeito.

Uma seleção que cujo técnico abre mão de um Ronaldinho Gaúcho, de um Ganso, de um Neymar, de um Tardelli e leva para a África um jogador recém saído de uma contusão, como foi o apagado e descontrolado Kaká, que leva um Felipe Inconstante Melo; uma seleção que toma gol de uma Coréia do Norte e não consegue fazer mais do que dois gols num time que não teria condições de disputar nem série C do Campeonato Brasileiro, com toda certeza, não merecia ganhar a Copa do Mundo. O Ronaldinho Gaúcho com as duas pernas amarradas é melhor do que os Grafite e Batista, que nada fizeram, é um jogador criativo e nos últimos jogos antes da convocação estava matando à pau e, não levar os meninos do Santos por não ter experiência me soa como uma desculpa esfarrapada; Pelé tinha 17 anos quando foi para a Copa de 58. Tudo bem que, Pelé era o Pelé, mas e se um desses excluídos for um novo fenômeno, não vai ter nem chance de aparecer.

O fato de ter em sua trajetória pela seleção um saldo positivo em número de vitórias, em conquista da desimportante Copa das Nações não o consagram, todos seus méritos são apagados por sua arrogância, teimosia e implicância com os jornalistas que porventura lhe tenham feito algum tipo de crítica.

Nesse dia 2 de julho, Dunga e seus anões fizeram meu filho e todos os filhos dessa grande nação do futebol chorar, chorar de tristeza e de vergonha por apresentar uma seleção tão medíocre, tão limitada onde a criatividade não apareceu nem na hora de explicar os fracassos.

Tchau, Dunga! Tchau, Ricardo Teixeira! Tchau, futebol-força!

Que em 2014 seja a Copa do Talento.