
Nomeado como assessor no gabinete de um deputado estadual, ex-prefeito de Matipó é empresário na cidade onde mora e não compareceu à Assembleia nos últimos dias.
Ex-prefeito de Matipó, na Zona da Mata, entre 2000 e 2008, Joaquim Bifano Magalhães (PSDB) é hoje empresário na cidade, onde se dedica a cuidar do próprio negócio, uma serraria e mora. Nada de mais, não fosse o fato de ele ser um dos 24 ex-prefeitos mineiros que deixaram a prefeitura no fim de 2008 e continuam recebendo do poder público, só que agora sem trabalhar. Magalhães foi nomeado em 10 de junho para o cargo de agente de serviços no gabinete do deputado estadual Dinis Pinheiro (PSDB). Pelo salário de R$1.117,33, o político e empresário deveria dedicar oito horas diárias para o trabalho na Assembleia. Na semana passada, no entanto, Bifano esteve no parlamento mineiro apenas na segunda-feira. O restante do tempo permaneceu no município, onde possui além da serraria, uma propriedade rural.
A situação do ex-prefeito de Matipó se repete em outros municípios mineiros, como mostrou a edição de domingo do Estado de Minas. São políticos que não se reelegeram ou cumpriram dois mandatos e que foram nomeados como assessores de parlamentares. Com salário público, continuam morando em suas cidades e tocando negócios particulares. Em Matipó, os compromissos do ex-prefeito foram vastos na semana passada. Terça-feira, esteve em Manhuaçu, ajudando a esposa a montar uma loja. Na quarta pela manhã, foi visto por eleitores seguindo em direção à fazenda da família, a cerca de 15 quilômetros de Matipó, às margens da BR-262. A reportagem do EM fez contato com o ex-prefeito na quarta-feira à tarde, no escritório da serraria, no Centro de Matipó.
Na quinta e sexta-feira, segundo o próprio Bifano, ele permaneceu em casa, uma mansão na Rua José Monteiro Oliveira, também na Região Central da cidade de 16,6 mil habitantes, se recuperando de um mal-estar. “Às vezes fico uma semana inteira na Assembleia”, alegou o ex-prefeito, que não reelegeu o sucessor no ano passado. O opositor, Fábio Gardingo, o Fabinho (PP), venceu a eleição por uma diferença de pouco mais de 1 mil votos.
Em alta Ainda com o prestígio político em alta nas ruas de Matipó, depois de permanecer oito anos no poder, Bifano não esconde a principal atribuição do novo cargo político, cujo salário é bancado com dinheiro público. Ele mesmo revela que atua como cabo eleitoral, fazendo visitas sistemáticas, em nome de Dinis Pinheiro, a vereadores, prefeitos e outros líderes da região. “Procuro angariar votos para o deputado”, conta.
Fonte: Ricardo Beghini e Simone Lima, Jornal Estado de Minas
Este é um problema estranho.
ResponderExcluirEstranho porque, já ficaram tão corriqueiros estes
deslises dos políticos que eles acham muito normal
fazer o que fazem de errado.É COM CERTEZA A FORÇA DA IMPUNIDADE REINANDO!!!!!