Agentes de saúde estão sendo usados pelo prefeito como cabos eleitorais

Os funcionários que trabalham nos centros de saúde em Raul Soares, além das atribuções de rotina, estão sendo utilizados também como cabos eleitorais pelo prefeito Vicente Barbosa. A reportagem flagrou hoje nas dependências onde funciona o PSF da Vila Barbosa, pacotes contendo revistas que, segundo informações de alguns funcionários, estão sendo distribuídas pelos agentes às famílias cadastradas naquela unidade. Uma relação de famílias cadastradas no PSF também foi encontrada junto com as revistas.
Quanto aos demais centros de saúde, fomos informados de que o material foi entregue diretamente aos agentes.
Nessa revista, editada pela prefeitura com recursos públicos (tiragem de 7000 exemplares), estão sendo divulgadas fotos do prefeito e informações sôbre as obras realizadas pela atual administração com farta exibição de fotografias, inclusive de participação de alunos da rede pública em eventos que não têm nada a ver com obras da prefeitura. Essa divulgação caracteriza claramente a intenção de seduzir o eleitor através de uma propaganda extemporânea enganosa.
Algumas inverdades também foram publicadas na revista, como a da Usina de Triagem em Capitão Martins que, segundo a revista, "a área do lixão foi recuperada e agora o lixão é depositado em valas e coberto duas vezes por semana e que a prefeitura obteve a licença do Conselho Estadual de Política Ambiental". Se a prefeitura obteve essa licença, por que, então, essa Usina de Triagem, concluída há um ano, ainda não foi inaugurada? E o lixão ainda continua a céu aberto, conforme já documentamos aqui.
Essas e outras inverdades poderão ser verificadas por quem quiser perder seu tempo para ler a revista.
É bom lembrar que, de acordo com a atual legislação eleitoral, a propaganda política antecipada além de não ser permitida é passível de punição. A população espera que o Ministério Público haja com firmeza contra esses abusos, principalmente, quando praticados por ocupantes de cargos públicos. Segundo as palavras da promotora Dra. Daniela Yokoyama, "O dinheiro público não é um dinheiro de ninguém. Tem que ser administrado com lisura, pois é um patrimônio de muitos" e "as penas para os que praticaram crimes contra o patrimônio público deveriam ser em dôbro, porque atingem a muitos de uma vez só".

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