sexta-feira, 6 de julho de 2018

MPMG denuncia 26 pessoas por fraude milionária em operadora de plano de saúde

Resultado de imagem para ministério público de minas geraisO Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou 26 pessoas, entre médicos, advogados, comerciantes e usuários de plano de saúde, pelos crimes de estelionato, organização criminosa, fraude processual e falsificação de documentos. De acordo com a denúncia, eles se uniram para enganar uma operadora de plano de saúde por meio de notas fiscais e laudos médicos falsos, de ajuizamento de ações fraudulentas e de aliciamento de laranjas.

Entre 2016 e 2017, a organização criminosa teria atuado em várias frentes: atraindo usuários do plano de saúde, conseguindo prescrição de remédios, abrindo empresas de medicamento de fachada e promovendo fraude processual. Segundo as investigações, os advogados participavam do esquema ajuizando ações contra a operadora pedindo o reembolso por uma suposta compra de medicamentos importados de alto custo, prescritos pelos médicos a falsos pacientes de hepatite C.

Conforme investigado, esses pacientes, conveniados do plano de saúde, aceitavam passar seus documentos aos advogados para o ajuizamento das ações. Em troca, recebiam parte dos valores reembolsados pela compra fictícia dos medicamentos. Os laranjas forjavam a abertura de empresas de medicamento para a emissão de notas fiscais falsas como forma de provar a venda e a compra dos remédios importados. Como recompensa, recebiam dinheiro dos chefes da organização.

Além disso, o MPMG apurou que os médicos, sem exame clínico ou laboratorial, emitiam laudos falsos de hepatite C aos usuários do plano de saúde. Em seguida, prescreviam medicamentos de alto custo, sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). De acordo com a denúncia, uma coisa levantou suspeita no caso: os laudos médicos e as prescrições de medicamentos possuíam mesma formatação e redação, embora fossem usados por médicos e advogados diferentes, em processos distintos.

“Os membros da organização criminosa se davam ao trabalho de simplesmente alterar os nomes dos falsos pacientes e, em alguns casos, os timbres dos escritórios e hospitais utilizados”, diz trecho da denúncia. De acordo com o MPMG, as ações judiciais fraudulentas, além ocasionaram prejuízo ao plano de saúde, induziram os magistrados de São Paulo ao erro, uma vez que eram usadas notas fiscais e laudos médicos falsos.

Segundo a denúncia, embora as vantagens financeiras indevidas tenham se dado na região de Belo Horizonte, as ações judiciais da organização criminosa eram propostas em São Paulo com a intenção de dificultar as investigações. Só entre dezembro de 2016 e outubro de 2017, as investigações apontam que o grupo teria causado um prejuízo ao plano de saúde de pelo menos R$ 3,3 milhões. Há indícios ainda de que outras operadoras foram lesadas.

Com informações do Aconteceu no Vale

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Todos os comentários são moderados e não serão aceitas mensagens consideradas inadequadas.