sexta-feira, 1 de setembro de 2017

'Não temos dinheiro', diz diretor de hospital que fechou as portas em Caratinga

Hospital cobra do estado mais de R$ 700 mil em repasses atrasados, mas Superintendência Regional de Saúde nega atraso; todas atividades da instituição foram paralisadas nessa quinta-feira (31)

imageO Hospital Nossa Senhora Auxiliadora foi fechado para qualquer tipo de atendimento nessa quinta-feira (31). A instituição é a única porta de entrada do SUS na região de Caratinga.


O diretor técnico do Hospital, Luiz Felipe Caran, confirmou a informação e alegou que faltam recursos financeiros para manter a gestão do hospital e, ainda, afirmou que o estado tem um déficit em torno de R$ 748 mil, em repasses atrasados. Apenas pacientes já internados na instituição continuam sendo atendidos.

“Gostaríamos de salientar que o hospital, a partir de hoje, não está atendendo urgência e emergência, não está atendendo pacientes encaminhados, não está atendendo nenhum tipo de paciente que chegar aqui, então é exatamente essa colocação. Para garantir a qualidade assistencial aos cidadãos de Caratinga e da microrregião nós temos de encerrar provisoriamente as atividades para que, futuramente, possamos reativar os serviços de maneira adequada, garantindo a qualidade ao cidadão”, disse Luiz Felipe Caran.

O hospital informou, ainda, que já comunicou a decisão para as prefeituras das cidades atendidas, Ministério Público e Ministério da Saúde. O estado, que no mês de março havia determinado uma intervenção na administração da entidade, também foi comunicado. Segundo os gestores, além da falta de dinheiro, o hospital sofreu com a falta de profissionais médicos, que estariam sem receber há mais de 10 meses, teriam pedido demissão da instituição.

O diretor do hospital alertou para problemas que a interrupção dos atendimentos pode causar na saúde regional, inclusive no sistema de saúde de cidades maiores como Ipatinga e Governador Valadares. “Nas regiões vizinhas vai haver uma sobrecarga muito grande, porque os pacientes que não forem atendidos aqui só serão atendidos em cidades de porte maior”, disse.

Ainda, segundo Luiz Felipe, a instituição não tinha dinheiro sequer para comprar medicamentos. “Nós chegamos a um ponto que não temos dinheiro nem para comprar medicamentos, insumos, nem para pagar os profissionais da porta de entrada que é o pronto atendimento; houve uma demandada mesmo do corpo clínico; eles pediram demissão em massa, uma insatisfação pelo não cumprimento dos acordos firmados”, concluiu.

Em nota enviada ao G1, a superintendência regional de Saúde de Coronel Fabriciano negou que os repasses para o hospital estão atrasados, e que o repasse do recurso do Programa Pro-Hosp encontra-se regular.

"Referente à 1ª parcela quadrimestral de 2017 (de janeiro a abril), a instituição cumpriu 20% das metas correspondendo ao valor de R$ R$220.655,94, que foi pago em 23 de junho de 2017. Quanto a 2ª parcela quadrimestral de 2017 (referente ao período de maio a agosto) no valor de R$ 367.759,89, a previsão para envio do pedido de pagamento é setembro de 2017", informou.

Ainda, segundo a nota, o valor das parcelas a serem pagas podem sofrer descontos, conforme o desempenho da instituição no cumprimento das metas pactuado pelos programas que contemplam o hospital, e que algumas, de diferentes programas, estão previstas para pagamentos nos próximos dias.

Com informações do G1

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