Talvez você que é católico de Ponte Nova e da região já tenha feito esta pergunta: onde e como é fabricada uma hóstia? Saiba que há 21 anos a Fábrica de Hóstias Nossa Senhora de Fátima, localizada no bairro de mesmo nome, em Ponte Nova, produz 3 milhões de hóstias por dia, com entregas a Dioceses espalhadas por todo o país, do Amazonas ao Rio Grande do Sul.
Os proprietários, Ary Brum, 88 anos, e Zilda Ferreira Mares Brum, 62, geriram a empresa a partir de 1996, com a administração atualmente estando sob responsabilidade dos filhos Ary Brum Júnior e Daniel Brum, os quais concederam entrevista ao Jornal Folha de Ponte Nova.
Os irmãos relataram o atual momento da empresa, que vem diversificando a sua linha de produtos com itens usados na liturgia. “Nosso objetivo é a expansão das vendas de peças litúrgicas para todo o Brasil. Não vamos trabalhar com objetos de devoção, mas sim, com os acessórios usados na liturgia”, conta Ary. Já Daniel revela que a empresa tem parceiros na África do Sul, “de onde compramos incensos e revendemos estes itens para todo o Brasil”.
A primeira grande produção da fábrica foi em 1996 com 50 mil hóstias para uma Igreja de Viçosa. “Demoramos uma semana para fazer. Ficamos meu irmão, eu e meus pais trabalhando direto para atender esse pedido”, conta Daniel. Para se ter uma ideia da capacidade de produção, em 2013 despacharam-se 1,5 milhão de hóstias para a missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude, celebrada pelo papa Francisco, em Guaratiba (RJ).
Ary considera que a família teve sorte neste tipo de demanda, “mas defino o episódio como oportunidade e capacidade”. Na prática, as finas partículas de massa de trigo e água transformaram-se “num negócio que hoje foca no atendimento ao cliente e no produto de qualidade”, afirma Ary. Ele assinala que, via de regra, o trigo é importado da Argentina.
A empresa tem sede de cinco pavimentos e cresce numa faixa de 20% ao ano, contando com três administradores e 42 funcionários, sendo 60% de mão de obra feminina. O trabalho começa já nas primeiras horas de cada dia, em um processo aparentemente simples, mas delicado, como conta Daniel:
“A produção das hóstias depende muito do clima: o tempo pode estar firme, mas, se começa a chover, todo o processo começa a mudar, já que a umidade altera as características da massa, fazendo com que ela grude na superfície dos equipamentos.”
O maior mercado da hóstia ponte-novense está principalmente em Minas Gerais e São Paulo, “tanto pela proximidade da fábrica quanto pela questão logística e por serem Estados que possuem muitos católicos”, enfatiza Daniel. Na logística de entrega, o produto pode seguir pelos Correios ou por meio de empresas transportadoras.
Por sua vez, Ary pondera: “Pregamos o bom relacionamento com os clientes e a prestação final de um produto de qualidade.”
A produção
Na batedeira industrial, a cada 40min são adicionados 50 quilos de farinha de trigo, misturados a 50 litros de água, e as prensas térmicas assam a massa, a 220 graus, no formato de discos. Os discos seguem para a etapa de corte das partículas. As hóstias que serão usadas pelos fiéis têm de 3,3cm a 4cm de diâmetro, conforme o tipo de celebração, enquanto as usadas pelos padres são confeccionadas com 8cm a 15cm.
Depois de passarem por uma centrífuga, que - por gravidade - separa o material com defeito, as hóstias são submetidas a controle de qualidade manual. A fase final é de contagem, pesagem, com nova conferência, e ensacamento em embalagens de polipropileno.
Com informações do Portal Folha de Ponte Nova
Não falaram de Deus praticamente nada, só se falou em mercado, que contradição hein amigo ?
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