quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Ex-comandante geral da PMMG apresenta proposta de novo modelo de segurança pública

imageO Coronel Marco Antônio Badaró Bianchini apresentou palestra em Manhuaçu para discutir um novo modelo de segurança pública no Brasil. Ele visitou a cidade e falou a policiais militares, lideranças e autoridades durante a apresentação no salão da Loja Maçônica Tríplice Aliança.

Coronel Bianchini foi Comandante-Geral da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais e Presidente do Conselho Nacional de Comandantes-Gerais das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares (CNCG) até o início deste ano.

Em entrevista, o Coronel Bianchini explicou que visitou várias cidades com o objetivo de mostrar a necessidade de se criar um ambiente seguro no país, que além da mudança do modelo policial brasileiro que ele considera arcaico, passa pela atualização de grande parte da legislação penal e criminal que hoje é amplamente favorável ao criminoso e não ao cidadão de bem.

“Temos que aumentar a pena dos crimes graves? Sim, acredito nisso, mas somente isso não resolve. Quando você analisa a pena mínima do homicídio, que hoje é de seis anos. O índice de resolução de homicídios no Brasil, ou seja, de apontamento de autoria, vai de 5 a 8%. Em grande parte, são prisões em flagrante daquele que acabou de cometer o homicídio. No entanto, a cada 100 homicídios, 92 ficam impunes porque sequer a autoria é apontada. Desses 8%, metade é absolvida por falta de provas”, pontua o coronel.

Bianchini continua o exemplo citando que “se aumentar a pena, vamos resolver o problema dos 8%, mas como é que ficam os outros 92%. Nos Estados Unidos, o apontamento de autoria chega a 65%, no Reino Unido a 90%, na França, 80%, média da Europa. No Brasil, se pensar em crimes contra o patrimônio gira em torno de meio por cento. Então como é que eu vou resolver o problema de segurança pública simplesmente aumentando a pena, se eu não consigo atacar a raiz do problema que é o modelo. Temos uma legislação ultrapassada e um modelo ultrapassado”.

Para o ex-comandante geral da PMMG, a insegurança pública está matando o país. “Todos os setores estão sendo afetados. A falta de segurança mata a economia, a educação, enfim, afeta todos os segmentos. Precisamos criar um ambiente seguro no Brasil. É um conceito complexo. Tornar a polícia brasileira mais eficiente”.

Coronel Bianchini cita que são necessários investimentos nos presídios trazendo a iniciativa privada e da necessidade de criação de um Ministério da Segurança Pública no Brasil e de um Conselho Nacional das Polícias. "Talvez essa seja hoje a grande reforma que o legislador deve ao cidadão de bem no Brasil".

Segundo o Militar, a criação de um ambiente seguro que iniba a corrupção propicia melhor utilização dos recursos públicos e consequente investimento nas políticas públicas que beneficiem o cidadão. "Se nós não tivéssemos jogado tanto dinheiro na vara da corrupção, se esse dinheiro estivesse sendo investido na segurança, na educação e na saúde, talvez nosso país estivesse bem melhor", ressaltou.

No modelo apresentado em sua palestra, Coronel Bianchini argumenta que o Ministério da Segurança Pública no Brasil seria um setor com pessoas dedicadas exclusivamente para a segurança pública no país, com orçamento próprio e estrutura.

O Conselho Nacional de Polícias serviria para padronizar as polícias e acabar com discrepâncias. Além disso, faria o controle externo da atividade policial, com representantes de diversos segmentos formando um colegiado que garantiria um controle de forma contundente como deveria ser feito.

Com informações do Portal Caparaó

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