quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Estudante LGBT tem casa invadida e é espancado em Viçosa

imageNa madrugada do último sábado (19), o estudante de Ciências Sociais da Universidade Federal de Viçosa, João Pedro Paixão, 24 anos, teve a sua casa invadida e foi espancado até ficar inconsciente por um sujeito não identificado.


As câmeras de segurança de um estabelecimento próximo à sua residência, uma república famosa por lutar pelas causas LGBT’s, mostram que, às 5h30 do sábado, João foi em casa, de táxi, para buscar um paletó e um chapéu. Posteriormente, o estudante voltou ao táxi e seguiu para a UFV, aonde encontrou com amigos e outros estudantes, para tirar a “Foto do Bernardão”, fotografia dos estudantes da universidade que é tirada em todos os semestres junto ao prédio Arthur Bernardes. No momento em que João retorna ao táxi, é possível ver uma pessoa entrando em sua república. Porém, não é possível identificar quem é a pessoa e nem se foi ela quem praticou a agressão.

Posteriormente, às 6h30, João retornou para casa. O estudante afirma que não se lembra de nada após a sua chegada e relata que só acordou às 10h, ensanguentado e com o corpo cheio de marcas.

As agressões deixaram inúmeros hematomas espalhados pelo corpo do estudante e deformaram o seu rosto. Além dos olhos roxos, como mostra a imagem da vítima, João ainda está com um grande corte na cabeça e alega que sente dores no maxilar, no abdômen, nas costelas e está com os pulsos inchados.

João foi encaminhado para o Hospital São Sebastião, onde foi medicado e teve alta no próprio sábado. Na segunda-feira, ele registrou um Boletim de Ocorrência junto à Polícia Civil; o B.O. constata lesão corporal grave e inconsciente.

O estudante contou à reportagem que tem certeza que o crime foi motivado por homofobia, “Eu nunca tive inimigos e não sei quem poderia fazer isso comigo. Nós da república Rehab sempre lutamos pelas causas LGBT’s e essa agressão foi para atingir não só a minha pessoa, mas a comunidade gay”.

João ainda afirma que sua família e amigos estão preocupados, e ele está deprimido por não saber o que aconteceu. Porém, “continuará lutando pelas causas LGBT’s para que crimes como esses não voltem a acontecer”.

João Pedro Paixão reside em Viçosa desde 2014. Além de estudante de Ciências Sociais, ele estagia na Câmara Municipal de Viçosa, é voluntário online da ONU, já fez trabalhos sociais e participa da ordem Demolay. João provavelmente foi vítima de mais um caso de violência contra LGBT’s. Quando perguntado sobre a violência contra a comunidade gay, ele se disse ser contra qualquer tipo de violência: “Violência só gera mais violência, e no final não sobra nada. A violência destrói tudo.”.

Segundo a Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e intersexuais, em 2016, 340 LGBTs foram mortos no Brasil. O número assusta, e faz parte de uma realidade vivenciada diariamente pela comunidade gay do nosso país.

Com informações do Portal Opção News

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