domingo, 23 de julho de 2017

Equipes de Saúde do Estado alertam para os perigos do cerol

De acordo com informações da Rede Fhemig, histórico mostra que, de julho a agosto, está a maior concentração de casos de acidentes provocados pelo contato com o material

imageOs meses de junho, julho e agosto são os que concentram mais casos registrados com acidentes causados pelo cerol na Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig).


Em grande parte, o aumento no número de casos neste período é atribuído pelas equipes de Saúde de Minas Gerais em razão do período de férias escolares.

Os dados mostram que, em 2014, nesses três meses, foram 22 casos e, nos demais meses, 13 casos. No ano seguinte, somente em junho, julho e agosto, o número de acidentes foi de 28 casos, e outros 13 no restante do ano. Já em 2016, foram registrados 25 casos nesses três meses e oito nos outros. Neste ano, somente no mês de junho, foram nove acidentes registrados, sendo que durante os outros primeiros cinco meses do ano, foram registrados seis casos no total.
As lesões mais comuns são as cortantes, nos casos em que a linha está esticada e alguém, por não ver, acaba tendo contato direto, causando assim o corte.

Segundo o médico clínico de emergência do Hospital João XXIII, Marcelo Lopes, “esse tipo de acidente acontece com motociclistas que estão em velocidades moderadas a altas e cruzam com a linha. Por impulso, eles colocam a mão para se defender e têm cortes profundos na mão ou no pescoço”, alerta.

Lucas Alves Duarte, de 25 anos, foi vítima de um acidente com cerol, quando tinha apenas cinco anos. Ele estava sentado na rua vendo seu irmão jogar bola, quando uma linha de cerol o atingiu, deixando uma grande cicatriz no pescoço.
"De repente, vi algo se aproximando e coloquei instintivamente o dedo indicador na frente. Foi isso que me salvou, mas, ainda assim, cortou metade do meu pescoço. Se não tivesse colocado o dedo, cortaria o pescoço todo", relata Lucas, que levou 28 pontos na área do corte e, hoje, tem como única sequela a cicatriz.

É importante ressaltar que esses acidentes podem provocar muitas sequelas graves, como cortes e amputações (sequela permanente). Em alguns casos, inclusive, pode levar à morte, pois, se o corte for profundo e atingir uma artéria de grande calibre, o sangramento será mais difícil de ser contido e a hemorragia levará a um estado de choque.

O médico Marcelo Lopes explica, ainda, que há outros casos em que acontece a inalação do pó de vidro por quem estava preparando a mistura, levando ao sangramento de vias aéreas.

Prevenção

Para os motoqueiros, é muito importante o uso de capacete, luvas, botas de cano longo, pois podem acontecer também lesões em membros inferiores quando a linha está no chão e fia presa à moto. Também é essencial a antena no guidão e a balaclava (touca que se veste de forma ajustada na cabeça até o pescoço), além de protetores do pescoço.

Para quem está empinando a pipa, a atenção também deve ser redobrada. É importante escolher um local longe da rede elétrica, pois, perto de fiação, a linha com o cerol pode cortar o fio e provocar um curto circuito ou uma descarga elétrica. Como consequência, podem ser provocadas queimaduras graves ou até mesmo óbitos.

Emergências

Em casos de acidentes, o médico da Fhemig, Marcelo Lopes, ressalta que se o corte acontecer nas mãos, braços ou pernas, deve-se comprimir com um pano limpo e conduzir o ferido à unidade de pronto atendimento mais próxima.

“Mas, se a lesão atingir face ou pescoço, além de comprimir o local com um pano limpo, deve-se ligar para o SAMU 192 e seguir as orientações e condutas do médico regulador”, orienta.

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