terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Caratinga registra mais uma morte por suspeita de febre amarela silvestre

imageO Município de Caratinga registrou, nessa segunda-feira (9), mais uma morte por suspeita de febre amarela silvestre. João Alexandre de Oliveira, de 51 anos, estava internado no Pronto Atendimento Microrregional (PAM) e veio a óbito na madrugada dessa segunda.

 

Ele morava no Córrego da Lajinha, zona rural de Ubaporanga, há cerca de dois anos, após se mudar do estado de São Paulo (SP).

Segundo a família, João Alexandre deu entrada no PAM com sintomas semelhantes aos da doença. Durante esta manhã, o jornalismo do Super Canal conversou com o irmão da vítima, Gilson de Oliveira, de 49 anos. Gilson relatou que o irmão era uma pessoa saudável e não soube informar se ele era vacinado contra a febre amarela. O irmão da vítima cobra providências das autoridades de saúde.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Caratinga investiga um surto localizado de febre amarela silvestre na microrregião de Caratinga. Cinco mortes suspeitas de febre amarela silvestre já estavam sob investigação no município.

O secretário de Saúde Giovanni Corrêa informou em entrevista coletiva na última sexta-feira (6), que os casos suspeitos da doença surgiram após pacientes darem entrada no PAM com sintomas semelhantes aos da febre amarela silvestre.

Nos últimos 30 dias, segundo o Dr.Giovanni, 16 casos de pacientes acometidos com febre hemorrágica registrada na microrregião de Caratinga, chamaram atenção dos médicos. Desses 16 pacientes, cinco vieram a óbito, sendo dois de Imbé de Minas, dois de Piedade de Caratinga e um de Ubaporanga.

Conforme investigação epidemiológica, pela localização dessas pessoas e pelos sintomas em comum, os profissionais de saúde constataram fortes indícios de que poderia se tratar de febre amarela silvestre. As amostras de sangue dos pacientes já foram enviadas à FUNED (Fundação Ezequiel Dias), em Belo Horizonte, para serem investigadas.
Dr. Giovanni explicou que a doença é transmitida pela picada do mosquito Haemagogus que vive em matas e vegetações à beira dos rios. Os macacos são os principais hospedeiros do vírus. A febre amarela silvestre é transmitida quando o mosquito Haemagogus pica um macaco doente em regiões silvestres e depois pica uma pessoa saudável. O mosquito torna se capaz de transmitir o vírus a outros macacos e ao homem.

De acordo com o Dr. Giovanni, três macacos mortos já foram encontrados na região pela Vigilância Epidemiológica. A Secretaria de Saúde também obteve a informação de que um quarto macaco foi enterrado há dez dias. “Isso aponta que seja a febre amarela silvestre. Porque esse mosquito tem uma tendência de querer picar os primatas. E, quando ele pica os macacos causa a doença e os primatas morrem. Mas se a mata tiver um homem, ele também vai picar o homem.
Foi o que aconteceu. Por isso, gerou esse quadro que a gente pode chamar de um surto localizado. Não estamos com epidemia”, comentou Dr. Giovanni.

A área geográfica delimitada pela Secretaria de Saúde até o momento compreende os limites entre os municípios de Imbé de Minas, Ubaporanga e Piedade de Caratinga. “É o que a gente chama de nicho ecológico, ou seja, o habitat onde foram encontrados os três macacos mortos. O quarto macaco foi encontrado fora desse nicho ecológico, na região de Santa Luzia, distrito de Caratinga”, argumentou o secretário de Saúde.

A orientação é que toda a pessoa que mora ou que vai viajar para regiões silvestres, rurais ou de mata se vacine contra a doença. Porque entre dezembro a maio tem um maior número de casos da doença. Esta época do ano há um aumento das populações de mosquitos, favorecendo a circulação do vírus. A transmissão é considerada possível em grande parte do Brasil.

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda e pode levar à morte se não for tratada rapidamente. Não existe nenhum tratamento específico contra a doença, apenas remédios para aliviar os sintomas. A vacinação é a única forma de evitar a febre amarela. A vacina pode ser aplicada a partir dos 06 meses de idade e é válida por dez anos. A vacina está disponível em toda a rede pública de saúde.
“Quem já tomou a vacina não precisa se preocupar. A vacina é válida por dez anos. Uma vez que você que recebeu duas doses, elas te oferecem imunidade permanente. Gestantes, mulheres que estão amamentando e pessoas alérgicas a ovo não podem vacinar”, disse o secretário de Saúde.

Com informações da TV Super Canal

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