quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Gastronomia mineira se destaca pela diversidade regional e fomenta o turismo

Culinária típica retrata tradição, cultura e história de Minas Gerais. Mais uma atração para turistas que vêm ao estado no Carnaval

imageO feriado prolongado de Carnaval em Minas Gerais não se restringe às cidades históricas, reservas naturais e folia nas ruas e clubes. Para quem gosta de comida típica, o cardápio é diversificado e tem sabor de tradição.

A começar pela história, a comida mineira se destaca pela simplicidade e tem suas origens no final do século XVII e início do século XVIII. Mistura ingredientes das culturas dos índios, dos negros e dos portugueses.

Essa foi uma época marcada, primeiro, pelas incursões dos bandeirantes em busca do ouro. Trouxeram com eles a cozinha tropeira, também conhecida como cozinha seca, cuja base era a farinha, carne seca, banha e feijão.

Pouco tempo depois, com a vinda das famílias, começaram a surgir as roças. As caravanas traziam porcos e galinhas. É quando nasce a comida de fazenda, a cozinha molhada.

Os primeiros pratos característicos da culinária mineira surgem nesse período: o tutu, o feijão tropeiro, a galinha caipira com quiabo e o angu.

Café e queijo

A história mostra que com o declínio do ouro, nas primeiras décadas do século XIX, desenvolve-se aqui a agropecuária com a plantação de café e a criação de gado. Inicia-se a indústria de laticínios.

Com a produção de leite também começa a fabricação do “queijo de Minas”. Paralelamente, em meados do século XIX, o café se torna a bebida predileta dos mineiros e brasileiros.

Diversidade regional

Como dizia Guimaraes Rosa “Minas são Muitas” e a culinária de cada região tem sua especificidade. O chefe de cozinha Eduardo Avelar pesquisa a culinária mineira há 16 anos e pode perceber essa diversidade.

Ele já percorreu 1.200 localidades entre distritos e povoados, em mais de 600 municípios, e registrou a identidade gastronômica e o que as migrações colocaram como referência nos lugares.

Pratos típicos

O chefe de cozinha compartilha a experiência das viagens com algumas dicas. Quem visitar a Estada Real, por exemplo, não pode deixar de experimentar o tradicional feijão tropeiro, receita emblemática da região, marcada pela culinária do século XVIII. A referência é a cidade de Morro do Pilar, por estar localizada em ponto estratégico de parada nos antigos caminhos dos tropeiros.

No mesmo percurso, na estrada que liga Congonhas a Tiradentes, a referência são as carnes suínas e as diversas formas de preparo, como a carne de lata e o lombo com tutu e couve. Para adoçar o paladar, não podem ficar de fora os famosos rocamboles de Lagoa Dourada.

Na lista de sugestão também estão a moqueca de surubim de Três Marias, onde a represa se torna uma despensa natural para os ingredientes de uma das receitas mais saborosas da região Central. A moqueca de cascudo e o frango com palmito brejaúba são as dicas do cardápio típico da Zona da Mata.

Para a pessoa que viaja em direção à região Oeste de Minas Gerais, as receitas com milho são as mais conhecidas ao longo da BR 262 e seu entorno. Por isso, as pamonhas doces ou salgadas são os destaques.

No Sul de Minas Gerais, a truta com purê de pinhão e o famoso pé de moleque, cujo processo de fabricação é reconhecido como patrimônio imaterial do estado, são os grandes destaques.

No prato de quem visita o Triângulo Mineiro não pode faltar o churrasco, a galinhada com açafrão da terra e quariroba, além do arroz com jurubeba.

Já no Noroeste de Minas Gerais, os pescados e frutos do cerrado dão o tempero nas cozinhas. Mas na região a emblemática receita vem dos fornos de Paracatu, conhecida como capital mundial do pão de queijo.

Destaque no turismo

A diversidade e a história colocam a gastronomia mineira em destaque nos cenários mundial e nacional. “Além da culinária contemporânea, os pratos tradicionais são o nosso carro chefe”, afirma a superintendente de Gastronomia da Secretaria de Estado de Turismo(Setur), Nathália Farah.

Para Nathália, a gastronomia representa o resgate da história do estado e tem impactado o turismo em Minas. Ela cita pesquisas realizadas pela Setur: em 2013, a gastronomia era a imagem de Minas Gerais para 24% dos turistas; em 2014, o índice subiu para 33%.

Está com água na boca? Confira mais dicas abaixo:

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