terça-feira, 24 de setembro de 2013

Comissão de Direitos Humanos da ALMG vai à Santo Antônio do Grama

Audiência Pública 1Num gesto de solidariedade, apoio político e na busca pela resolução do atentado contra a prefeita de Santo Antônio do Grama, Alcione Ferreira de Albuquerque Lima, prefeitos de várias cidades, filiadas à AMAPI ou não, compareceram na audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais/ALMG, ocorrida em 20 de setembro, no município. O 2º vice-presidente da Associação, Frederico Brum/Prefeito de Urucânia, esteve presente representando o presidente Celso Cota/Prefeito Mariana e Guto Malta/Prefeito Ponte Nova e 1º vice-presidente. Alcione teve a casa alvejada por 34 disparos em agosto deste ano.

“Hoje somos pessoas públicas, mas somos cidadãos comuns. Se aconteceu em Santo Antônio do Grama, pode acontecer em outras cidades”, ressaltou o prefeito de Alvinópolis, Milton Aires Figueiredo, presente à audiência e que compartilha do mesmo medo vivido por Alcione e familiares.

Já o prefeito de Rio Doce, Silvério da Luz, relembrou a situação ocorrida no município, quando o então administrador, Carlinhos Luz, sofreu uma tentativa de assassinato. Ele ressaltou a ajuda de toda a comunidade após o ocorrido. “O que amenizou o medo e a dor foi a mobilização popular e das autoridades que nos ajudaram”, relembrou. Silvério da Luz foi um dos responsáveis por conseguir levar a Comissão de Direitos Humanos da ALMG à Santo Antônio do Grama.

Alcione disse não saber os motivos que levaram ao atentado. “Estamos trabalhando pela cidade e, de repente, a tranquilidade do município é tirada por motivos que nem eu mesmo sei quais são”, afirmou. Ela ainda destacou a necessidade de proteção para os prefeitos e pediu a contribuição da população na apuração do crime. “O trabalho de prefeito é duro e árduo, e é preciso proteção. Peço que a população me ajude. É possível fazer denúncia anônima”, solicitou.

Deputados reforçam o caráter antidemocrático do atentado

Para o deputado Durval Ângelo/PT, presidente da Comissão de Direitos Humanos e autor do requerimento que deu origem à audiência, esse atentado não foi apenas contra a família da prefeita, mas também contra a democracia. “Aqueles que tentaram assassinar a prefeita não atentaram apenas contra sua família, mas contra a democracia", destacou. O parlamentar também prometeu punição aos criminosos. “Quem fez isso é bandido covarde. Quem cometeu esses crimes vai ser identificado e preso”, afirmou.

O deputado Gustavo Valadares/PSD fez coro ao parlamentar petista. Para ele, a vontade popular precisa ser respeitada. Ele ainda reforçou que o sentimento de impunidade da sociedade brasileira precisa acabar. “A certeza da impunidade não deve continuar permeando o coração dos que agem como os que fizeram esse crime”, destacou. Ele também disse que conversou com o governador do Estado sobre o assunto. “Anastasia ficou assustadíssimo e me disse que tomaria as atitudes necessárias”, relatou.

Os deputados ainda concordaram em enviar as notas taquigráficas da reunião para o comandante geral da Polícia Militar, o secretário de Estado de Defesa Social e o chefe da Polícia Civil. Eles ainda pedirão o aumento do efetivo policial em Santo Antônio do Grama pelo menos durante a apuração do caso.

Inquérito está em fase final de apuração

O delegado Diogo Abdo Jorge afirmou que as investigações já estão praticamente encerradas. “Mas por ser uma situação muito delicada, tudo está correndo sob sigilo”, explicou. Ele ainda destacou que o trabalho está sendo realizado em conjunto com a Polícia Militar e o Ministério Público, mas que há algumas dificuldades para a apuração, como o fato de o atentado ter sido cometido de madrugada, sem a presença de nenhuma testemunha. “O fato ocorreu por volta das 3 da manhã e não há testemunhas oculares, o que dificulta as investigações”, destacou.

A dificuldade de se conseguir provas concretas também foi destacada pelo comandante da 21ª Companhia Independente da Polícia Militar, capitão Luiz Faustino Marinho Junior. “Esperamos que as investigações avancem e que possamos levar a punição permitida pela nossa legislação penal aos criminosos”, afirmou.

Ele aproveitou para informar que o policiamento em Santo Antônio do Grama está reforçado e que, até o mês de novembro, dois novos sargentos deverão ser enviados para a cidade. “Todos os esforços estão sendo feitos, inclusive com policiamento 24 horas por dia – coisa que não é feita em cidades desse porte”, afirmou.

Entenda o caso – Na madrugada do dia 27 de agosto, por volta das 3 horas, a casa da prefeita Alcione Ferreira de Albuquerque Lima foi metralhada e um automóvel que ficava na garagem da residência foi incendiado. Segundo Alcione, só em seu quarto foram contadas 34 marcas de tiro.

Esta é a segunda vez que a família da prefeita é vítima de atentados. Em abril deste ano, seu marido e presidente da Câmara Municipal, Júlio César Russo Lima, saía do trabalho quando seu carro foi cercado por dois outros veículos. Após o cerco, criminosos usaram porretes para danificar o carro do vereador. O político reagiu e chegou a desarmar um dos bandidos. Em seguida, o grupo fugiu sem levar nada.

Com informações da assessoria de comunicação da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Clarissa Guimarães
Assessora de Comunicação da AMAPI

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