Dom Cavati (MG) – Maria Luiza da Silveira, 53 anos foi encontrada morta em sua casa. Funcionários do PSF que faziam atendimento domiciliar, acionaram a polícia devido ao desaparecimento dela.
Maria Luiza sofria com uma úlcera varicosa na perna esquerda e era atendida regularmente por agentes de saúde que visitavam a idosa duas vezes por semana. Eles estranharam o fato de ninguém tê-la visto desde segunda-feira.
O soldado Lucas, que atendeu a ocorrência conta que chegou à residência, chamou, mas não teve resposta. Lucas teria então procurado a dona da casa em que Maria Luiza morava de aluguel e com ela conseguido a chave do portão dos fundos do imóvel. Ele conseguiu entrar no quintal da casa e ver pela fresta da porta o corpo da idosa caído na cozinha. O policial arrombou a porta e encontrou o corpo caído ao lado do fogão já malcheiroso, aumentando as suspeitas de que ela teria morrido entre domingo e segunda-feira.
ROLOS DE DINHEIRO
Durante busca na tentativa de localizar algum documento de Maria, Lucas encontrou jogado no chão do quarto um maço de dinheiro, enrolado em papel sulfite com a descrição “mil reais”; depois deste, vários outros foram encontrados pelo quarto, no chão, em cima da cama e de roupas que estavam espalhadas pelo quarto, que não tinha sequer um guarda-roupas, apenas uma cama e coisas espalhadas pelo chão. Ao todo a PM localizou R$ 83.675 em dinheiro e R$ 43 em moedas. O dinheiro foi recolhido e levado para a delegacia.
Lucas conta que espera que algum parente apareça, mas segundo informações ela não tinha ninguém na cidade apenas um sobrinho, em Ipatinga, que seria militar e alguns, em São Paulo.
As curiosidades de Maria Luiza
Franciele Carolina da Silva Vieira, 21 anos, é técnica de enfermagem do PSF e contou a reportagem do DÍARIO DE CARATINGA que Maria Luiza era uma pessoa tranquila, comunicativa, mas mesmo com o problema na perna que vinha se agravando, não permitia a entrada dos agentes em sua casa, e nem aceitava ser medicada por eles. Duas vezes por semana eles levavam os medicamentos e bandagens que deveriam ser usadas no ferimento. Segundo Franciele, a idosa recusava o atendimento, dizendo sempre que já fazia tratamento com um médico de Inhapim, não deixando a equipe entrar e apenas recebia os medicamentos.
Este comportamento, ao que tudo indica era comum da idosa. Maria da Penha Faria Werneck, 71 anos, vizinha de Maria Luiza, disse que a considerava como grande amiga, e que todos os dias conversava com a idosa, às vezes por mais de uma hora. “Quando fazia alguma comida diferente em casa levava pra ela, a vasilha nunca voltava vazia, ela sempre devolvia com alguma coisa: maçã, biscoito, legumes” conta Maria da Penha.
A vizinha diz que ninguém nunca poderia imaginar que a mulher pudesse ter este dinheiro guardado, acrescentando que chegou a dar uma cômoda para a idosa guardar as roupas que ficavam em caixas de papelão no chão do quarto. Ela confirma que Maria Luiza não gostava que ninguém entrasse em sua casa, e impedia a visita até da vigilância sanitária e da dona da casa, que recebia o aluguel do portão. “Os agentes de saúde só entravam de vez em quando, mesmo assim, ela tinha que gostar muito de quem ia, senão, não entrava”. Ela, mesmo sendo próxima de Maria Luiza, só entrou na casa da amiga quatro vezes.
Segundo informações não oficiais, Maria Luiza que é filha de militar recebia mais de seis mil de pensão; em sua casa, além do dinheiro, foram encontradas duas escrituras de terrenos em Dom Cavati em seu nome. Maria Luiza vivia de maneira miserável e sozinha, guardando com ela sua pequena fortuna.
Com informações do Diário de Caratinga
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