Áreas rurais dos municípios da Zona da Mata Norte, atingidos pelas enchentes de janeiro de 2012, estão esquecidas pelas autoridades e os municípios estão enfrentando muita burocracia e morosidade por parte dos órgãos públicos para ter acesso concretamente aos recursos financeiros. Estas foram as principais críticas feitas pelos representantes da pasta da Agricultura de vários municípios da Região, que estiveram presentes na reunião promovida pela AMAPI, nesta segunda-feira, 30 de janeiro, para discutir a situação das estradas rurais após o período de enchentes, que assolou várias cidades em janeiro passado.
“ Neste momento de dificuldades, a problemática é de todos.Os prefeitos vão ter que dar resposta para todos, não só porque estamos em ano eleitoral,mas principalmente pelo direito de ir e vir que qualquer cidadão tem que ter assegurado”, afirmou o secretário-executivo da AMAPI, José Adalberto de Rezende. Ele alertou sobre a importância dos municípios buscarem solução em conjunto para fortalecer as reivindicações e que para isto todos devem apresentar toda a documentação necessária exigida pelas autoridades estaduais e federais, como o Avadan (Avalição de Danos), fotografias, além de projetos bem estruturados a serem apresentados pelos representantes da AMAPI durante reunião com o governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia, no dia 6 de fevereiro, em Belo Horizonte.
“Temos que mostrar para as autoridades e a imprensa que os problemas enfrentados pelos municípios da Zona da Mata Norte pós enchentes são muito sérios e precisam ser resolvidos, afinal são mais de 200 cidades enfrentando restrições que impactam na economia e desenvolvimento da Região”, disse José Adalberto.
Já o secretário de Desenvolvimento Rural de Ponte Nova, Alfredo Padovani criticou o descaso que várias autoridades estaduais, federais e setor privado mostram em relação aos prejuízos enfrentados pelas áreas rurais dos municípios. “ É engraçado, pois as atenções se voltam todas para o perímetro urbano, todos se reúnem para colocar a cidade para funcionar novamente na sua dinâmica, mas quem lembra da zona rural? questiona. Segundo ele, em Ponte Nova, várias empresas privadas, que estão diretamente ligadas ao setor rural são indiferentes aos problemas, que já começam a comprometer a produção e abastecimento de alimentos, leite, derivados e com possibilidade ainda do adiamento da volta ás aulas na rede estadual, que em um primeiro momento está previsto para dia 1º de fevereiro.
Padovani também chamou a atenção para a burocracia e morosidade de vários órgãos públicos, que quando tem seus serviços solicitados exigem demais e dão assistência de menos. “Nossa produção aqui nesta Região é muito importante para Minas e eu ainda não vi nenhum deputado se manifestar sobre o assunto”, declara. O secretário ressaltou a importância das prefeituras serem parceiras da Defesa Civil para que o trabalho seja otimizado e realizado com eficiência.
O coordenador da Defesa Civil de Ponte Nova, Cícero Gomide também endossou as críticas feitas por Padovani, ao dizer que o prazo dado pelos setores competentes para liberar recurso para estrago das enchentes é pequeno diante de tantas exigências e que nas últimas chuvas fortes que caíram na zona rural de Ponte Nova, antes da enchente de 2012, os relatórios e o Avadan não foram aceitos sem nenhuma justificativa. Ele disse ainda que a maioria dos profissionais que chegam de fora para analisar os impactos das enchentes sempre dão prioridade ao perímetro urbano.
O engenheiro agrônomo e extensionista da Emater em Mariana, Ricardo Vaz de Melo, também fez duras críticas à falta de planejamento das autoridades para que seja evitado os prejuízos causados pelas enchentes.”Os municípios já deviam ter um Fundo Emergencial para atender as cidades e áreas rurais exclusivo para esta demanda e também as autoridades prometem recursos em caráter de emergência, mas liberam com muita parcimônia. Exige-se muito para se ter acesso ao recurso”, diz.
A AMAPI prepara uma pauta de reivindicações para encaminhar ao governador de Minas na próxima semana e fez questão de ouvir cada representante dos municípios, que listaram suas prioridades, como necessidade de maquinários, engenheiros, serviços de topografia, treinamento para funcionários, cascalhamento, mata –burros.
Denise Silva - Assessoria de Imprensa da AMAPI
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