segunda-feira, 9 de maio de 2011

Afinal, o que são Direitos Universais do Ser Humano?

Por Nélio Azevedo

Quando os telejornais anunciaram a morte do Bin Laden todos puderam ouvir bem claro que um comando norte-americano havia entrado no Paquistão, com helicópteros armados até os dentes, sem pedir permissão nem dar qualquer satisfação às autoridades locais e, numa ação que durou pelo menos quarenta minutos, a um quilômetro de um quartel, executando o procuradíssimo terrorista.

De acordo com os relatos, o Bin Laden foi morto sem oferecer resistência, tendo sido mortos um de seus filhos e todos os seguranças, além de serem alvejadas, a sua filha e uma de suas esposas.

Num arroubo de arrogância e empáfia, o governo americano anunciou em cadeia nacional, ou mundial, que o terrorista Bin Laden tinha sido morto, tendo seu corpo enrolado em um pano e lançado ao mar. Isso, depois de admitir publicamente que teriam torturado um dos mensageiros do famoso terrorista para conseguir as informações que os levaria a cabo de tamanha empresa.

O horror que os prisioneiros passaram em Abugraib e Guantánamo não fazem corar nenhuma tez, o mundo já se calou diante de tamanho atentado ao direito individual do cidadão árabe, o mundo civilizado já foi convencido de que o mal está só na Al-Qaeda; tudo é válido quando se trata de acabar com o eixo do mal, até assassinato e tortura. Essas pessoas não merecem ser chamadas de seres humanos nem merecem ter o direito de defesa, sequer o direito de um julgamento, já que fora pego com vida.

Algumas poucas vozes se levantaram em defesa dos direitos dessas pessoas, mesmo que sejam covardes assassinos, terroristas e que tenham sido os responsáveis pela morte brutal de tantas pessoas em atentados, os jornais e telejornais se pelam de medo das retaliações que poderiam advir de tal posicionamento, que seria lido como apoio ao terrorismo.

Matar em nome da lei não tira a culpa nem pode ser justificado com conceitos de segurança nacional ou teremos um “dente por dente, olho por olho” sem fim e viveremos num mundo de cegos e banguelas. Isso não pode ser confundido com justiça, isso tem outro nome: é vingança.

Isto é a lei do mais forte, muito comum nos procedimentos de ocupação do oeste norte-americano e em todos os confins onde os yankees se meteram em guerras de conquista e ocupação pelo mundo a fora. O assassinato de Bin Laden foi assassinato tanto quanto o fora o de todos os mortos que seus atentados contra os Estados Unidos, do mesmo jeito que fora o assassinato de centenas de milhares de civis no Iraque, no Afeganistão e Paquistão.

Também fora assassinato de quase duas dezenas de civis na Praça Nizur em Bagdá, quando os soldados norte-americanos dispararam contra a população civil e desarmada.

Se valer a lei para proteger somente os cidadãos norte-americanos, que lei é essa? Quando os comandos norte-americanos executam essas tarefas mundo a fora eles se tornam tão assassinos quanto os árabes que pilotaram os aviões jogados nas torres; agora quem terá o direito de vingança?

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