Por Nélio Azevedo
Na mesma semana em que cidades como Rio de Janeiro e São Paulo comemoram a redução nos índices de assassinatos, nos deparamos com cenas de horror em várias cidades em todos os Estados da Federação.
Crimes hediondos, onde o uso de violência extrema é marca principal, violência contra idosos, crianças e mulheres, revelando um traço de crueldade, pois, são os componentes mais vulneráveis da população, incapazes de se defender diante do agressor, geralmente um homem adulto, muitas vezes, armado ou fazendo uso de coisas que se tornam armas.
Recortei as manchetes de duas páginas do tabloide O Tempo e dá para constatar que o que eu digo é uma triste constatação desses níveis de violência. Para algumas autoridades ligadas à área da segurança o que ocorre é que tínhamos níveis baixos de violência e que agora estamos chegando a níveis mais altos, porém, aceitáveis para o número de habitantes.
Os números podem até estar dentro do que consideram aceitáveis, mas, a forma é que nos assusta; o número exagerado de tiros, principalmente na região do crânio, características de vingança e ódio, os ingredientes costumeiros como o tráfico de drogas e o seus filhotes como roubo de carros e a facilidade da entrada de armas no Território Nacional.
O envolvimento de policiais e empresários em todo tipo de crimes vem crescendo e não raro nos espantamos com caras conhecidas de personagens das colunas sociais frequentando as páginas policiais, como foi o caso do dono do Centro Ótico, Daslu e Hipolabor. A cara dos bandidos mudou ou agora simplesmente se revelou.
Do lado de cá ficamos nós, reclusos em nossos lares, cercados de grades enquanto a bandidagem anda solta e livre nas ruas, esperando a oportunidade de cometer algum delito. Dá medo andar nas ruas até mesmo de dia, principalmente nos fins de semana quando há pouco policiamento.
Quando acontece um crime com muita repercussão, vem logo o debate sobre alguns temas recorrentes, Estatuto do desarmamento, pena de morte e outros. Sobre a pena de morte, fica sempre o temos de que a nossa falha justiça só matará os três “pês”: Pretos, pobres e putas. Se juntarmos o que a polícia mata nas principais cidades brasileiras teremos um número infinitamente maior do que o número de condenados à morte nos Estados Unidos, numa clara demonstração de que matar para nos sentirmos seguros já acontece e os níveis de violência só aumentam.
Quanto ao Estatuto do desarmamento é uma discussão totalmente inócua, com pessoas impróprias e sem muita informação. Soube que alguns fabricantes de armas financiaram campanhas de deputados que garantiriam a sua rejeição no Congresso. A maioria das armas de pequeno calibre que aparece nas mãos dos criminosos foram armas adquiridas legalmente um dia. Há muita polêmica em torno dessa discussão, se temos ou não o direito de nos armarmos para garantir a nossa própria segurança, já que o Estado se mostra ineficaz? Será que aos cidadãos de bem não bastaria a lei? Será que estamos tão longe de países como o Japão e a Inglaterra onde é terminantemente proibida a posse de armas, onde nem mesmo a polícia anda armada? Será que somos uma espécie violenta e não nos damos conta disso? Ainda podemos nos chamar de Humanidade?
Nélio,bom dia. Como sempre sábio e consistente em suas palavras, porém ficou uma dúvida: O que a polícia mata, seria execução ou dentro da legitimidade. Uma abraço.
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