quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Simonésia: Policiais são acusados de espancar e causar a morte de pedreiro

A família do pedreiro Expedito Alves de Oliveira, 46 anos, quer saber em que circunstância ele morreu nesta terça-feira, 03. Ele estava sendo conduzido por dois policiais militares de Simonésia por causa de uma ocorrência simples e, segundo a família, foi espancado e sofreu uma hemorragia interna. No velório, moradores e familiares indignados cobraram explicações do Comando do 11º Batalhão de Polícia Militar. Em Manhuaçu, os dois policiais foram afastados do trabalho e instaurado um inquérito policial militar.

Na primeira parte da história não há dúvidas. Na noite de segunda-feira, o Cabo Zinis e o Soldado Assis abordaram um rapaz numa motocicleta no posto de combustíveis na entrada de Simonésia, por volta de 22:30. Como o condutor era inabilitado, foram até o dono da moto. Expedito foi procurado em casa e chamado a acompanhar os policiais, a moto apreendida e o motociclista sem carteira.

O problema é justamente a partir da transferência para Manhuaçu. Nádia Sabrina, irmã de Expedito, conta que ele saiu com os militares normalmente para acompanhar o registro da ocorrência e que não foram informados da morte. “Só no dia seguinte, quando algumas pessoas começaram a me falar que meu irmão tinha morrido é que começamos a procurar. A PM não nos comunicou. Comecei a procurar notícias dele. Fui ao pronto socorro e ninguém sabia. Fui ao hospital e depois sugeriram que eu procurasse a funerária que estava de plantão à noite. Foi lá que descobri que ele estava morto”, conta Nádia Sabrina.

Ela disse que ao ver o corpo no necrotério e notar que a causa morte estava como desconhecida passou a cobrar explicações. “O delegado determinou, de forma prudente, que fosse feita a necropsia e não havia legista em Manhuaçu. O corpo foi levado para Caratinga. No necrotério, eu vi o corpo todo molhado, nariz  com sangramento, joelhos da calça rasgados e muito sujo de barro. O investigador nos falou que tudo indicava que ele foi espancado no trajeto até Manhuaçu”, afirmou.

Nádia explicou na entrevista que os familiares procuraram os policiais e eles alegaram que não houve nada na viatura. “Disseram que ele estava passando mal, não foi algemado e que morreu quando chegou à delegacia em Manhuaçu”, conta.

PARADA NO CAMINHO

Os policiais alegaram que no trajeto entre Simonésia e Manhuaçu pararam duas vezes. Na primeira, a pedido de Expedito para urinar. Ele teria caído e se sujado de barro. Os militares pararam uma segunda vez no posto Picada (na entrada de Manhuaçu) para que ele se lavasse. Na delegacia, ele morreu. O Corpo de Bombeiros chegou a ser chamado.

Nádia e os familiares querem saber o que aconteceu durante a parada. Ela conta que um investigador sugeriu que foi nesse momento que Expedito foi espancado e os ferimentos provocaram a morte.

“Como no tempo em que ele morreu estava só em poder da polícia, não estava em bar ou em briga, só queremos justiça e esclarecimentos. Uma pessoa que entrou na viatura bem aqui em Simonésia chegou com vários ferimentos. A gente só quer explicações desse comportamento dos policiais”, questionou Nádia Sabrina, afirmando que seu irmão era um pedreiro dedicado, bebia de vez em quando e sabia trabalhar bem. “Não era uma pessoa complicada”.

AFASTAMENTO

Respondendo pelo Comando do 11º Batalhão de Polícia Militar, o Tenente-coronel Luiz Carlos Rhodes, informou na manhã desta quarta-feira, 05, que foi instaurado um inquérito policial militar e que os dois policiais foram afastados do serviço em Simonésia.

Ele garantiu que a Polícia Militar também tem interesse no esclarecimento de tudo o que ocorreu. “Estamos também buscando esclarecimentos a respeito desses fatos. Quero manifestar aqui à família do Senhor Expedito a nossa consternação com o falecimento dele. A Polícia Militar está entristecida com esta situação e também quer o esclarecimento da verdade sobre esses fatos”, afirmou.

Segundo o tenente-coronel Rhodes, os militares adotaram as providências: fazer o boletim de ocorrência e encaminhar os dois para a delegacia em Manhuaçu. Em Simonésia, não existe plantão noturno de delegado e, como procedimento padrão, os cidadãos têm que ser conduzidos até a delegacia de Manhuaçu.

“No trajeto, o Expedito teria pedido para descer da viatura e urinar. A versão contada pelos policiais é de que ele estava embriagado e tomou um tombo no local em que estava urinando. Em seguida, eles pararam no posto Picada, lavaram as mãos e tiraram a lama do Expedito”, explica o oficial.

Segundo o comandante, na apresentação na delegacia, a versão dos dois militares, é que, no momento em que entregavam Expedito, ele sofreu um mal súbito e veio a óbito.

O cidadão que estava pilotando a moto e seria a testemunha de tudo o que aconteceu foi ouvido pela Polícia Civil. “Não temos acesso ainda ao laudo, mas o atestado de óbito indica a morte por hemorragia. Iniciamos uma apuração. Mesmo a Polícia Civil fazendo o inquérito de competência dela, com base nas circunstâncias, eu determinei a instauração de um Inquérito Policial Militar para esclarecer a verdade e trazer à tona como que ocorreu a morte desse cidadão. Não temos interesse em omitir nada. A apuração da Polícia Militar vai ocorrer dentro de uma transparência total, sob responsabilidade do Capitão Luciano Reis, com comunicação integral ao Promotor de Justiça para que possa acompanhar todos os procedimentos. Preliminarmente, afastamos os dois policiais do serviço em Simonésia e estamos iniciando os depoimentos de quem viu ou participou de qualquer coisa”, afirmou o Tenente-coronel Rhodes.

O corpo de Expedito foi sepultado em Simonésia nesta quarta-feira em meio a protestos de moradores e indignação na comunidade.

A reportagem do PORTAL CAPARAÓ tentou localizar o rapaz que estava na motocicleta e ouvir a versão dele sobre os fatos durante o percurso até Manhuaçu.

Fonte: Portal Caparaó

10 comentários:

  1. Situação triste nesta ocorrência,sou apenas um cidadão,mas esta é a minha opinião: Pelo pouco que entendo das leis de trânsito,um condutor sem habilitação, deve o veículo ser apreendido,e ser multado, mas em hipótese alguma ser preso o condutor, ele cometeu uma infração de trânsito e não um crime,e ainda por cima os policiais foram na casa do proprietário do veículo as 22:30, para notificá-lo do acontecimento, isto é no mínimo absurdo; Cabia os policias apreenderem a motocicleta e posterialmente o proprietário providenciar a retirada dela, no momento que o mesmo achar conveniente.Há isto se da o nome de ABUSO DE PODER. E á respeito do que aconteceu no trajeto de Simonésia a Manhuaçú, teríamos de sermos muito inocentes para acreditarmos na versão dos policiais,onde é que a pessoa leva um tombo e quebra costelas e a cabeça; por mais que para policiais a lei seja branda eles teriam que ter inventado uma versão mais convicente, mais óbvia, esperamos justiça, há dos homens, porque a de Deus,esta não falha.
    COMUNIDADE DE SIMONÉSIA

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  2. Curioso que há mais de um ano,um pedreiro de Vila Nova foi preso,em circunstancias diferentes,no trajeto noturno ate a Delegacia de Manhuaçu,passaram perto posto Picada,teve beber gasolina e foi espancado,se não fosse internado e operado teria morrido tambem,curioso que o peltão de Realeza pertencia a Companhia de Simonesia na epoca.

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  3. TEMOS POLICIAIS MAL FORMADOS. O CARA ENTRA LÁ E SÓ PRESTA PRA DESTRUIR A VIDA DOS OUTROS. ESSE SISTEMA TEM QUE SER REVISTO. TEM QUE HAVER MAIS RIGIDEZ. QUALQUER UM NÃO PODE SER PM NAO. ESTAMOS EM RISCO...

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  4. Ao anomino ae de cima mal informado, e sem estudo algum, o Pedreiro foi levado por ter entregue a direção a uma pessoa não habilitada, isso sim é crime, intão antes de criticar os PM's, tenha pelo menos um pouco de conhecimento, e outro coisa julgar e muito facil quando não está na situação todos gostam de julgar mais nunca de ser julgados, a verdade e a seguinte as pessoas(civis) nunca reconhecem o trabalho da PM e so esperam talvez um deslize para começar a falar, agora eu pergunto o que seria da sociedade sem a PM, vocês acham que policiais civis trabalham? Procurem se informar a PM e quem carrega a segurança publica de MINAS nas costas.

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  5. Outra coisa, Simonesia nunca foi COMPANHIA, hoje e pelotão mais antes era destacamento, esse outro PAISANO FOLGADO é MAL INFORMADO!!!!!

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  6. A função dos policiais é proteger as vidas e não sair matando trabalhador.Se o homem estava errado que fosse levado a responder na justiça e não ser sacrificado de sua vida!

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  7. CARO ANÔNIMO DAS 22:20, TODOS OS POLICIAIS MILITARES SÃO, COMO VOCÊ CIDADÃOS E NÃO "CARAS", PROCURE SE INFORMAR QUANTO A FORMAÇÃO DOS POLICIAIS MILITARES, O CURRÍCULO, IDONEIDADE, CARÁTER, DENTRE OUTROS, PARA ENTÃO "DISPARAR" CONTRA PROFISSIONAIS SÉRIOS, QUE MESMO COM O SACRIFÍCIO DA PRÓPRIA VIDA, DEFENDEM ATÉ MESMO VOÇÊ. DENTRO DE UMA TOTAL TRANSPARÊNCIA, O FATO ESTÁ SENDO APURADO, PELA PM, POLÍCIA CIVIL, COM O MINISTÉRIO PÚBLICO FISCALIZANDO. SOMENTE SE É RÉU E CULPADO APÓS TRANSITADO EM JULGADO.

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  8. GENTE.NÃO PODEMOS NOS ESQUECER QUE EM TODOS OS LUGARES EXISTEM PESSOAS HONESTAS E BOAS E INFELIZMENTE TAMBÉM EXISTEM PESSOAS DE CARÁTER E CORAÇÃO RUIM...TOMARA QUE SEJA TUDO APURADO E A JUSTIÇA PREVALEÇA!!!!!!

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  9. É muito triste essa situação! Estando o pedreiro certo ou não,ninguem merece morrer desse jeito.Espero que os fatos sejam apurados para que tanto a familia do Expedito quanto os familiares dos policiais,possam ficar mais tranquilos.Não adianta ficar fazendo represálias ou piadinhas de mal gosto,porque as familias dos policiais não devem ser julgadas por isso.

    Manifesto aqui minhas condolências à familia de Expedito e força para os familiares do Cabo Zinis.

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  10. Caro Sr
    Sou o Paisano que se referiu,conheço a Pm,já tive parentes e amigos que entraram e sairam com honras da mesma,o que queremos é que se forem concluidos culpa tanto no caso de Vila Nova como Simonésia os mesmos tenham penas comos civis tem,O Brasil mudou,que seja dada ciencia a nossa atual Presidente Dilma Roussef

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