Editorial do Jornal Regional, edição nº 388, 2ª quinzena de junho de 2010

Prefeito tem de gostar de sua cidade

Prefeito é a principal (ou a maior) autoridade de uma cidade, autoridade constituída pelo povo. Isso quer dizer que prefeito é um empregado da população de cada cidade, ganha um bom salário para representá-la com zelo e seriedade.

Por isso deve trabalhar de forma honesta e com transparência, como normalmente faz um servidor comum que deseja que os resultados sejam positivos e venham atender as necessidades de seu empregador.

Somada a esta condição, antes de tudo, entendemos que prefeito precisa mesmo é de gostar de sua cidade, gostar do povo e gostar de estar administrando um bem público que requer respeito e prestação de suas contas.

Caso contrário a cidade fica para trás, amargando por uma melhor qualidade de vida e as pessoas passando por dificuldade até nas necessidades essenciais.

Exercer o cargo de prefeito exige dedicação além do ‘feijão com arroz’, principalmente porque a receita advém do dinheiro público que é depositado mensalmente pelo Governo. Exige mais do prefeito, de sua iniciativa pessoal de buscar recursos junto aos órgãos governamentais. E, com capacidade e competência, gerir esses recursos de forma a atender as necessidades da população.

Como o prefeito tem de gostar da cidade, nos momentos difíceis ele não pode se acomodar e nem fingir que está tudo bem. Ele tem de participar ativamente das questões que envolvem sua cidade, deve atender as reivindicações dos cidadãos junto à saúde, educação, cultura e lazer, transporte público, emprego e renda, etc. Uma tarefa que dá resultados se o prefeito estiver participando diretamente junto da sociedade em suas realizações e reivindicações, durante eventos e em ações comunitárias.

Tem um ditado antigo que diz que “pelas ruas da cidade se conhece o prefeito”. Esse dito se encaixa bem em muitas cidades brasileiras onde o prefeito ‘parece ter abandonado a cidade’; deixando as ruas sujas e cheias de lixo, poluídas, muitos cachorros soltos oferecendo perigo às pessoas; ruas sem sistema viário eficiente e sem nenhuma motivação aos transeuntes, desertas e dando uma funesta sensação de cemitério.

Tem prefeito que não se importa nem com as condições estruturais da prefeitura que é o seu local de trabalho. Já visitamos prefeituras sem a mínima apresentação e sem nenhum atrativo, prédio antigo e cheio de biombos confusos que inibem a privacidade, poucas áreas informatizadas e setores ainda utilizando-se da antiga máquina de escrever.

Como se não bastasse, sem uma área de recepção adequada resumindo-se apenas num antigo birô, feio e remendado, logo na entrada do prédio. E para saciar-se da sede as pessoas se utilizam de um velho filtro de barro que esnoba uma faixa verde de lodo. Em compensação, os desconfortados sanitários que deixam a desejar, no estilo ‘démodé’, não oferecem nem papel toalha e nem papel higiênico... etc. etc. etc. etc. etc.

E se o prefeito não cuida nem de seu local de trabalho, imagine seus cuidados junto à administração municipal!...