Opinião sobre a proibição de mesas nas calçadas

As medidas tomadas recentemente pelo Ministério Público exigindo o cumprimento da Lei Orgânica do Município e, com isso, obrigando aos comerciantes a retirada de mercadorias expostas e especialmente aos donos de bares a retirada das mesas e cadeiras sobre as calçadas, causou um impacto forte na população.

Foram medidas duras, sim, mas necessárias para uma melhor convivência social entre comerciantes e pedestres que, devido à exacerbação de alguns comércios, tinham que caminhar perigosamente entre veículos, arriscando a própria vida, por não encontrar mais espaço nas calçadas.

Não satisfeitos com essa agressão à lei e aos bons costumes, alguns comerciantes mais audaciosos, já estavam ocupando as vias dos jardins, que sempre foram destinadas ao lazer de idosos, jovens e crianças, transformando as praças em verdadeiras áreas comerciais a céu aberto, a ponto de já se sentirem donos do pedaço.

Se a proibição de usar mesas nas calçadas chegou à essa decisão radical foi por culpa exclusiva desses próprios comerciantes que, na ganância de querer cada vez mais espaço, acabaram se desentendendo.

Muitos estão reclamando de que sem esse espaço não há como trabalhar, pois a maioria dos bares da cidade não tem área interna suficiente para atender seus fregueses e que terão, terminantemente, de demitir alguns funcionários.

Acreditamos que sim. Alguns estabelecimentos terão que demitir de imediato até que a situação se regularize. Provavelmente o perfil do comércio central será alterado e os novos bares terão que se adaptar ao padrão estabelecido pela lei e, consequentemente, esses funcionários serão readmitidos. É uma questão apenas de readaptação, pois os fregueses não se mudaram daqui e, certamente, continuarão frequentando os mesmos locais de antes.

Apenas para avivar a memória, quando o prefeito Wiron proibiu o estacionamento de carroças na área da estação da Leopoldina e retirou as barracas da praça foi um verdadeiro fim do mundo para muita gente.

Hoje vemos o quanto foi importante para a cidade aquela transformação. Raul Soares era uma cidade suja, com áreas sem pavimentação no centro, onde os animais transitavam e deixavam o espaço ainda mais sujo e fétido, deixando a impressão aos visitantes de que ele estava entrando numa roça e não em uma cidade.

No nosso ponto de vista, entendemos que devemos olhar para frente e esquecer coisas menores e egoístas. Devemos pensar na sociedade como um todo e, por essa ótica, veremos que essas medidas, se prejudicaram temporariamente um ou outro, foram necessárias para um ganho maior, pois irão beneficiar toda a população.