
O SAAE é uma autarquia e atua em parceria com a Prefeitura Municipal. É uma empresa pública e, portanto, também administrada com recursos públicos, além de contar com a arrecadação obtida com as contas de água e esgoto.
O que muita gente não sabe é que a justificativa para esses aumentos abusivos podem estar nas despesas com o pessoal da área administrativa. Comenta-se que esse pessoal viaja muito para participar de reuniões em outras cidades e as despesas com essas locomoções não saem baratas, pois hospedagem, passagens e alimentação estão caras.
A função da Diretoria do SAAE é dirigir a empresa para que ela produza uma água de boa qualidade para a população, a um preço justo. Não são necessários encontros exibicionistas, nem outdoors, nem panfletos fazendo propaganda da água tratada. A população não quer saber disso. Esse dinheiro se fosse economizado serviria para reduzir o alto custo cobrado por esse tratamento de água. Aliás, deveria ser proibido o uso do dinheiro público para custear a divulgação de um fato que é a obrigação da empresa realizar.
Há poucos anos, a Câmara Municipal aprovou um projeto de autoria do ex-vereador Gésus de Oliveira Cota (Neném Alfaiate) instituindo a Tarifa Básica Operacional, que é, por incrível que pareça, uma tarifa onde o usuário paga por aquilo que não consome. Segundo alguns juristas, essa cobrança é inconstitucional, pois o Código de Defesa do Consumidor estabelece que o consumidor só deve pagar pelo que efetivamente consome.
E já que a Câmara foi acionada para aprovar essa lei duvidosa, que beneficiou a autarquia e prejudicou a população, não seria oportuno agora ela intervir e pedir uma auditoria nas contas do SAAE? A hora é de moralizar e acabar com esses abomináveis bondes da alegria, que tanto sangram os cofres públicos. Afinal, fiscalizar as ações do Poder Público é uma das atribuições da Câmara Municipal.
É bom deixar claro, que o dinheiro público não é um dinheiro de ninguém. Ao contrário, é o dinheiro de muitos e, por isso mesmo, merece mais respeito e seriedade ao ser administrado. A população, no exercício de sua cidadania, exige além do respeito, mais transparência no trato com a coisa pública. Os tempos estão mudando e a população, mais consciente de seus direitos, está cobrando desses administradores mais seriedade, pois, quer queiram ou não, estamos caminhando para a moralização.
Foto: Estação de tratamento do SAAE de Raul Soares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Todos os comentários são moderados e não serão aceitas mensagens consideradas inadequadas.