
“Minha terra tem palmeiras, / Onde canta o sabiá; / As aves, que aqui gorjeiam, / Não gorjeiam como lá”. Gonçalves Dias, se vivesse nos tempos atuais e morasse
em Raul Soares, talvez até se sentisse tentado a colocar mais um verso em seu belo poema Canção do Exílio. É que aqui também temos um sabiá, mais precisamente uma fêmea que se aninha todo ano em uma das colunas do Santuário de São Sebastião. Bem tranqüila, nas alturas, nesta coluna da Igreja, costuma entoar seu triste canto nos momentos de celebração, principalmente nas missas. O seu canto se mistura às músicas sacras, criando uma suave trilha sonora de rara beleza. A cada ano o casal constrói um ninho que se sobrepõe ao anterior, numa demonstração de habilidade arquitetônica. Uma maneira de demarcar seu território e perpetuar a sua morada naquele local santo e bem protegido, pertinho de Deus.
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