quinta-feira, 24 de maio de 2012

Politicamente, política mente, político mente

Depois de ler o texto do Pascoal sobre a política em Raul soares eu fiquei morto de vontade de escrever sobre o tema, pena que eu esteja tão distante da realidade da cidade no momento, motivo pelo qual eu não ousaria escrever sobre o tema.

Por outro lado, posso discorrer sobre a política em seus aspectos universais, o que incluiria o cenário político local. Sou bastante saudosista, mantendo sempre um pé no passado, outro no presente e o olhar no futuro. Para os que se lembram, Raul Soares, a exemplo de qualquer cidade do interior de Minas foi palco de disputas acirradas entre a UDN e o PSD. Com o advento do golpe de 64 e a instauração da ditadura militar, tivemos o episódio da extinção dos partidos, o que nos custou muito caro.

Os partidos eram agremiações já bem solidificadas no seio da sociedade e contribuíam sobremaneira na formação política dos cidadãos, alguns se fortaleceram enquanto que outros foram se perdendo nas curvas da política. Como eu dissera, os mandatários do período militar se incumbiram de detonar toda e qualquer manifestação política que pudesse vir a ser uma liderança civil, de grêmios estudantis aos sindicatos; de agremiações culturais a grupos de estudos sociais, tudo foi extinto a ferro e fogo. Aos políticos resumidos a duas siglas, ARENA E MDB, eram amordaçados por casuísmos e decretos que só perdiam em truculência para os tanques usados para fechar o Congresso. Essa ação repressiva não só aniquilou a classe política como também aniquilou a consciência política do povo. Até hoje tem gente que além de não ter essa tal consciência política, não se importa com os destinos do país, se colocando de forma tão irresponsável diante da urna, quando tem a única oportunidade de manifestar sua opinião, desejo ou insatisfação com o estado em que as coisas se encontram no cenário político.

A falta de propostas e programas políticos está espelhada nos programas obrigatórios dos partidos, na televisão; revelando a nossa pobreza intelectual e o prato cheio que os oportunistas de plantão adoram e não perdem a ocasião. Seria até covardia culpar os nossos maus políticos pelos descalabros e abusos tão comuns hoje em dia em todas as instâncias do poder político. Como muito bem disse o Pascoal, os políticos não são extraterrestres, são gente que nem nós e, nas cidades menores, são amigos, familiares, amigos ou parentes; todos conhecidos dos eleitores. Mas, e os eleitores? Será que os conhecemos? Será que são os amigos, parentes, familiares ou colegas? Quando acusamos só os políticos pelas falcatruas cometidas por eles estamos isentando os eleitores da responsabilidade por suas escolhas.

Não existe ideologia, criando um cenário onde se vota em pessoas, não em partidos ou ideias; já que nem ideais existem mais; não temos noção de classe social a que pertencemos e votamos em representantes de classes que ignoram o que se passa nas outras que não a sua, criando um abismo entre a riqueza e a pobreza através de obras e melhoramentos que só interessam a uma minoria que manda e mama nas tetas gordas do Estado. Ao ver como andam a (falta de) educação, a saúde, a segurança pública e outras áreas, podemos constatar o atraso em que nos encontramos, mesmo com os avanços que tivemos na última década, ainda falta muito para sermos uma grande nação e, as mudanças começam nas pequenas localidades; começa na mão do eleitor mais simples, nas propostas mais corriqueiras dos vereadores e prefeitos de cidades como Raul Soares, que para o cenário nacional não tem tanta importância, mas para os moradores locais, representa tudo. É o que irá determinar como serão o presente e o futuro, numa oportunidade única de fazer com que eles sejam diferentes do passado.

Nélio Azevedo (Projetista e historiador)

17 comentários:

  1. Sabe Nélio,o problema é que quando leio sobre a falta daquelas lideranças políticas como se isto
    fosse o motivo de Raul Soares está sendo tão mal administrada,não concordo, porque antigamente a gente não tinha os meios de informação que temos hoje. O que a gente ficava sabendo das coisas de uma forma mais sincera era pelos irmãos mais velhos em casa ou se por sorte tivéssimos uma professora de cabeça aberta e corajosa o suficiênte para politizar a gente na escola,eu felizmente tive algumas e por isto sei que estas lideranças também faziam muitas coisas erradas e sei também que o dinheiro que vinha era insignificante perto do que vem agora,depois que o Lula foi presidente.Agora só não se informa quem não quer e se alguém faz de algum meio de informação veículo para nos manipular,temos vários outros a recorrer e só não fica sabendo das coisas quem realmente não quer.O momento de Raul Soares pode sim estar prestes a mudar,isto se todos nós quisermos trabalhar civicamente para escolhermos quem realmente possa atender nossos anceios para que Raul Soares passe a ser uma cidade bem cuidada e seu povo bem atendido em suas necessidades mais básicas,saúde,educação,apoio ao civismo e administração pública séria e com zelo!!!

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  2. Nélio Azevedo meu medo é que o Geraldo Pascoal
    agora resolva ser Geraldo Faria.......

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    1. Que comentário mais sem graça, o Pascoal tem mostrado que é uma pessoa coerente, zeloso e competente no que faz, se for o Geraldo Faria, que eu acho, também é uma pessoa com suas qualidade de cidadão.vamos respeitar.

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    2. Não se faça de desentendido tentando mascarar a verdadeira intenção dessa comparação. Você sabe perfeitamente a que Faria ele estava se referindo nesse comentário!

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  3. Cruz Credo! Como diria nosso amigo Júlio Nesce. Não tenha medo. Esse risco você não corre!

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  4. Deus seja Louvado!!! Viva o Pascoal!!!

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  5. É isto aí Nélio e acho que se a gente não tiver
    um bom critério na hora de votar,depois não adianta
    nada ficar reclamando,já temos uma prova concreta
    disso aqui em Raul Soares e na situação em que a
    gente se encontra não dá para acreditar que o ruim
    é o bom,porque estamos sofrendo na carne as conse-
    quências do nosso voto e de nossas crenças em uma
    pessoa que simplesmente não está nem aí pra nada
    de construtivo e essencial em nossa cidade!

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  6. O grande problema de nossa cidade, de nosso estado e até do país é que o povo pensa só no presente, preocupa-se apenas consigo mesmo,esquecendo de seus semelhantes. Não se preocupa em ver o passado e o futuro daqueles que nos assistem. Um povo egoísta que tem os políticos que merecem.

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  7. Talvez um dia o povo descubra que se não temos candidatos com perfil que atenda as nossas expectativas e só anular o voto. Automaticamente com 50% mais um voto nulo teremos que ter outra eleição, depois outra, depois outra... até o candidato ideal. Acorda "Raul"- voto nulo neles... até aparecer o candidato ideal, pois os que temos é como se não tivéssemos.

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  8. Nélio,a situação aqui está difícil,mas isto pode
    ser modificado,se na hora de votar as pessoas
    tiverem consciência desta mudança e pensarem somente
    em nossa cidade e em tudo que podemos fazer por ela,
    Esquecendo as vaidades pessoais e pensando somente
    em o que e quem seria melhor neste momento.Não está
    certo ficar inventando que pessoas da família deste
    ou daquele irão interferir no mandato dele,até porque
    isto nem é justo com ele,afinal de contas se não tiveram
    este poder até hoje, por quê agora isto iria acontecer? Acho que a situação de nossa cidade só
    vai melhorar quando todos pensarem de verdade que
    querem esta melhora e fizerem responsavelmente isto
    acontecer!

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  9. É bem verdade que para toda regra há exceção, mas como bem disse nosso amigo Nélio "...antigamente a gente não tinha os meios de informação que temos hoje. O que a gente ficava sabendo das coisas de uma forma mais sincera era pelos irmãos mais velhos em casa ou se por sorte tivéssimos uma professora de cabeça aberta e corajosa o suficiênte para politizar a gente na escola..." Só há uma ressalva: antigamente tínhamos políticos de brilho na cara, vergonha, corria-lhes sangue ao ver improbidades administrativas, falcatruas, etc. Hoje banalizou - se há tempo para se difundir audácia de Senador e bicheiros, quem dirá dos doadores de sacos de cimento, cestas básicas, remédios, favores de levar um doente a Belo Horizonte numa ambulância que é do povo. Olha, há muita lama, muita podridão e pouca educação, saúde, segurança e até quem sabe pouca ESPERANÇA em achar um homem POLITICAMENTE HONESTO.

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  10. É bem verdade que para toda regra há exceção, mas como bem disse nosso amigo ANÔNIMO "...antigamente a gente não tinha os meios de informação que temos hoje. O que a gente ficava sabendo das coisas de uma forma mais sincera era pelos irmãos mais velhos em casa ou se por sorte tivéssimos uma professora de cabeça aberta e corajosa o suficiênte para politizar a gente na escola..." Só há uma ressalva: antigamente tínhamos políticos de brilho na cara, vergonha, corria-lhes sangue ao ver improbidades administrativas, falcatruas, etc. Hoje banalizou - se há tempo para se difundir audácia de Senador e bicheiros, quem dirá dos doadores de sacos de cimento, cestas básicas, remédios, favores de levar um doente a Belo Horizonte numa ambulância que é do povo. Olha, há muita lama, muita podridão e pouca educação, saúde, segurança e até quem sabe pouca ESPERANÇA em achar um homem POLITICAMENTE HONESTO.

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  11. Não concordo,antigamente tinha e era até muito pior,
    só que quase ninguém ficava sabendo......

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  12. Ô Nélio; para de encher o saco com esse proselitismo BARATO, vem pra cá. Que saco... vcs ficam batendo boca e outras coisas; olha o Carijó! esse é o cara sócio do Cachoeira. Visitem o site do TJMG.
    Quase Um milhão em execuções fiscais.

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    1. Ô Leal,este "carijó" que você está falando
      é o blá blá blá?

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  13. E ele continua aí na rua pedindo voto como
    se nada tivesse acontecido,como se fosse um
    santo do PT!!

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  14. Não basta o cara numa situação desta jurar
    que é honesto,isto todos eles fazem.O certo
    é provar com transparência que é honesto e que
    está sendo vítima de uma calúnia e difamação.
    E não ficar pensando que todo mundo é otário e
    que vai confiar nele cegamente!

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