Eleição de Dilma Rousseff suscita controvérsia sobre como chamá-la.
Eleita para a Presidência da República, Dilma Rousseff suscita uma dúvida. A partir de 1° de janeiro, ela será chamada de presidente ou presidenta do Brasil? Embora as duas formas sejam aceitas pelos dicionários de língua portuguesa para definir a mulher que ocupa o cargo máximo de um país, há controvérsia entre gramáticos.
Durante a campanha, o PT usou a palavra presidenta como estratégia para reforçar Dilma como a primeira mulher na Presidência. O termo feminino foi uma forma de apresentar um diferencial à candidata, que no primeiro turno teve uma mulher como oponente, Marina Silva (PV).
Autor dos livros Português Prático e Guia Prático da Nova Ortografia, o professor Paulo Flávio Ledur avalia que seria importante ouvir a opinião de Dilma sobre a questão. Para ele, a forma presidenta é a mais adequada:
— A mulher está assumindo posições novas na sociedade. Embora se aceite a forma feminina em professora, doutora, juíza, e em outras não, eu defendo uma forma única. É claro que num primeiro momento, nós estranhamos porque é novo, mas é uma questão de hábito. A língua se faz pelo uso. Na medida em que o uso se consagra, a estranheza desaparece.
Na Argentina, houve discussão semelhante quando Cristina Kirchner se apresentou como candidata. Com a resistência ao uso da palavra presidenta pelos meios de comunicação, ela bradou em um discurso como queria ser chamada se eleita.
— Presidenta! Comecem a se acostumar. Presidentaaa... e não presidente! — disse, esticando a letra a.
Após a posse, Cristina rejeitou documentos da Casa Rosada que continham a palavra presidente ao invés de presidenta, exigindo correção e nova impressão. Atualmente, jornais como La Nación e Clarín usam a versão pedida pela presidenta. No Chile, a primeira mulher a chegar ao cargo máximo do país, Michelle Bachelet, era chamada de presidenta nos jornais El Mercurio e La Tercera, entre os mais importantes.
O professor Adalberto J. Kaspary, autor de Português Para Profissionais, defende o uso da forma comum aos dois gêneros: presidente. Para ele, respaldado pela Academia das Ciências de Lisboa, a palavra presidenta tem uma carga pejorativa. Kaspary, inclusive, aconselhou Ellen Gracie Northfleet, primeira mulher a presidir o Supremo Tribunal Federal, a adotar a forma "agenérica" presidente, isto é, adequada para os dois gêneros e mais formal.
Famoso pelos programas de TV sobre língua portuguesa, o professor Pasquale Cipro Neto explica que normalmente as palavras que terminam 'nte' não tem variação. O que identifica o gênero, destaca ele, é o artigo que o precede, como por exemplo, o gerente, a gerente, o pedinte, a pedinte. O sufixo é originário do latim, do particípio presente, e segue a mesma regra atualmente no português, italiano e espanhol.
— Algumas, pelo uso, acabam se impondo também na forma feminina, como presidenta, que está em todos os dicionários e que pode perfeitamente ser usada. Se Dilma fizer questão de ser presidenta, ninguém vai poder contrariá-la. Se ela quiser ser chamada assim, terá todo o direito.
Coordenador executivo da campanha de Dilma no Estado, Ary Vanazzi diz que o debate tende a ficar mais forte agora, a partir da eleição da petista:
— Em alguns discursos, ela usou a palavra presidenta, mas depois voltou a falar presidente. Mas a campanha é uma coisa diferente. Pode haver outra definição depois da eleição, já que existirá a função de presidenta.
Uma ou outra forma?
Como dirigir-se a Dilma Rousseff: presidente ou presidenta? As duas formas são admitidas na língua portuguesa. Veja o que dizem dois especialistas em gramática:
Presidente: é a forma preferida pelo professor Adalberto J. Kaspary, autor de Português Para Profissionais, já que a palavra serve tanto para o feminino quanto para o masculino. Para ele, respaldado pela Academia das Ciências de Lisboa, a palavra "presidenta" tem uma carga pejorativa. Kaspary, inclusive, aconselhou Ellen Gracie Northfleet, primeira mulher a presidir o Supremo Tribunal Federal, a adotar a forma "agenérica" presidente, isto é, adequada para os dois gêneros e mais formal.
Presidenta: esta seria a forma adotada se dependesse do professor Cláudio Moreno. Ele observa que os dicionários admitem presidente ou presidenta e aposta que adotar o segundo é só questão de tempo. Lembra o caso da indiana Indira Ghandi (1966-1977 e 1980-1984), que começou a ser chamada de "o primeiro-ministro", passou a ser "a primeiro-ministro" e, por fim, "a primeira-ministra".
Do Dicionário Aurélio:
Presidente
S. 2 g. 1. Pessoa que preside. 2. Pessoa que dirige os trabalhos duma assembleia ou corporação deliberativa.
Presidenta
S.f. 1. Mulher que preside. 2. Mulher de um presidente.
Fonte: Diário Liberdade
PASCOAL,POR FAVOR POSTE PARA NÓS O RESULTADO DA ELEIÇÃO AQUI EM RAUL SOARES...PELA PARADEZA DOS PETISTAS TÔ ACHANDO QUE O SERRA GANHOU AQUI!!!!!!!!!!
ResponderExcluirPresidente ou presidenta?
ResponderExcluirDeve-se dizer "a presidente", não "a presidenta". Embora "presidente" possa ter função de substantivo e de adjetivo, trata-se do infinitivo presente do verbo presidir. "Presidente" significa "aquele que está presidindo". Isso é, indica uma ação em andamento. Portanto, não varia mesmo quando assume o papel de substantivo ou de adjetivo.
Pelo menos, é o que a língua portuguesa pede. É o que os falantes sempre adotaram.
Entretanto, como a língua é feita pelo povo, por mais estapafúrdio que seja o erro, se o povo adotá-lo, ele deixa de ser erro..
Veja o caso do plural “gols”. Quem, no Brasil, ousará fazer plural em “gois” “goles” ou “golos”? Ninguém. A forma "gols", totalmente atípica, é a única que "soa" correta. Pois é, assim é a língua.
Da mesma forma, se o povo adotar a excrescência “presidenta”, mais dia menos dia será considerada perfeitamente correta. Soará correta.
Entretanto, como o povo ainda não o fez, não cabe a jornalistas, gramáticos e políticos aceitar o inaceitável.
Presidente é particípio presente do verbo presidir. Embora funcione ora como substantivo, ora como adjetivo, tem forte conteúdo de verbo. Nesses casos, nossa língua tem sido inflexível: é comum de dois. Não flexiona. Exemplos, temos às mancheias.Vejamos alguns.
Quem vive é vivente
Quem vê é vidente
Quem executa é exequente
Quem preside é presidente
Quem jaz é jacente,
Quem transcende é transcendente
Quem gere é gerente
Quem preside é presidente
Quem propele é propelente
Quem combate é combatente
Quem intende é intendente
Quem preside é presidente
Quem queima é candente
Quem cai é cadente
Quem se põe é poente
Quem preside é presidente
Não me consta que haja na língua portuguesa um só caso de particípio presente que faça o feminino com a terminação "a". Portanto, nada justifica a esdrúxula palavra “presidenta”.
De novo: se o povo quiser, será “presidenta”. Até lá, gramáticos, professores e jornalistas devem ficar com “a presidente”, que é a forma correta.
Muito interessante, esta discusao, presidente ou presidenta. Gostei muito da explicacçao de todos na materia,principalmente a do Fernando Cabral. Mas como a lingua é cultura de um povo e que pode sofrer modificaçoes com o tempo e circusntacias, penso que devemos tratar como Presidenta, partindo do principio que hoje as mulheres estao cada vez mais ocupando cargos de destaques no setor publico ou privado. E da lhe a mulher brasileira... Vou me referi a Sr. Dilma como Presidenta, afinal nos proximos 8 anos ELA é quem vai estar mandando...
ResponderExcluirGuto Matheus
Ao Fernando Cabral
ResponderExcluirPRESIDENTA LEI Nº 2.749, DE 2 DE ABRIL DE 1956
Se não houvesse mudanças na língua, ainda falaríamos Latim.
És um seguidor do Napoleão Mendes de Almeida?
Macahdo escrevia ora cousa, ora coisa; bem como ouro e oiro.
Retornando...
Ela assim dispõe com grafia da época:
Dá norma ao gênero dos nomes designativos das funções públicas
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art 1º Será invariavelmente observada a seguinte norma no emprego oficial de nome designativo de cargo público:
"O gênero gramatical desse nome, em seu natural acolhimento ao sexo do funcionário a quem se refira, tem que obedecer aos tradicionais preceitos pertinentes ao assunto e consagrados na lexeologia do idioma. Devem portanto, acompanhá-lo neste particular, se forem genericamente variáveis, assumindo, conforme o caso, eleição masculina ou feminina, quaisquer adjetivos ou expressões pronominais sintaticamente relacionadas com o dito nome".
Art 2º A regra acima exposta destina-se por natureza as repartições da União Federal, sendo extensiva às autarquias e a todo serviço cuja manutenção dependa, totalmente ou em parte, do Tesouro Nacional.
Art 3º Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Rio de Janeiro, 2 de abril de 1956; 135º da Independência e 68º da República.
JUSCELINO KUBITSCHEK
Pois se consta no Dicionário Aurélio "Presidenta" como feminino de Presidente, penso que dever-se-ia usar para o caso, "PRESIDENTA". Temos que valorizar nossa língua e policiar-nos para que não façamos uso de termos criados ou divulgados por atores e atrizes que em muitos casos não tem o conhecimento da lingua mater só para imitar o modelo. Ouço com frequencia os termos "facinho" e "molinho" - Meu Deus! vamos acabar falando ingreis. Se a língua é flexível e atualízável, não deve ser imexível (Magri)
ResponderExcluirComo tudo no mundo depende, se a palavra Presidente for utilizada por um Tucano amarelado, tenho o sentimento que não ocorrerá variação, agora se perguntar a alguma mulher avermelhada, a resposta será bem diferente.Portando desmontem os palanques, será melhor para todos, pois tu visse, olhasse e não falasse.Abços
ResponderExcluirSe é para acabarmos com a erudição e adotarmos a vulgarização e a destruição de todos os valores de nossa "Lingua Portuguesa", que se estenda essa flexão para todas as palavras terminadas em "ente" e passem a ser grafadas ou faladas "enta".
ResponderExcluirNão será lindo ouvirmos, ou lermos, "gerenta", "atendenta", "agenta","competenta", "assistenta", etc, etc, etc....???? Afinal, como dizem os arautos do irracional e do dilaceramento linguístico, temos que VALORIZAR A MULHER TRABALHADORA...
A LINGUA PORTUGUESA É CONFUSA, O QUE SOA VERDADEIRAMENTE NÃO SE ESCREVE E O QUE SE ESCREVE NÃO SOA VERDADEIRAMENTE. EX: BRASIL, O S SOA COMO Z E O MUNDO ESCREVE BRASIL COM Z, PARA FACILITAR A ESCRITA E O PALAVREADO COMO TODO O NECESSÁRIO SERIA A COMUNICAÇÃO E NÃO REGRAS IMPOSTAS POR ALGUEM COMO SE FOSSE O DONO DA VERDADE.
ResponderExcluirNÃO SEI A RAZÃO DE TANTA DISCUSSÃO.
ResponderExcluirSINCERAMENTE.
ALGUMAS EXPLICAÇÕES TENTAM NOS INDUZIR A ACHAR QUE A PALAVRA "PRESIDENTA" ESTÁ ERRADA.
NÃO ESTÁ!
ESSA PALAVRA SEMPRE CONSTOU DOS DICIONÁRIOS BRASILEIROS.
OUTRAS PALAVRAS NÃO ADQUIREM ESSA POLÊMICA!
QUEM ESTÁ ARGUMENTANDO CONTRA, NÃO PESQUISOU NOS DICIOÁRIOS E TAMPOUCO MENCIONOU-OS COMO ARGUMENTO.
NOSSA BASE PARA SABER SE AS PALAVRAS ESTÃO CORRETAS É O DICIONÁRIO. TAMBÉM, O ACORDO ORTOGRÁFICO.
MESMO QUE SEJA UM NEOLOGISMO (ACHO QUE NÃO É), DEVEMOS SIMPLISMENTE ACATAR E NOS ACOSTUMARMOS COM TAL PALAVRA.
NÓS (BRASILEIROS) DIZEMOS, DIARIAMENTE, VÁRIOS NEOLOGISMOS E NÃO ACHAMOS ESTRANHO.
ADAPTAMOS, (MUITO MAL) PALAVRAS DO INGLÊS PELO MOTIVO DE "ACHÁ-LAS" BONITAS.
UM EXEMPLO BEM RECENTE:
AS LOJAS ANUNCIAM ASSIM:
"ESTAMOS LIQUIDANDO NOSSAS MERCADORIAS 50 OFF"
ISSO É UMA ABERRAÇÃO COM NOSSA LÍNGUA.
"ESTAMOS LIQUIDANDO NOSSAS MERCADORIAS, CONCEDENDO 50% DE DESCONTO" SERIA MAIS "AUDÍVEL", SEM "FERIR" NOSSOS OUVIDOS.
Veja o que dizem Aurélio e Houaiss, que por acaso não são analfabetos:
ResponderExcluirPRESIDENTA
substantivo feminino
1 mulher que se elege para a presidência de um país
2 mulher que exerce o cargo de presidente de uma instituição
Ex.: a p. da Academia de Letras
3 mulher que preside (algo)
Ex.: a p. da sessão do congresso
4 Estatística: pouco usado.
esposa do presidente
Do mesmo modo que existe “Governanta” como substantivo, além de particípio!
Vejam também o que encontrei no iG:
Presidente ou presidenta? O iG esclarece a dúvida
Linguistas explicam a correção da palavra presidenta e mesmo a oposição vê no seu uso uma evolução dos costumes.
iG São Paulo | 15/09/2011 07:00
A palavra “presidenta” existe na língua portuguesa desde 1872. E desde 1925 ela consta como verbete do dicionário Caldas Aulete, revela, com exclusividade para o iG, um estudo feito pelas lexicógrafas Marina Baird Ferreira e Renata de Cássia Menezes da Silva, da equipe do dicionário Aurélio. Mas quase um século depois de ser dicionarizado, o substantivo feminino de presidente ainda causa estranhamento e leva muitos leitores do iG, que adota o uso do termo, a questionar sua correção ortográfica.
Não sabia que o livro de língua portuguesa editado pele Paulo Flávio Ledur depende da Dilma para ser lançado, a influência é tão grande assim ou esse professor não sabe o que é certo e o que é errado na língua portuguesa, ele fica dependendo de pessoas, será que ele não sabe que a palavra "Presidenta" existe a muitos anos no nosso dicionário que professor é esse.
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