domingo, 10 de setembro de 2017

De desprezados a queridinhos, vira-latas são maioria entre as famílias brasileiras

Pesquisa revela que os chamados sem raça definida (SRD) estão presentes em 41% dos lares do país; a saúde resistente e a fácil adaptação estão entre as vantagens de ter esse tipo de cãozinho

imageQuando Erilaine recebeu a notícia de que havia uma cadelinha jogada em um córrego, próximo de sua casa, não imaginava que, a partir daquele momento, começaria uma intensa relação de afeto que duraria até os dias de hoje.


A vira-lata recebeu o nome de Valentina e passou uma semana em uma clínica até se recuperar. Hoje está saudável e tem companhia de outra cadela, também mestiça, a Hellô. Juntas, elas são a alegria da família.

“Elas são muito inteligentes, muito carinhosas e gratas. Costumo dizer que foram elas que me adotaram, porque cuidam de mim e devolvem o amor. Jamais compraria um animal. Muitas pessoas perdem a oportunidade de conviver com cães fantásticos por se preocuparem com a raça”, desabafa a microempresária.

Hellô e Valentina são saudáveis e inteligentes (Foto: Erilaine Furbino/Arquivo pessoal )

Erilaine não está sozinha na preferência pelos cães sem raça definida (SRD). De acordo com uma pesquisa online, feita por um instituto de São Paulo, os cães SRD são preferência e estão presentes em 41% dos lares brasileiros, seguidos pelas raças poodle (11%) e pinscher (7%). A pesquisa levantou dados de mais de sete mil donos de cães, de todas as classes sociais.

Cuidados

De acordo com o veterinário Ermício Quintão, os cães mestiços são conhecidos por serem mais resistentes à doenças e se adaptam facilmente aos lares em que são acolhidos. Mas isso não descarta a importância de cuidar e imunizar o bichinho.

“Esses animais precisam receber as mesmas doses de vacina que aqueles de raça pura. A proteção é fundamental para qualquer espécie”.

Castrar para evitar procriações indesejadas é também um cuidado importante. Foi o que a Mariana fez quando resgatou a Babi na rua. A cadelinha estava com uma doença na pele, popularmente conhecida como “bicheira”. Babi foi tratada e hoje faz companhia aos outros cães que a auxiliar administrativo tira das ruas, cuida e depois disponibiliza para adoção.

A vira-lata Babi é o xodó da auxiliar administrativo, Mariana Nunes (Foto: Mariana Nunes/Arquivo pessoal )

A vira-lata Babi é o xodó da auxiliar administrativo, Mariana Nunes (Foto: Mariana Nunes/Arquivo pessoal)

No Vale do Aço, uma ONG conta com vários voluntários que fazem um trabalho parecido com o de Mariana. A Meu Amigo Cão possui uma rede de colaboradores que oferecem um lar temporário aos animais retirados das ruas.

Maria Angélica é uma dessas voluntárias e tem percebido que o preconceito em relação aos cães vira-lata tem diminuído. “Nas feiras de adoção a gente percebe que o movimento tem aumentado, as pessoas estão mais conscientes que a raça é o menos importante. O principal é tirar esses animais das ruas. E quem faz isso, não se arrepende.”

Com informações do G1

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