De acordo com os jornais, a prefeita afastada de Santa Luzia, Roseli Pimentel, e secretários do primeiro escalão são investigados por um esquema de desvio milionário de verbas da saúde do município da região metropolitana de Belo Horizonte. A Polícia Civil suspeita que o município deixou a saúde afundar, com o fechamento do Hospital São João de Deus e precariedade em outros setores, para decretar situação de emergência e poder contratar empresa sem licitação.
Ao menos RS 21 milhões já teriam sido desviados por meio de superfaturamento na prestação de serviço, mas o montante pode chegar a R$ 80 milhões. De acordo com o delegado Alex Machado, que coordena a investigação, a empresa suspeita de envolvimento na fraude é a AMINAS, que faz a gestão da saúde em Santa Luzia e presta serviço também em outros municípios do Estado, como Juiz de Fora e Bom Jesus do Galho.
O esquema começou a ser investigado há cerca de um ano, quando a antiga prestadora de serviço Lupa foi dispensada de repente sem o pagamento de todos os valores devidos. A partir daí, a Polícia Civil identificou que a Câmara Municipal aprovou uma verba emergencial de R$ 80 milhões para a saúde. A prefeitura abriu uma nova licitação que teve três concorrentes e a ganhadora foi a AMINAS.
"Nesse período, o gasto mensal da prefeitura com a saúde passou de R$ 1,8 milhão por mês para R$ 7 milhões, sem que tenha ocorrido melhorias na saúde da cidade", declarou o delegado. A prefeita de Santa Luzia é suspeita de mandar matar um jornalista do município e está afastada do cargo por causa das investigações desse homicídio. Ela foi presa no último dia 7 de setembro.
A operação da Polícia Civil foi batizada de “Esculápio” em homenagem ao deus da medicina e da cura na mitologia grega, uma alusão à secretaria que está sendo investigada.
O assunto que poderia não gerar interesse de quem mora em Caratinga e região acabou ganhando repercussão nas redes sociais, justamente porque a AMINAS foi recentemente contratada pela Prefeitura de Caratinga, em caráter emergencial, para gerenciar a UPA 24h, após decreto de calamidade pública na saúde.
Para esclarecer as dúvidas, encaminhamos questionamento sobre o assunto à Prefeitura de Caratinga e à AMINAS. Em resposta via e-mail, a Prefeitura de Caratinga disse que os contratos NÃO são semelhantes. Na verdade, segundo a nota, a contratualização do serviço de gerenciamento da Unidade de Pronto Atendimento 24 horas é de seis meses, ao custo de um valor mensal de R$ 470 mil. A partir deste prazo, uma licitação será feita e outras entidades poderão participar do processo. A AMINAS ainda não se manifestou.
Com informações da Rádio Cidade
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